Mudança na Composição de Espécies Arbóreas em uma Floresta de Terra Firme Explorada Experimentalmente há 25 anos na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gaui, Tatiana Dias
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5198
http://lattes.cnpq.br/4479570830589043
Resumo: O presente estudo analisou a recuperação da composição de espécies em uma floresta de terra firme explorada experimentalmente há 25 anos, na Estação Experimental de Silvicultura Tropical. Este trabalho faz parte de um estudo de longo prazo de monitoramento de 12 parcelas permanentes de 1 ha, com medições anuais de todos os indivíduos com DAP ≥10 cm entre os anos de 1986 a 2012. Os indivíduos arbóreos incluídos no monitoramento foram coletados e identificados em nível científico em 2012. Análises de Coordenadas Principais (PCoA) foram utilizadas para ordenar as parcelas com relação as dissimilaridades dos dados quantitativos (abundância) e a diferença de composição de espécies entre os tratamentos estudados foi avaliada pela Análise de Variância Multivariada (MANCOVA). Para avaliar se a mudança de composição observada ao longo dos anos nos tratamentos de exploração seguiu uma trajetória direcional ou ocorreu ao acaso foram efetuadas 500 simulações de mudança em direções aleatórias. No total, foram registradas 58 famílias botânicas e 709 espécies. A composição florística entre os anos não foi diferente significativamente quando todos os tratamentos de corte e controle foram considerados juntos. Isto acontece porque as trajetórias de mudança entre anos nos controles estão em direção opostas das trajetórias das áreas exploradas durante os primeiros 11-17 anos. No entanto, houve diferença significativa entre os blocos de repetição e entre os diferentes tratamentos. Esta diferença foi mais evidente entre os locais que sofreram intervenção de exploração seletiva e as áreas controle. As áreas exploradas apresentaram uma tendência de retorno à composição do ano pré-corte, maior que o esperado caso as parcelas seguissem trajetórias aleatórias (p = 0,024). Estas mudanças foram ocasionadas principalmente pelo aumento da abundância de espécies pioneiras após a exploração, que tenderam a reduzir após um período médio estimado de 13 anos. A exploração florestal teve pouco efeito sobre as populações de espécies tardias, incluindo espécies comercias, no entanto o recrutamento destas espécies foi baixo. As trajetórias de mudança de composição ao longo dos anos para as áreas controle apresentam uma tendência unidirecional, o que sugere que algum fator externo de longo prazo, como o clima, pode estar dirigindo estas mudanças. Estes resultados confirmam que as florestas tropicais exploradas seletivamente podem reter importante valor para a conservação da biodiversidade. O período de 25 anos não foi suficiente para a recuperação completa da composição de espécies ao estágio pré corte para todas as áreas avaliadas, evidenciando que o ciclo inicial mínimo de 25 anos garantido por lei, não é suficiente para a recuperação da composição de espécies.
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Para avaliar se a mudança de composição observada ao longo dos anos nos tratamentos de exploração seguiu uma trajetória direcional ou ocorreu ao acaso foram efetuadas 500 simulações de mudança em direções aleatórias. No total, foram registradas 58 famílias botânicas e 709 espécies. A composição florística entre os anos não foi diferente significativamente quando todos os tratamentos de corte e controle foram considerados juntos. Isto acontece porque as trajetórias de mudança entre anos nos controles estão em direção opostas das trajetórias das áreas exploradas durante os primeiros 11-17 anos. No entanto, houve diferença significativa entre os blocos de repetição e entre os diferentes tratamentos. Esta diferença foi mais evidente entre os locais que sofreram intervenção de exploração seletiva e as áreas controle. As áreas exploradas apresentaram uma tendência de retorno à composição do ano pré-corte, maior que o esperado caso as parcelas seguissem trajetórias aleatórias (p = 0,024). Estas mudanças foram ocasionadas principalmente pelo aumento da abundância de espécies pioneiras após a exploração, que tenderam a reduzir após um período médio estimado de 13 anos. A exploração florestal teve pouco efeito sobre as populações de espécies tardias, incluindo espécies comercias, no entanto o recrutamento destas espécies foi baixo. As trajetórias de mudança de composição ao longo dos anos para as áreas controle apresentam uma tendência unidirecional, o que sugere que algum fator externo de longo prazo, como o clima, pode estar dirigindo estas mudanças. Estes resultados confirmam que as florestas tropicais exploradas seletivamente podem reter importante valor para a conservação da biodiversidade. O período de 25 anos não foi suficiente para a recuperação completa da composição de espécies ao estágio pré corte para todas as áreas avaliadas, evidenciando que o ciclo inicial mínimo de 25 anos garantido por lei, não é suficiente para a recuperação da composição de espécies.The present study investigated recovery of species composition in a Tropical terra firme Forest logged at the Experimental Station of Tropical Forestry 25 years ago. We analyzed 12 long-term permanent plots of 1 ha, submitted to different logging intensities. All trees with DBH ≥ 10 cm were annually measured between 1986-2012 yr. Between 2011 and 2013 we collected and identified all trees included in the monitoring at scientific level. To summarize the species composition we used Principal Coordinates Analysis (PcoA), regarding dissimilarities of quantitative data (abundance). To evaluate differences in species composition among treatments we used multivariate variance analysis (MANCOVA). 500 simulations were performed to evaluate if changes in floristic composition among years followed a directional trajectory or occurred randomly. There were 58 plant families and 709 species. Multivariate analysis of variance showed no difference in floristic composition between years when all treatments and control are considered together. This happens because the trajectories of change between years in controls plots are in the opposite direction of the trajectories compared to the areas explored during the first 11-17 years. However, there was significant difference between the repetition blocks and between treatments. This difference was more evident among the areas that experienced selective logging and control areas. The explored areas showed a tendency to return the composition to the initial year, before logging, higher than expected if plots followed random trajectories (p = 0.024). These changes were mainly caused by the increased abundance of pioneer species after logging, which tended to reduce after an estimated average of 13 years. Little effect of logging was detected on climax species, including commercial species, however the recruitment of these species was low. Control plots had a tendency to follow unidirectional trajectory changes along the monitorament. This suggests that some external factor such as long-term weather may be driving those changes. Those results corroborate that the selectively logged tropical forests may retain significant value for biodiversity conservation. We suggest that 25 years were not enough for recovering species composition, regarding that the first minimum cycle of 25 years guaranteed by law, are not enough to recover species composition.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPACiências de Florestas Tropicais - CFTAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessComunidade arbóreaManejo florestalFloresta AmazônicaMudança na Composição de Espécies Arbóreas em uma Floresta de Terra Firme Explorada Experimentalmente há 25 anos na Amazônia Centralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALTatiana_Gaui.pdfTatiana_Gaui.pdfapplication/pdf1914297https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/5198/1/Tatiana_Gaui.pdff6263a6e2151056737c8e8072ad507dbMD511/51982020-01-13 14:01:08.804oai:repositorio:1/5198Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-01-13T18:01:08Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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