Uso de classes topográficas para descrever habitat de aves florestais amazônicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11924 http://lattes.cnpq.br/9451231347339406 |
Resumo: | Baixios, vertentes e platôs são ambientes que agregam características de solo e vegetação distintas, importantes para a seleção de habitat em aves, podendo ser reconhecidos como habitats pelas espécies da avifauna amazônica. Para testar se espécies de aves florestais amazônicas selecionam, são especializadas em, ou evitam algum desses ambientes, utilizamos a abordagem de uso dessas classes topográficas versus sua disponibilidade. O ambiente disponível correspondeu à frequência de cada classe topográfica em 600 ha de floresta primária ao norte de Manaus, que foram classificadas utilizando valores de altitude e declividade através de ferramentas de SIG. Baixios foram áreas com baixa altitude, já vertentes e platôs, em altitude acima do definido para baixio, foram separados usando declividade. Os dados de aves, pertencentes ao Projeto TEAM foram coletados através de censos por pontos de escuta em seis parcelas de 100 ha, visitadas de uma a quatro vezes por ano, ao longo de cinco anos. Essas seis parcelas continham, cada uma, 36 pontos distantes entre si 200 m, totalizando 216 pontos amostrados. Vertente foi o ambiente mais abundante (47%), seguido de platô (33%) e baixio (20%). Das 160 espécies analisadas, 50 (31%) selecionaram pelo menos um ambiente, nenhuma foi especializada e 16 (32%) evitaram baixio ou platô, sendo vertente nunca evitada pelas espécies. Nossos resultados mostram que, para algumas espécies típicas de igarapés, a classe topográfica “baixio” foi selecionada, estando de acordo com as descrições de habitat na literatura ornitológica. Para outras espécies, as associações com as classes topográficas representam novas hipóteses que devem ser investigadas em maior detalhe. O conhecimento prévio de história natural sugere que a relação entre as categorias topográficas e requisitos específicos de habitat é indireta, e o uso dessas classes para descrever o habitat não deve sobrepujar descrições mais detalhadas de micro-habitat. Nosso trabalho representou uma tentativa de quantificar o uso do ambiente versus sua disponibilidade com o intuito de encontrar uma classificação funcional e mais refinada de habitat para aves dentro da floresta de terra firme, o que proporcionará uma base de comparação para futuros estudos sobre o uso de habitats pelas aves na Amazônia. |
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Rizzi, Maíra RemonattoCohn-Haft, MarioAnciães, Marina2020-02-17T18:03:32Z2020-02-17T18:03:32Z2013-10-30https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11924http://lattes.cnpq.br/9451231347339406Baixios, vertentes e platôs são ambientes que agregam características de solo e vegetação distintas, importantes para a seleção de habitat em aves, podendo ser reconhecidos como habitats pelas espécies da avifauna amazônica. Para testar se espécies de aves florestais amazônicas selecionam, são especializadas em, ou evitam algum desses ambientes, utilizamos a abordagem de uso dessas classes topográficas versus sua disponibilidade. O ambiente disponível correspondeu à frequência de cada classe topográfica em 600 ha de floresta primária ao norte de Manaus, que foram classificadas utilizando valores de altitude e declividade através de ferramentas de SIG. Baixios foram áreas com baixa altitude, já vertentes e platôs, em altitude acima do definido para baixio, foram separados usando declividade. Os dados de aves, pertencentes ao Projeto TEAM foram coletados através de censos por pontos de escuta em seis parcelas de 100 ha, visitadas de uma a quatro vezes por ano, ao longo de cinco anos. Essas seis parcelas continham, cada uma, 36 pontos distantes entre si 200 m, totalizando 216 pontos amostrados. Vertente foi o ambiente mais abundante (47%), seguido de platô (33%) e baixio (20%). Das 160 espécies analisadas, 50 (31%) selecionaram pelo menos um ambiente, nenhuma foi especializada e 16 (32%) evitaram baixio ou platô, sendo vertente nunca evitada pelas espécies. Nossos resultados mostram que, para algumas espécies típicas de igarapés, a classe topográfica “baixio” foi selecionada, estando de acordo com as descrições de habitat na literatura ornitológica. Para outras espécies, as associações com as classes topográficas representam novas hipóteses que devem ser investigadas em maior detalhe. O conhecimento prévio de história natural sugere que a relação entre as categorias topográficas e requisitos específicos de habitat é indireta, e o uso dessas classes para descrever o habitat não deve sobrepujar descrições mais detalhadas de micro-habitat. Nosso trabalho representou uma tentativa de quantificar o uso do ambiente versus sua disponibilidade com o intuito de encontrar uma classificação funcional e mais refinada de habitat para aves dentro da floresta de terra firme, o que proporcionará uma base de comparação para futuros estudos sobre o uso de habitats pelas aves na Amazônia.Bottomlands, slopes, and plateaus are landscape classes that aggregate distinct characteristics of soil and vegetation, which in turn are important for habitat selection by birds, making these classes potentially recognizable as habitats for Amazon bird species. To test whether species of terra firme forest birds select, are specialized in, or avoid any of these environments, we use the approach of the use of topographic classes versus its availability. Available environment corresponded to the frequency of each class in 600 ha of primary forest north of Manaus, Brazil, classified using height and percent of slope with GIS tools. Bottomlands were the lowest areas, and slopes and plateaus were defined by percent of slope above elevation limit for bottomlands. Bird data, from the TEAM Project database, were obtained in point count censuses in six 100-ha plots visited one to four times per year, for five years. These six plots comprised 36 points, each one, separated 200 m apart from each other, for a total of 216 sampled points. Slope was the most abundant class (47%), followed by plateaus (33%) and bottomlands (20%). In 160 species analyzed, 50 (31%) selected topographical classes, none of them were specialized and 16 (32%) avoided bottomland or plateau, but never slope. Our results showed that for a few species typical of forest streams, the topographic class “bottomland” represents preferred habitat. For other species, these topographical habitat associations represent novel hypotheses and should be investigated in greater detail. In general, previous natural history knowledge of these species suggests that the relationship between topographical category and specific habitat requirements are indirect, and the use of these classes to describe habitat should also consider relevant micro-habitat features for birds. Finally, our work represented an attempt to quantify the use of environment versus its availability to find out a more refined and functional habitat classification for birds within the terra firme forest, providing comparison base for further studies about habitat use by birds in the Amazon.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAves neotropicaisDistribuição geográficaHabitatUso de classes topográficas para descrever habitat de aves florestais amazônicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertacao_ INPA.pdfDissertacao_ INPA.pdfapplication/pdf1815933https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11924/1/Dissertacao_%20INPA.pdf2d36ae31f9b8b254f7b2199c166df3fdMD511/119242020-03-17 17:15:35.852oai:repositorio:1/11924Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-17T21:15:35Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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