Conhecimento indígena, atributos florísticos, estruturais e espectrais como subsídio para inventariar diferentes tipos de Florestas de Campinarana no rio Içana, Alto Rio Negro.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11897 http://lattes.cnpq.br/6044036832860297 |
Resumo: | Nesta pesquisa, foram utilizados os conhecimentos e a percepção indígena dos Baniwa, os inventários de composição e estrutura da vegetação, e a reflectância nas faixas do visível e do infravermelho da imagem de satélite Landsat TM5 como subsídio para identificar as Florestas de Campinarana. Através destes três eixos buscou-se identificar e distinguir diferentes tipos de Florestas de Campinarana nas comunidades de Aracu, Jandu e Juivitera no rio Içana, Terra Indígena do Alto Rio Negro. Nessas comunidades foram entrevistadas 10 pessoas e detectados 14 tipos de Florestas de Campinarana, Hamáliani na língua Baniwa. Foram realizados 15 inventários abrangendo seis tipos de vegetação, dentro dos 14 tipos acessado nas entrevistas, em um total de 0.2 ha por inventário. As parcelas de cada inventário foram espalhadas em uma área aproximada de 200 X 200 m (aproximadamente 45 pixels do sensor Landsat). Dentro dos seis tipos de Campinarana inventariados, estão incluidos dois subtipos, alto e baixo, com os seguintes nomes Baniwa: Anerima madoape kaawa (baixa) e Anerima dzenonipe (alta), Waittirima madoape kaawa (baixa), Waittirima dzenonipe kaawa (alta), Maarolina, Heridzolima, Añholima, e Waapalima. A classificação etno-ambiental permitiu a sistematização e o registro deste conhecimento, e sua correspondência foi demonstrada com os inventários estruturais e florísticos; e com os atributos derivados da imagem, através de ordenamentos (MDS, PCA) e agrupamentos. Existe um forte gradiente que estrutura as Florestas de Campinarana nessas comunidades do Içana e que foi demonstrado em dois ordenamentos tipo MDS com eixo único. Os ordenamentos explicaram 77% e 87% da composição florística, utilizando respectivamente, densidade e área basal relativa como indicadores de cada espécie. Este forte gradiente é percebido pelos Baniwa, e é congruente com o primeiro eixo de um ordenamento PCA dos inventários utilizando as três bandas do satélite. Houve forte correlação entre o gradiente da composição florística e dois atributos estruturais das parcelas: área basal/ha e altura média das árvores. No entanto, o ordenamento em que foi usado índice de similaridade qualitativo mostrou resultados diferentes agrupando os inventários pelas três áreas de estudo. Isto pode ter ocorrido pelo uso de três informantes diferentes em cada comunidade indígena, Alberto, Custódio e Roberto; ou uma possível relação entre a distância geográfica e a composição de espécies mais raras. Um ordenamento tipo MDS também foi aplicado aos tipos de Campinarana no sistema de classificação Baniwa, utilizando, como o indicador de abundância da espécie, o número de informantes (máximo 10) que disseram que uma espécie ocorre em determinado tipo. Este ordenamento também resultou em um gradiente, mas com dois grupos distintos, que são os tipos de Campinaranas com árvores baixas e as altas. A sistematização do conhecimento indígena registra os usos e as percepções do ambiente, e permite identificar as áreas que os índios utilizam para diversas atividades de subsistência como caça, pesca, agricultura, extrativismo e artesanato. Estudos com este enfoque proporcionam informações básicas sobre os recursos existentes no ambiente, e possibilitam instrumentos de planejamento, zoneamento e manejo dos recursos, bem como diálogo com as demais instâncias da sociedade. Também contribui para um melhor entendimento da diversidade de habitats da Amazônia, oferecendo um método eficiente para caracterizar e localizar ambientes ainda pouco conhecidos. |
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Abraão, Marcia BarbosaShepard, GlennNelson, Bruce Walker2020-02-17T18:03:25Z2020-02-17T18:03:25Z2005-04-12https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11897http://lattes.cnpq.br/6044036832860297Nesta pesquisa, foram utilizados os conhecimentos e a percepção indígena dos Baniwa, os inventários de composição e estrutura da vegetação, e a reflectância nas faixas do visível e do infravermelho da imagem de satélite Landsat TM5 como subsídio para identificar as Florestas de Campinarana. Através destes três eixos buscou-se identificar e distinguir diferentes tipos de Florestas de Campinarana nas comunidades de Aracu, Jandu e Juivitera no rio Içana, Terra Indígena do Alto Rio Negro. Nessas comunidades foram entrevistadas 10 pessoas e detectados 14 tipos de Florestas de Campinarana, Hamáliani na língua Baniwa. Foram realizados 15 inventários abrangendo seis tipos de vegetação, dentro dos 14 tipos acessado nas entrevistas, em um total de 0.2 ha por inventário. As parcelas de cada inventário foram espalhadas em uma área aproximada de 200 X 200 m (aproximadamente 45 pixels do sensor Landsat). Dentro dos seis tipos de Campinarana inventariados, estão incluidos dois subtipos, alto e baixo, com os seguintes nomes Baniwa: Anerima madoape kaawa (baixa) e Anerima dzenonipe (alta), Waittirima madoape kaawa (baixa), Waittirima dzenonipe kaawa (alta), Maarolina, Heridzolima, Añholima, e Waapalima. A classificação etno-ambiental permitiu a sistematização e o registro deste conhecimento, e sua correspondência foi demonstrada com os inventários estruturais e florísticos; e com os atributos derivados da imagem, através de ordenamentos (MDS, PCA) e agrupamentos. Existe um forte gradiente que estrutura as Florestas de Campinarana nessas comunidades do Içana e que foi demonstrado em dois ordenamentos tipo MDS com eixo único. Os ordenamentos explicaram 77% e 87% da composição florística, utilizando respectivamente, densidade e área basal relativa como indicadores de cada espécie. Este forte gradiente é percebido pelos Baniwa, e é congruente com o primeiro eixo de um ordenamento PCA dos inventários utilizando as três bandas do satélite. Houve forte correlação entre o gradiente da composição florística e dois atributos estruturais das parcelas: área basal/ha e altura média das árvores. No entanto, o ordenamento em que foi usado índice de similaridade qualitativo mostrou resultados diferentes agrupando os inventários pelas três áreas de estudo. Isto pode ter ocorrido pelo uso de três informantes diferentes em cada comunidade indígena, Alberto, Custódio e Roberto; ou uma possível relação entre a distância geográfica e a composição de espécies mais raras. Um ordenamento tipo MDS também foi aplicado aos tipos de Campinarana no sistema de classificação Baniwa, utilizando, como o indicador de abundância da espécie, o número de informantes (máximo 10) que disseram que uma espécie ocorre em determinado tipo. Este ordenamento também resultou em um gradiente, mas com dois grupos distintos, que são os tipos de Campinaranas com árvores baixas e as altas. A sistematização do conhecimento indígena registra os usos e as percepções do ambiente, e permite identificar as áreas que os índios utilizam para diversas atividades de subsistência como caça, pesca, agricultura, extrativismo e artesanato. Estudos com este enfoque proporcionam informações básicas sobre os recursos existentes no ambiente, e possibilitam instrumentos de planejamento, zoneamento e manejo dos recursos, bem como diálogo com as demais instâncias da sociedade. Também contribui para um melhor entendimento da diversidade de habitats da Amazônia, oferecendo um método eficiente para caracterizar e localizar ambientes ainda pouco conhecidos.Baniwa indigenous knowledge and perception; vegetation composition and structure; and canopy spectral reflectance in the visible and near infrared bands of the Landsat 5 satellite sensor were all used to identify different white sand forests (campinaranas). These three kinds of information were used to distinguish different types of campinarana near the three Baniwa indigenous communities of Aracu, Jandu and Juvitera, along 50 km of the Içana River in the upper Negro River Basin. Ten people were interviewed and 14 campinarana types (Hamáliani in Baniwa) detected. Fifteen quantitative inventories covering several types were conducted, each in an area of 0.2 hectares. Parts of each inventory were spread over an area of about 200 x 200m to facilitate collecting average spectral reflectance from the Landsat image. These 15 inventories covered replicates of six campinarana types, including two subtypes (“high” and “low” canopy stature), making eight distinct types for quantitative analyses and comparisons. In Baniwa, these were: Anerima madoape kaawa (low) e Anerima dzenonipe (high), Waittirima madoape kaawa (low), Waittirima dzenonipe kaawa (high), Maarolina, Heridzolima, Añholima, and Waapalima. An ethno-environmental classification allowed this knowledge to be recorded and organized. Baniwa classes of forest were compared with ordination (MDS, PCA) and cluster analyses of the 15 inventories. The ordinations were conducted separately for structural, floristic and spectral attributes to allow comparison between gradients patterns derived from each of these attribute types. Floristic information was based exclusively on Baniwa identifications in the field. Using quantitative similarity indices, there was a strong floristic gradient that structured the Campinarana forests of the Içana. This was seen in two single-axis MDS ordinations that used density and basal area as the species-importance measures. These ordinations explained, respectively 77% and 87% of the floristic dissimilarity between plots. This composition gradient was highly congruent with a PCA ordination of the same inventory plots using three spectral bands, and was strongly correlated with two structural attributes: average canopy height and total basal area. A floristic ordination based on presence/absence data, however, was very different, grouping the inventories by the three study locations along the river. This was due either to differences between the knowledge of the three informants used to identify the trees at each location, or to high turnover in the rare (but not the common) species between locations. An MDS ordination of all types of campinarana in the Baniwa classification system was also performed based on the number of times a species was reported present in each type by ten different informants. This also resulted in a gradient, but with two distinct groups of vegetation types, corresponding to high and low forests. A description of indigenous knowledge systems that record uses and perceptions of the environment allows one to identify those areas used for subsistence activities such as hunting, fishing, agriculture, extractivism and crafts. Studies of this kind provide a basic knowledge of environmental resources and are an instrument for improved planning, zoning and management, as well as a link with other segments of society. They also contribute to a better understanding of habitat diversity in Amazonia and are an efficient method to characterize poorly known environments.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessComunidades indígenasConhecimento tradicional de etniasConhecimentos indígenasConhecimento indígena, atributos florísticos, estruturais e espectrais como subsídio para inventariar diferentes tipos de Florestas de Campinarana no rio Içana, Alto Rio Negro.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALdissertação_INPA.pdfdissertação_INPA.pdfapplication/pdf2580329https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11897/1/disserta%c3%a7%c3%a3o_INPA.pdfae96a69ff3c8f3f1d739e7ceabd1c4dcMD511/118972020-03-16 12:15:44.647oai:repositorio:1/11897Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-16T16:15:44Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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Nesta pesquisa, foram utilizados os conhecimentos e a percepção indígena dos Baniwa, os inventários de composição e estrutura da vegetação, e a reflectância nas faixas do visível e do infravermelho da imagem de satélite Landsat TM5 como subsídio para identificar as Florestas de Campinarana. Através destes três eixos buscou-se identificar e distinguir diferentes tipos de Florestas de Campinarana nas comunidades de Aracu, Jandu e Juivitera no rio Içana, Terra Indígena do Alto Rio Negro. Nessas comunidades foram entrevistadas 10 pessoas e detectados 14 tipos de Florestas de Campinarana, Hamáliani na língua Baniwa. Foram realizados 15 inventários abrangendo seis tipos de vegetação, dentro dos 14 tipos acessado nas entrevistas, em um total de 0.2 ha por inventário. As parcelas de cada inventário foram espalhadas em uma área aproximada de 200 X 200 m (aproximadamente 45 pixels do sensor Landsat). Dentro dos seis tipos de Campinarana inventariados, estão incluidos dois subtipos, alto e baixo, com os seguintes nomes Baniwa: Anerima madoape kaawa (baixa) e Anerima dzenonipe (alta), Waittirima madoape kaawa (baixa), Waittirima dzenonipe kaawa (alta), Maarolina, Heridzolima, Añholima, e Waapalima. A classificação etno-ambiental permitiu a sistematização e o registro deste conhecimento, e sua correspondência foi demonstrada com os inventários estruturais e florísticos; e com os atributos derivados da imagem, através de ordenamentos (MDS, PCA) e agrupamentos. Existe um forte gradiente que estrutura as Florestas de Campinarana nessas comunidades do Içana e que foi demonstrado em dois ordenamentos tipo MDS com eixo único. Os ordenamentos explicaram 77% e 87% da composição florística, utilizando respectivamente, densidade e área basal relativa como indicadores de cada espécie. Este forte gradiente é percebido pelos Baniwa, e é congruente com o primeiro eixo de um ordenamento PCA dos inventários utilizando as três bandas do satélite. Houve forte correlação entre o gradiente da composição florística e dois atributos estruturais das parcelas: área basal/ha e altura média das árvores. No entanto, o ordenamento em que foi usado índice de similaridade qualitativo mostrou resultados diferentes agrupando os inventários pelas três áreas de estudo. Isto pode ter ocorrido pelo uso de três informantes diferentes em cada comunidade indígena, Alberto, Custódio e Roberto; ou uma possível relação entre a distância geográfica e a composição de espécies mais raras. Um ordenamento tipo MDS também foi aplicado aos tipos de Campinarana no sistema de classificação Baniwa, utilizando, como o indicador de abundância da espécie, o número de informantes (máximo 10) que disseram que uma espécie ocorre em determinado tipo. Este ordenamento também resultou em um gradiente, mas com dois grupos distintos, que são os tipos de Campinaranas com árvores baixas e as altas. A sistematização do conhecimento indígena registra os usos e as percepções do ambiente, e permite identificar as áreas que os índios utilizam para diversas atividades de subsistência como caça, pesca, agricultura, extrativismo e artesanato. Estudos com este enfoque proporcionam informações básicas sobre os recursos existentes no ambiente, e possibilitam instrumentos de planejamento, zoneamento e manejo dos recursos, bem como diálogo com as demais instâncias da sociedade. Também contribui para um melhor entendimento da diversidade de habitats da Amazônia, oferecendo um método eficiente para caracterizar e localizar ambientes ainda pouco conhecidos. |
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