Estresse oxidativo em duas espécies de teleósteos amazônicos, Astronotus ocellatus e Colossoma macropomum, expostos a diferentes tensões de oxigênio: uma abordagem comparativa
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Data de Publicação: | 1996 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11472 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728475T7 |
Resumo: | O presente trabalho objetivou identificar as respostas fisiológicas e bioquímicas manifestadas pelo sistema de proteções antioxidantes de Astronotus ocellatus (acará-açu) e Colossoma macropomum (tambaqui), frente às variações na disponibilidade de oxigênio. Exemplares de ambas as espécies foram aclimatados, por 15 dias consecutivos, a três diferentes condições experimentais: hipóxia, normóxia e hiperóxia. Os parâmetros analisados incluiram as proteções antioxidantes enzimáticas (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase), do fígado e do sangue, os parâmetros hematalógicos, os níveis de glutationa sanguínea, o consumo de oxigênio do fígado e os níveis endógenos de produtos celulares oxidados de ambos os tecidos. Procurou-se também investigar se situações extremas, como hipóxia e hiperóxia, levam ao estabelecimento de uma situação de estresse oxidativo. Distintas características, como a ausência de catalase no sangue do tambaqui e, principalmente, diferenças quantitativas nas defesas antioxidantes foram observadas entre as duas espécies na condição normóxica. Na exposição à hipóxia, as respostas manifestadas pelas mesmas foram distintas em sua maioria. Colossoma macropomum demonstrou uma maior susceptibilidade, revelando níveis elevados de metahemoglobina e de produtos celulares oxidados no sangue, em contraste com A. ocellatus, onde estas modificações não foram constatadas. Na aclimatação à hiperóxia, a mesma tendência foi observada. Em C. macropomum, as alterações observadas nos diversos parâmetros analisados, como o aumento no conteúdo da superóxido dismutase em ambos os tecidos, a drástica diminuição dos níveis de glutationa reduzida e, provavelmente, uma inibição da catalase no fígado, foram acompanhadas por um aumento significativo no processo de dano celular. Por outro lado, em A. ocellatus apenas alguns parâmetros foram modificados, e nenhuma evidência de dano celular foi demonstrada por esta espécie. Isso indica que C. macropomum encontrou na condição hiperóxica, uma situação de elevado estresse oxidativo, enquanto A. ocellatus demonstrou ser tolerante não somente à hipóxia, mas também à hiperóxia. As distintas estratégias adotadas em relação às proteções antioxidantes pelas duas espécies estudadas coadunam-se com suas respectivas características ecológicas. |
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Marcon, Jaydione LuizWilhelm Filho, DaniloVal, Adalberto Luis2020-02-17T15:21:23Z2020-02-17T15:21:23Z1996-12-17https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11472http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728475T7O presente trabalho objetivou identificar as respostas fisiológicas e bioquímicas manifestadas pelo sistema de proteções antioxidantes de Astronotus ocellatus (acará-açu) e Colossoma macropomum (tambaqui), frente às variações na disponibilidade de oxigênio. Exemplares de ambas as espécies foram aclimatados, por 15 dias consecutivos, a três diferentes condições experimentais: hipóxia, normóxia e hiperóxia. Os parâmetros analisados incluiram as proteções antioxidantes enzimáticas (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase), do fígado e do sangue, os parâmetros hematalógicos, os níveis de glutationa sanguínea, o consumo de oxigênio do fígado e os níveis endógenos de produtos celulares oxidados de ambos os tecidos. Procurou-se também investigar se situações extremas, como hipóxia e hiperóxia, levam ao estabelecimento de uma situação de estresse oxidativo. Distintas características, como a ausência de catalase no sangue do tambaqui e, principalmente, diferenças quantitativas nas defesas antioxidantes foram observadas entre as duas espécies na condição normóxica. Na exposição à hipóxia, as respostas manifestadas pelas mesmas foram distintas em sua maioria. Colossoma macropomum demonstrou uma maior susceptibilidade, revelando níveis elevados de metahemoglobina e de produtos celulares oxidados no sangue, em contraste com A. ocellatus, onde estas modificações não foram constatadas. Na aclimatação à hiperóxia, a mesma tendência foi observada. Em C. macropomum, as alterações observadas nos diversos parâmetros analisados, como o aumento no conteúdo da superóxido dismutase em ambos os tecidos, a drástica diminuição dos níveis de glutationa reduzida e, provavelmente, uma inibição da catalase no fígado, foram acompanhadas por um aumento significativo no processo de dano celular. Por outro lado, em A. ocellatus apenas alguns parâmetros foram modificados, e nenhuma evidência de dano celular foi demonstrada por esta espécie. Isso indica que C. macropomum encontrou na condição hiperóxica, uma situação de elevado estresse oxidativo, enquanto A. ocellatus demonstrou ser tolerante não somente à hipóxia, mas também à hiperóxia. As distintas estratégias adotadas em relação às proteções antioxidantes pelas duas espécies estudadas coadunam-se com suas respectivas características ecológicas.This study describes the antioxidant defenses of acará-açu (Astronotus ocellatus) and tambaqui (Colossoma macropomum) exposed to long term hypoxia, normoxia and hyperoxia. Superoxide dismutase, catalase and the oxidized cell products (measured as TBARS) were measured in liver and blood of A. ocellatus and C. macropomum. Methemoglobin and glutathione contents were evaluated only in the blood and glutathione peroxidase only in the liver. These species exhibit different responses for the analysed parameters. Acclimation to hypoxia resulted in increased methemoglobin and liver superoxide dismutase levels in C. macropomum. Glutathione peroxidase also increased in both species, whereas reduced glutathione decreased in hypoxia exposed animals. Colossoma macropomum exhibited acatalasemia in normoxia and hypoxia, while catalase decreased in A. ocellatus exposed to hypoxia. Under hyperoxia, most of the analyzed parameters were changed significantly in both liver (increased TBARS, superoxide dismutase and glutathione peroxidase levels, and a possible inhibition of catalase) and blood (increased methemoglobin, TBARS and superoxide dismutase levels) of C. macropomum. In addition, a high production of intraerythrocytic oxidized glutathione was also observed in C. macropomum. Astronotus ocellatus exhibited slight changes in antioxidant defenses and no cellular damage in both liver and blood. This cichlid species is hypoxia tolerant and is also able to survive many hours under anoxia, whereas C. macropomum relies preferentially on aerobic metabolism, and is able to improve many adaptive solutions to maintain an adequate oxygen supply to the tissues. We suggest that the responses observed for these fish species to hypoxia and hyperoxia are in agreement to their oxygen needs, where C. macropomum is more susceptible to oxidative stress, specially under hyperoxia.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPABiologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPIAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessColossoma macropomumAstronotus ocellatusEstresse oxidativoNormóxiaColossoma macropomumAstronotus ocellatusEstresse oxidativo em duas espécies de teleósteos amazônicos, Astronotus ocellatus e Colossoma macropomum, expostos a diferentes tensões de oxigênio: uma abordagem comparativainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALTese_Jaydione_Marcon.pdfTese_Jaydione_Marcon.pdfapplication/pdf726117https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11472/1/Tese_Jaydione_Marcon.pdf29e48d4322c18331804a98382abf0979MD511/114722020-02-18 14:39:01.347oai:repositorio:1/11472Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-02-18T18:39:01Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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O presente trabalho objetivou identificar as respostas fisiológicas e bioquímicas manifestadas pelo sistema de proteções antioxidantes de Astronotus ocellatus (acará-açu) e Colossoma macropomum (tambaqui), frente às variações na disponibilidade de oxigênio. Exemplares de ambas as espécies foram aclimatados, por 15 dias consecutivos, a três diferentes condições experimentais: hipóxia, normóxia e hiperóxia. Os parâmetros analisados incluiram as proteções antioxidantes enzimáticas (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase), do fígado e do sangue, os parâmetros hematalógicos, os níveis de glutationa sanguínea, o consumo de oxigênio do fígado e os níveis endógenos de produtos celulares oxidados de ambos os tecidos. Procurou-se também investigar se situações extremas, como hipóxia e hiperóxia, levam ao estabelecimento de uma situação de estresse oxidativo. Distintas características, como a ausência de catalase no sangue do tambaqui e, principalmente, diferenças quantitativas nas defesas antioxidantes foram observadas entre as duas espécies na condição normóxica. Na exposição à hipóxia, as respostas manifestadas pelas mesmas foram distintas em sua maioria. Colossoma macropomum demonstrou uma maior susceptibilidade, revelando níveis elevados de metahemoglobina e de produtos celulares oxidados no sangue, em contraste com A. ocellatus, onde estas modificações não foram constatadas. Na aclimatação à hiperóxia, a mesma tendência foi observada. Em C. macropomum, as alterações observadas nos diversos parâmetros analisados, como o aumento no conteúdo da superóxido dismutase em ambos os tecidos, a drástica diminuição dos níveis de glutationa reduzida e, provavelmente, uma inibição da catalase no fígado, foram acompanhadas por um aumento significativo no processo de dano celular. Por outro lado, em A. ocellatus apenas alguns parâmetros foram modificados, e nenhuma evidência de dano celular foi demonstrada por esta espécie. Isso indica que C. macropomum encontrou na condição hiperóxica, uma situação de elevado estresse oxidativo, enquanto A. ocellatus demonstrou ser tolerante não somente à hipóxia, mas também à hiperóxia. As distintas estratégias adotadas em relação às proteções antioxidantes pelas duas espécies estudadas coadunam-se com suas respectivas características ecológicas. |
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