Química da água e macrófitas aquáticas de rios e igarapés na Bacia Amazônica e nas áreas adjacentes ()Parte I: Trecho Cuiabá - Porto Velho - Manaus
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Data de Publicação: | 1980 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/13894 |
Resumo: | Ao longo do trecho entre Cuiabá-Porto Velho-Manaus (cerca de 2300 km) foram tomadas 46 amostras de água de igarapés e rios, e analisadas quanto aos seguintes parâmetros químicospH, condutividade elétrica, Ca, Mg, Sr, Ba, Na, K. Mn, Fe, Al, Cu, Zn, org. C tot., P tot., Kjeldahl N. Paralelamente, foi anotada a ocorrência de macrófitas aquáticas. A análise dos resultados, em combinação com as informações existentes sobre a geologia da região mostra a relação intensiva entre as águas e a geologia de suas áreas de captação respectivas. Enquanto os rios e igarapés que drenam para o rio Paraguai, são ricos em eletrólitos e alcalinos, todos os igarapés que drenam para o rio Amazonas têm que ser considerados como pobre em eletrólitos e na maioria como ácidos. Todavia, também nas águas pobres em eletrólitos, podem ser observadas diferenças nítidas em dependência da área de captação. Como extremamente pobre do ponto de vista químico, podem ser consideradas as águas da Formação Parecis no Mato Grosso com uma condutividade elétrica de cerca de 3-6 μS.cm-1. Quimicamente mais ricas, no entanto muito heterogêneo, são as águas do embasamento indiviso, enquanto as águas dos sedimentos terciários da Série de Barreiras são muito pobres em eletrólitos (10-20 μS.cm-1). Não entram nessa classificação as águas dos rios Solimões e Madeira, relativamente ricas em eletrólitos, as quais são caracterizadas do ponto de vista químico pela região andina e pré-andina. As diferenças entre as águas, descritas pela condutividade elétrica, refletem-se em grande parte nas concentrações das substâncias analisadas. Exceções são Cu, Zn, Al e C org. A ocorrência de macrófitas aquáticas todavia pode ser ligada somente em limites com as concentrações de eletrólitos na água. Nos igarapés química e extremamente pobres da Formação Parecis. existe uma flora submersa luxuosa, que não ocorre nos igarapés quimicamente parecidos da Série de Barreiras. Neste contexto, está sendo discutida a importância da luz como fator limitante. |
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Junk, Wolfgang JohannesFurch, Karin2020-04-24T15:54:36Z2020-04-24T15:54:36Z1980https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/1389410.1590/1809-43921980103611Ao longo do trecho entre Cuiabá-Porto Velho-Manaus (cerca de 2300 km) foram tomadas 46 amostras de água de igarapés e rios, e analisadas quanto aos seguintes parâmetros químicospH, condutividade elétrica, Ca, Mg, Sr, Ba, Na, K. Mn, Fe, Al, Cu, Zn, org. C tot., P tot., Kjeldahl N. Paralelamente, foi anotada a ocorrência de macrófitas aquáticas. A análise dos resultados, em combinação com as informações existentes sobre a geologia da região mostra a relação intensiva entre as águas e a geologia de suas áreas de captação respectivas. Enquanto os rios e igarapés que drenam para o rio Paraguai, são ricos em eletrólitos e alcalinos, todos os igarapés que drenam para o rio Amazonas têm que ser considerados como pobre em eletrólitos e na maioria como ácidos. Todavia, também nas águas pobres em eletrólitos, podem ser observadas diferenças nítidas em dependência da área de captação. Como extremamente pobre do ponto de vista químico, podem ser consideradas as águas da Formação Parecis no Mato Grosso com uma condutividade elétrica de cerca de 3-6 μS.cm-1. Quimicamente mais ricas, no entanto muito heterogêneo, são as águas do embasamento indiviso, enquanto as águas dos sedimentos terciários da Série de Barreiras são muito pobres em eletrólitos (10-20 μS.cm-1). Não entram nessa classificação as águas dos rios Solimões e Madeira, relativamente ricas em eletrólitos, as quais são caracterizadas do ponto de vista químico pela região andina e pré-andina. As diferenças entre as águas, descritas pela condutividade elétrica, refletem-se em grande parte nas concentrações das substâncias analisadas. Exceções são Cu, Zn, Al e C org. A ocorrência de macrófitas aquáticas todavia pode ser ligada somente em limites com as concentrações de eletrólitos na água. Nos igarapés química e extremamente pobres da Formação Parecis. existe uma flora submersa luxuosa, que não ocorre nos igarapés quimicamente parecidos da Série de Barreiras. Neste contexto, está sendo discutida a importância da luz como fator limitante.Fourty-six rivers and creeks intersected by the 2,300 km long Cuiabá-Porto Velho-Manaus road in north-central Brazil were sampled and analyzed for pH, electric conductivity, contents of Ca, Mg, Ba, Na, K, Mn, Fe, Al, Cu, Zn, organic-C, total P and Kjeldahl-N. The occurrence of aquatic macrophytes was recorded. The results show a close relationship between the chemistry of the waters and the geology of the respective catchments. The waters of creeks draining towards the Rio Paraguai are rich in electrolytes and alkaline in nature, while waters flowing towards the Amazon are generally acidic and poor in electrolytes. Significant differences between the electrolyte-poor waters are seen. Waters from the creeks within the Parecis Formation of Mato Grosso are chemically extremely poor (μS around 3). Chemically richer, but very heterogeneous are the waters from the Archaic rock regions, while waters from regions of the Tertiary Barreiras sediments (μS around 10) are very low in electrolytes. The relatively electrolyterich waters of the Rio Madeira and Solimões do not fit into the classification, since their chemical composition is due to geochemical influence in the pre-Andean area. The above-mentioned differences are again reflected by the data on the concentrations of the elements analyzed, except for Cu, Zn, Al, organic-C and Kjeldahl-N. The occurrence and distribution of aquatic macrophytes cannot be correlated with the electrolyte content of the waters. The extremely poor waters of the Parecis-Formation sustain a rather luxurious flora of submerged species which is absent in the chemically similar waters of the Barreiras sediments The role of light as a limiting factor in this case is discussed.Volume 10, Número 3, Pags. 611-633Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessQuímica da água e macrófitas aquáticas de rios e igarapés na Bacia Amazônica e nas áreas adjacentes ()Parte I: Trecho Cuiabá - Porto Velho - Manausinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleActa Amazonicaporreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALartigo-inpa.pdfapplication/pdf4911850https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/13894/1/artigo-inpa.pdf613ed3a09f51fc64d0135d29ac043013MD51CC-LICENSElicense_rdfapplication/octet-stream914https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/13894/2/license_rdf4d2950bda3d176f570a9f8b328dfbbefMD521/138942020-07-14 10:24:47.16oai:repositorio:1/13894Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-07-14T14:24:47Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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