Inibição da perda de cobertura vegetal natural nas Terras Indígenas da Amazônia Legal Brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/22786 http://lattes.cnpq.br/5096585281248942 |
Resumo: | A Amazônia brasileira contém a maior área de floresta tropical do mundo, cerca de um quarto da qual está dentro de territórios indígenas. O reconhecimento formal desses territórios originários pelo governo pode ser crítico ao controle do desmatamento, porém, o desempenho relativo para conservação das Terras Indígenas (TIs) sob diferentes situações legais e contextos geográficos permanece pouco compreendido. Nós utilizamos imagens de satélite com resolução de 30 m para avaliar quantitativamente o status da cobertura vegetal e uso da terra, bem como as taxas anuais de perda de vegetação natural de 378 territórios indígenas e seu entorno direto, entre 1985 e 2017. Utilizando uma abordagem de modelos mistos nós avaliamos um conjunto abrangente de covariáveis ambientais e socioeconômicas, e concluímos que todos os estágios, incluindo os iniciais, do reconhecimento formal de TIs contribuem consistentemente para o controle da perda de vegetação natural em toda a Amazônia brasileira, em comparação com áreas desprotegidas adjacentes. A homologação final e a proximidade das estradas foram as principais covariáveis determinantes da perda evitada de vegetação natural. Ressalta-se, assim, a importância de se considerar a expansão da infraestrutura, ao avaliar o desempenho das reservas indígenas no controle da perda de vegetação natural. Como a perda de florestas e cerrados associada a fronteiras do agronegócio e projetos de infraestrutura tende a se intensificar, espera-se que a importância dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelas TIs aumente na Amazônia brasileira. Nossos resultados apontaram, ainda, que componentes étnicos e linguísticos das populações das TIs não afetam a sua performance de conservação, assim como TIs mais densamente povoadas não apresentam redução de eficácia para a conservação. Verificamos, portanto, que dado o avanço da fronteira agrícola, o reconhecimento formal dos territórios indígenas é o fator-chave na desaceleração da conversão de habitat primário na Amazônia. |
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Duarte, Daniela PrioliPeres, CarlosNelson, Bruce Walker2020-07-03T14:43:18Z2020-07-03T14:43:18Z2020-07-03https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/22786http://lattes.cnpq.br/5096585281248942A Amazônia brasileira contém a maior área de floresta tropical do mundo, cerca de um quarto da qual está dentro de territórios indígenas. O reconhecimento formal desses territórios originários pelo governo pode ser crítico ao controle do desmatamento, porém, o desempenho relativo para conservação das Terras Indígenas (TIs) sob diferentes situações legais e contextos geográficos permanece pouco compreendido. Nós utilizamos imagens de satélite com resolução de 30 m para avaliar quantitativamente o status da cobertura vegetal e uso da terra, bem como as taxas anuais de perda de vegetação natural de 378 territórios indígenas e seu entorno direto, entre 1985 e 2017. Utilizando uma abordagem de modelos mistos nós avaliamos um conjunto abrangente de covariáveis ambientais e socioeconômicas, e concluímos que todos os estágios, incluindo os iniciais, do reconhecimento formal de TIs contribuem consistentemente para o controle da perda de vegetação natural em toda a Amazônia brasileira, em comparação com áreas desprotegidas adjacentes. A homologação final e a proximidade das estradas foram as principais covariáveis determinantes da perda evitada de vegetação natural. Ressalta-se, assim, a importância de se considerar a expansão da infraestrutura, ao avaliar o desempenho das reservas indígenas no controle da perda de vegetação natural. Como a perda de florestas e cerrados associada a fronteiras do agronegócio e projetos de infraestrutura tende a se intensificar, espera-se que a importância dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelas TIs aumente na Amazônia brasileira. Nossos resultados apontaram, ainda, que componentes étnicos e linguísticos das populações das TIs não afetam a sua performance de conservação, assim como TIs mais densamente povoadas não apresentam redução de eficácia para a conservação. Verificamos, portanto, que dado o avanço da fronteira agrícola, o reconhecimento formal dos territórios indígenas é o fator-chave na desaceleração da conversão de habitat primário na Amazônia.The Brazilian Amazon contains the world’s largest tract of tropical forest, about one quarter of which is within demarcated indigenous territories. Formal governmental recognition of these traditional territories is often a critical deterrent to deforestation, but the relative conservation performance of Indigenous Lands (ILs) under different legal categories and geographic contexts remains poorly understood. We used 30-m resolution Landsat satellite imagery to quantitatively assess the land cover status and annual rates of natural vegetation loss for 381 indigenous territories between 1985 and 2017. Using a comprehensive set of environmental and socio-economic covariates and a mixed-modelling approach, we found that all stages of formal IL recognition consistently inhibits natural vegetation loss throughout the Brazilian Amazon compared to adjacent unprotected areas. Formal Demarcation and distance from roads were the main proximate drivers of avoided natural vegetation loss inside ILs. Forest loss associated with road building is substantially curbed by ILs, showing the importance of frontier expansion when assessing indigenous reserve performance in counteracting natural vegetation loss. Because forest and savannah losses associated with agribusiness frontiers and infrastructure projects are likely to intensify, the importance of ecosystem services provided by ILs is expected to grow across the Brazilian Amazon. Cultural traits or heavily settled ILs have no impact on their effectiveness in precluding natural vegetation loss. Given widespread encroachment of agribusiness, formal recognition of indigenous territories is a key factor in decelerating primary habitat conversion across the Amazon.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEcologia da ConservaçãoÁreas ProtegidasInibição da perda de cobertura vegetal natural nas Terras Indígenas da Amazônia Legal Brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertação _ Daniela Prioli_pós_banca.pdfDissertação _ Daniela Prioli_pós_banca.pdfDissertaçãoapplication/pdf1207798https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/22786/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20_%20Daniela%20Prioli_p%c3%b3s_banca.pdf6ca19550d0c4689b7474cd35052b4f6cMD511/227862020-07-03 10:43:18.95oai:repositorio:1/22786Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-07-03T14:43:18Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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