Green-up na Estação Seca da Amazônia Central : padrões sazonais da fenologia foliar de uma floresta de terra firme

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Julia Valentim
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11928
http://lattes.cnpq.br/6941210631272619
Resumo: A fenologia foliar de florestas tropicais é um potencial indicador dos efeitos das mudanças climáticas, especialmente frente à tendência ao aquecimento global. Artigos recentes sobre a resposta e a vulnerabilidade dessas florestas a eventos normais e extremos de secas – utilizando índices de vegetação obtidos a partir do sensor orbital MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectro-Radiometer) – ilustram respostas complexas e contraditórias No presente estudo, em uma floresta primária de terra firme na Amazônia Central, foram acompanhadas as variações mensais na fenologia foliar de 63 copas por 29 meses (setembro de 2010 a janeiro de 2013). Para tanto, foi utilizada a câmera Stardot modelo XL com 1024 x 768 pixel com três bandas na faixa do visível, montada em uma torre, 15-20m acima do dossel. Nove categorias de alterações na cor ou na quantidade folha foram reconhecidas. Foram contabilizadas as alterações ocorridas no intervalo de um mês. Cinquenta e nove copas (94%) apresentaram mudanças mensais maciças (alteração em >50% da copa) ao menos uma vez durante o período de estudo. Ao todo foram 194 eventos de alteração mensal nos feno-estados de copas. Estes agrupadas em dois grandes grupos “Flush foliar” e ”Queda de folhas”. As árvores apresentam estratégia de flushing de folhas novas em toda a estação seca (junho a outubro), com maior concentração em sua primeira. Houve correlação positiva entre o flush foliar e a radiação fotossinteticamente ativa (PAR), e correlação negativa com a precipitação pluviométrica e umidade do solo. Tais resultados sugerem que florestas de terra firme da Amazônia Central possam estar adaptadas para passar por um período de estação seca, ao lançarem folhas novas no início da estação seca e assim, aperfeiçoarem a captação de radiação durante este período, em que mais PAR está disponível. Vinte e uma árvores (33%) perderam toda ou a maior parte das suas folhas, pelo menos uma vez. Dessas, 16 (25%) apresentaram perda de folhas brevi-decíduas, caracterizando um processo pré-flushing. Sendo assim, para a maioria das árvores, os processos de perda de folhas e o subsequente flush foliar foram concluídos até o final da estação seca. Dessa maneira, o dossel da floresta, como um todo, deve ter as folhas mais verdes e com menos organismos epifilos nesta época do ano. Isto é consistente com observações de sensores orbitais do Índice de Vegetação Melhorado (EVI) atingindo um pico no final da estação seca na Amazônia Central.
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Para tanto, foi utilizada a câmera Stardot modelo XL com 1024 x 768 pixel com três bandas na faixa do visível, montada em uma torre, 15-20m acima do dossel. Nove categorias de alterações na cor ou na quantidade folha foram reconhecidas. Foram contabilizadas as alterações ocorridas no intervalo de um mês. Cinquenta e nove copas (94%) apresentaram mudanças mensais maciças (alteração em >50% da copa) ao menos uma vez durante o período de estudo. Ao todo foram 194 eventos de alteração mensal nos feno-estados de copas. Estes agrupadas em dois grandes grupos “Flush foliar” e ”Queda de folhas”. As árvores apresentam estratégia de flushing de folhas novas em toda a estação seca (junho a outubro), com maior concentração em sua primeira. Houve correlação positiva entre o flush foliar e a radiação fotossinteticamente ativa (PAR), e correlação negativa com a precipitação pluviométrica e umidade do solo. Tais resultados sugerem que florestas de terra firme da Amazônia Central possam estar adaptadas para passar por um período de estação seca, ao lançarem folhas novas no início da estação seca e assim, aperfeiçoarem a captação de radiação durante este período, em que mais PAR está disponível. Vinte e uma árvores (33%) perderam toda ou a maior parte das suas folhas, pelo menos uma vez. Dessas, 16 (25%) apresentaram perda de folhas brevi-decíduas, caracterizando um processo pré-flushing. Sendo assim, para a maioria das árvores, os processos de perda de folhas e o subsequente flush foliar foram concluídos até o final da estação seca. Dessa maneira, o dossel da floresta, como um todo, deve ter as folhas mais verdes e com menos organismos epifilos nesta época do ano. Isto é consistente com observações de sensores orbitais do Índice de Vegetação Melhorado (EVI) atingindo um pico no final da estação seca na Amazônia Central.At an upland primary forest in the Central Amazon, monthly changes in leaf phenology were followed for each of 63 tree crowns for 29 months (September 2010 to January 2013) using a south-looking camera mounted on a tower extending 15-20m above the canopy. Nine categories were recognized of massive changes in leaf color or quantity, occurring in the span of a month. All but four trees underwent at least one of these monthly massive changes over the period of study. Change types were grouped into two larger classes, massive leaf-flushing and massive leaf-drop. Leaf flushing was six times more frequent in the five driest months (June to October) compared to the five wettest months (December to April). The number of flushing trees showed positive correlation with incident photosynthetically active radiation (PAR) and negative correlation with rainfall, suggesting that central Amazon upland forests are resilient in the face of normal dry season stress, optimizing leaf quantity and leaf age to take advantage of greater PAR in the dry season. Soil water content at 100 cm depth never dropped below 41% and this was close to the maximum of 46%, suggesting that drought stress was not a driver of phenology. Twenty-one trees (33%) lost all or most of their leaves at least once. At least three of these were classified as diseased or senescent. For another 16 of these 21, leaf loss was brief – visible in one or rarely two consecutive monthly images – and was a therefore a preamble to leaf flushing. Preparatory leaf drop and subsequent flushing were completed for most flushing trees by the end of the five driest months (October), so the forest canopy as a whole should have more green leaves and fewer epiphylls at this time of year. This is consistent with orbital sensor observations of the Enhanced Vegetation Index reaching a peak at the end of the dry season in the Central Amazon.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEcologia foliarFenologiaGreen-upGreen-up na Estação Seca da Amazônia Central : padrões sazonais da fenologia foliar de uma floresta de terra firmeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALdissertação_INPA.pdfdissertação_INPA.pdfapplication/pdf2853816https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11928/1/disserta%c3%a7%c3%a3o_INPA.pdf42ae825853e8408620452bb145c3387eMD511/119282020-03-17 16:56:44.152oai:repositorio:1/11928Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-17T20:56:44Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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