Caracterização hidrogeológica da região a norte da cidade de Manaus, com base em informações geofísicas (resistividade elétrica), geológicas e geomorfológicas
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12953 http://lattes.cnpq.br/0249885536540513 |
Resumo: | A área de abrangência deste trabalho situa-se na região a norte da cidade de Manaus, compreendida entre as coordenadas 2º00’ e 3º00’ de latitude sul e 59º30’ e 60º30’ de longitude oeste, onde predominam exposições sedimentares clásticas e pelíticas da Formação Alter do Chão, de idade neocretácea, que se sobrepõe, em discordância angular, a outras unidades paleozóicas da bacia. O relevo nessa região se apresenta bastante dissecado pela drenagem, onde se destacam colinas de topos arredondados (platôs), vales amplos, normalmente limitados por vertentes íngremes, onde se encaixam pequenos cursos d'água. A rede de drenagem, de padrão dominante subdendrítico, é constituída pelas bacias dos rios Cuieiras, Branquinho, Puraquequara e Preto da Eva e igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu, alongadas e orientadas segundo as direções NW-SE a NE-SW, condicionadas às direções dos principais lineamentos tectônicos dessa região. Texturalmente os solos variam de argiloso nos platôs a arenoso nos baixios, sobre os quais se desenvolveu uma exuberante cobertura vegetal (Floresta Tropical Amazônica), em clima quente e úmido, com média de precipitação superior a 2.300 mm/ano. Essa floresta exerce uma grande influência ambiental, notadamente no equilíbrio do ciclo hidrológico regional, além de seu papel no processo de recarga do aquífero Alter do Chão, a mais importante reserva estratégica de água doce da região. Os processos tectônicos, que influenciaram a morfologia do relevo local e condicionaram as drenagens, também exercem influência no processo de armazenamento e fluxo de água subterrânea. Os resultados do levantamento geoelétrico revelaram a existência de camadas de materiais clásticos e pelíticos, intercaladas e descontínuas, que se prolongam e se afunilam para norte, até o seu limite com rochas paleozóicas do Grupo Trombetas. O processo de recarga desse manancial subterrâneo, a partir da infiltração da água através de toda essa superfície, é mais eficaz devido a existência da cobertura vegetal. O monitoramento de nível freático realizado na bacia do rio Preto da Eva, ao longo de um período hidrológico anual (2010/2011), apresentou variação de nível da ordem de 7,0 metros (com taxa de variação volumétrica de 2,9 mm/ano), onde o nível máximo aconteceu cerca de um mês após o pico da estação chuvosa, enquanto que o nível mínimo ocorreu durante a estação chuvosa, com defasagem de até quatro meses do pico de chuva. Esse retardo corresponde ao período em que ocorre a recarga do aquífero, quando as drenagens são alimentadas pelo fluxo de base. Uma estimativa preliminar aponta, para essa porção do aquífero Alter do Chão, um estoque de cerca de 130 km3 de água de boa qualidade, disponível para uso. Todavia, a manutenção desse estoque depende, fundamentalmente, da ocupação e uso sustentável dessas terras, respeitando os limites de desflorestamento, as condições geomorfológicas locais e o uso sustentável dessa porção da floresta tropical Amazônica. |
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Carvalho, João da SilvaTomasella, Javier2020-02-21T15:53:34Z2020-02-21T15:53:34Z2012-03-20https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12953http://lattes.cnpq.br/0249885536540513A área de abrangência deste trabalho situa-se na região a norte da cidade de Manaus, compreendida entre as coordenadas 2º00’ e 3º00’ de latitude sul e 59º30’ e 60º30’ de longitude oeste, onde predominam exposições sedimentares clásticas e pelíticas da Formação Alter do Chão, de idade neocretácea, que se sobrepõe, em discordância angular, a outras unidades paleozóicas da bacia. O relevo nessa região se apresenta bastante dissecado pela drenagem, onde se destacam colinas de topos arredondados (platôs), vales amplos, normalmente limitados por vertentes íngremes, onde se encaixam pequenos cursos d'água. A rede de drenagem, de padrão dominante subdendrítico, é constituída pelas bacias dos rios Cuieiras, Branquinho, Puraquequara e Preto da Eva e igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu, alongadas e orientadas segundo as direções NW-SE a NE-SW, condicionadas às direções dos principais lineamentos tectônicos dessa região. Texturalmente os solos variam de argiloso nos platôs a arenoso nos baixios, sobre os quais se desenvolveu uma exuberante cobertura vegetal (Floresta Tropical Amazônica), em clima quente e úmido, com média de precipitação superior a 2.300 mm/ano. Essa floresta exerce uma grande influência ambiental, notadamente no equilíbrio do ciclo hidrológico regional, além de seu papel no processo de recarga do aquífero Alter do Chão, a mais importante reserva estratégica de água doce da região. Os processos tectônicos, que influenciaram a morfologia do relevo local e condicionaram as drenagens, também exercem influência no processo de armazenamento e fluxo de água subterrânea. Os resultados do levantamento geoelétrico revelaram a existência de camadas de materiais clásticos e pelíticos, intercaladas e descontínuas, que se prolongam e se afunilam para norte, até o seu limite com rochas paleozóicas do Grupo Trombetas. O processo de recarga desse manancial subterrâneo, a partir da infiltração da água através de toda essa superfície, é mais eficaz devido a existência da cobertura vegetal. O monitoramento de nível freático realizado na bacia do rio Preto da Eva, ao longo de um período hidrológico anual (2010/2011), apresentou variação de nível da ordem de 7,0 metros (com taxa de variação volumétrica de 2,9 mm/ano), onde o nível máximo aconteceu cerca de um mês após o pico da estação chuvosa, enquanto que o nível mínimo ocorreu durante a estação chuvosa, com defasagem de até quatro meses do pico de chuva. Esse retardo corresponde ao período em que ocorre a recarga do aquífero, quando as drenagens são alimentadas pelo fluxo de base. Uma estimativa preliminar aponta, para essa porção do aquífero Alter do Chão, um estoque de cerca de 130 km3 de água de boa qualidade, disponível para uso. Todavia, a manutenção desse estoque depende, fundamentalmente, da ocupação e uso sustentável dessas terras, respeitando os limites de desflorestamento, as condições geomorfológicas locais e o uso sustentável dessa porção da floresta tropical Amazônica.The area covered by this work lies in the region north of the Manaus city, between the coordinates 2o00’ and 3o00' south latitude and 59o30'and 60o30' west longitude, which predominantly exhibits sedimentary rocks of the Alter do Chão Formation, represented by fluvial-lacustrine, clastic and pelitic rocks, from late Cretaceous age. The relief in this region is considerable dissected by drainage, which contrast the hills of rounded tops (platôs), broad valleys, usually limited by steep slopes, where are located small streams. The drainage system, with dominant sub-dendritic pattern, is formed by the basins of rivers Cuieiras, Branquinho, Puraquequara and Preto da Eva, and streams Tarumã Mirim and Tarumã Açu, extending and oriented according to the directions NW-SE to NE-SW and the main tectonic lineaments of the region. The soil texture is ranged from clayey in the plateaus to sandy in the shallows, on which has grow a lush vegetation (Amazon Rainforest), in hot and humid local climate, with average rainfall exceeding 2,300 mm/year. This forest has a major environmental influence, especially in the balance of the regional hydrological cycle, in addition to its role in the process of recharge of the Alter do Chão aquifer, the most important strategic reserve of fresh water in the region. The tectonic processes that influence the local morphology and conditioned the drainages, has also influence on the storage and groundwater flow. The results of the geoelectrical survey revealed the existence of intercalate and discontinuous layers of pelitic and clastic material, which extend and taper north to its boundary with the Paleozoic rocks of the Trombetas Group. The groundwater level monitoring conducted in the Preto da Eva River, over a hydrological year period (2010/2011), changed the order of 7.0 meters (volumetric variation rate of 2.9 mm/year), where the maximum occurred one month after the peak of the rainy season, while the minimum occurred during the rainy season, with a lag of up to 4 months of peak rainfall. This long delay period corresponds to the period in which the aquifer is recharged, when the drains are fed by basis flow. A preliminary estimate points to that portion of the Alter do Chão aquifer, a stock of about 130 km3 of water of good quality, available for use. However, maintaining this value depends basically on the sustainable use and occupation of these lands, considering the limits of deforestation, the local geomorphological conditions and the sustainable use of that portion of the Amazon rainforest.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAClima e Ambiente - CLIAMBAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessHidrogeologiaGeologiaGeormofologiaCaracterização hidrogeológica da região a norte da cidade de Manaus, com base em informações geofísicas (resistividade elétrica), geológicas e geomorfológicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALTese_João da Silva Carvalho (1).pdfTese_João da Silva Carvalho (1).pdfapplication/pdf11143646https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12953/1/Tese_Jo%c3%a3o%20da%20Silva%20Carvalho%20%281%29.pdfbc29ef2c11774c7776c215c151789c43MD511/129532020-03-09 14:04:20.275oai:repositorio:1/12953Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-09T18:04:20Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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A área de abrangência deste trabalho situa-se na região a norte da cidade de Manaus, compreendida entre as coordenadas 2º00’ e 3º00’ de latitude sul e 59º30’ e 60º30’ de longitude oeste, onde predominam exposições sedimentares clásticas e pelíticas da Formação Alter do Chão, de idade neocretácea, que se sobrepõe, em discordância angular, a outras unidades paleozóicas da bacia. O relevo nessa região se apresenta bastante dissecado pela drenagem, onde se destacam colinas de topos arredondados (platôs), vales amplos, normalmente limitados por vertentes íngremes, onde se encaixam pequenos cursos d'água. A rede de drenagem, de padrão dominante subdendrítico, é constituída pelas bacias dos rios Cuieiras, Branquinho, Puraquequara e Preto da Eva e igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu, alongadas e orientadas segundo as direções NW-SE a NE-SW, condicionadas às direções dos principais lineamentos tectônicos dessa região. Texturalmente os solos variam de argiloso nos platôs a arenoso nos baixios, sobre os quais se desenvolveu uma exuberante cobertura vegetal (Floresta Tropical Amazônica), em clima quente e úmido, com média de precipitação superior a 2.300 mm/ano. Essa floresta exerce uma grande influência ambiental, notadamente no equilíbrio do ciclo hidrológico regional, além de seu papel no processo de recarga do aquífero Alter do Chão, a mais importante reserva estratégica de água doce da região. Os processos tectônicos, que influenciaram a morfologia do relevo local e condicionaram as drenagens, também exercem influência no processo de armazenamento e fluxo de água subterrânea. Os resultados do levantamento geoelétrico revelaram a existência de camadas de materiais clásticos e pelíticos, intercaladas e descontínuas, que se prolongam e se afunilam para norte, até o seu limite com rochas paleozóicas do Grupo Trombetas. O processo de recarga desse manancial subterrâneo, a partir da infiltração da água através de toda essa superfície, é mais eficaz devido a existência da cobertura vegetal. O monitoramento de nível freático realizado na bacia do rio Preto da Eva, ao longo de um período hidrológico anual (2010/2011), apresentou variação de nível da ordem de 7,0 metros (com taxa de variação volumétrica de 2,9 mm/ano), onde o nível máximo aconteceu cerca de um mês após o pico da estação chuvosa, enquanto que o nível mínimo ocorreu durante a estação chuvosa, com defasagem de até quatro meses do pico de chuva. Esse retardo corresponde ao período em que ocorre a recarga do aquífero, quando as drenagens são alimentadas pelo fluxo de base. Uma estimativa preliminar aponta, para essa porção do aquífero Alter do Chão, um estoque de cerca de 130 km3 de água de boa qualidade, disponível para uso. Todavia, a manutenção desse estoque depende, fundamentalmente, da ocupação e uso sustentável dessas terras, respeitando os limites de desflorestamento, as condições geomorfológicas locais e o uso sustentável dessa porção da floresta tropical Amazônica. |
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