Parkia multijuga (fabaceae): interações multi-espécie e estratégias que maximizam a sobrevivência nos estágios iniciais de sua história de vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12791 http://lattes.cnpq.br/1992059133849245 |
Resumo: | O período de maturação e dispersão de sementes é um momento crucial na história de vida das plantas. Interações antagônicas que ocorrem nesta fase podem comprometer a regeneração natural da espécie. A predação pré-dispersão e pós-dispersão de sementes é comum na maioria das Fabaceaes, que desenvolveram estratégias para minimizar o impacto dos predadores. Parkia multijuga Benth. (Fabaceae: Caesalpinioideae), é uma árvore amazônica de terra firme que frutifica em massa e em sincronia com outros indivíduos em longos intervalos de tempo entre uma estação e outra, e possui frutos indeiscentes com grandes sementes dormentes que são predadas por bruquídeos antes de serem dispersas e por roedores após a dispersão primária. Estes últimos também são dispersores das sementes. Estas interações ecológicas de multiespécie são fundamentais para a história de vida da espécie. Com o objetivo de entender, descrever e avaliar as vantagens e desvantagens dessas interações para a planta, coletou-se frutos de 15 indivíduos na região central do Amazonas, medindo-se a distância de dispersão primária e quantificando os frutos e sementes predados e não predados pré e pós dispersão primária, além de se verificar os níveis de predação por semente. Também se realizou experimentos de germinação com predação simulada em casa de vegetação. Em campo foram feitos experimentos que mediram a dispersão secundária e testaram a estratégia de mast-fruiting e modelo Janzen-Connel. Armadilhas fotográficas foram utilizadas para determinar que animais interagiam com frutos e identificar quais deles eram predadores/dispersores das sementes. As médias das medidas de dispersão primária variaram entre 4.36 m e 8.57 m, já a dispersão secundária registrou distâncias entre 3.00 m e 54.60 m com uma média de 16.23 m. Antes da dispersão primária, cerca de 30% das sementes são atingidas por bruquídeos, 20% são abortadas e 50% ficam dentro das vagens sobre o solo, para depois serem predadas ou dispersas/enterradas por roedores scatter-hoarding. Das sementes predadas pelos bruquídeos, 75% apresentaram um nível de predação menor que 31%, e 58% destas sementes sobrevivem e geram plântulas normais em condições de casa de vegetação. Cinco animais foram registrados interagindo com os frutos e sementes de P. multijuga evidenciando que estes foram os responsáveis pela remoção de todos os frutos e sementes dispostos sob a copa das árvores. Em ordem de frequência nos registros estão os seguintes animais (só os dois primeiros foram vistos abrindo os frutos); Myoprocta acouchy, Proechimys sp. cuvieri/guyannensis, Dasyprocta leporina, Metachirus nudicaudatus e Didelphis marcupialis. |
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Alves, Marcelo MenezesHopkins, Michael John GilbertBarnett, Adrian Paul Ashton2020-02-18T19:42:14Z2020-02-18T19:42:14Z2019-03-13https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12791http://lattes.cnpq.br/1992059133849245O período de maturação e dispersão de sementes é um momento crucial na história de vida das plantas. Interações antagônicas que ocorrem nesta fase podem comprometer a regeneração natural da espécie. A predação pré-dispersão e pós-dispersão de sementes é comum na maioria das Fabaceaes, que desenvolveram estratégias para minimizar o impacto dos predadores. Parkia multijuga Benth. (Fabaceae: Caesalpinioideae), é uma árvore amazônica de terra firme que frutifica em massa e em sincronia com outros indivíduos em longos intervalos de tempo entre uma estação e outra, e possui frutos indeiscentes com grandes sementes dormentes que são predadas por bruquídeos antes de serem dispersas e por roedores após a dispersão primária. Estes últimos também são dispersores das sementes. Estas interações ecológicas de multiespécie são fundamentais para a história de vida da espécie. Com o objetivo de entender, descrever e avaliar as vantagens e desvantagens dessas interações para a planta, coletou-se frutos de 15 indivíduos na região central do Amazonas, medindo-se a distância de dispersão primária e quantificando os frutos e sementes predados e não predados pré e pós dispersão primária, além de se verificar os níveis de predação por semente. Também se realizou experimentos de germinação com predação simulada em casa de vegetação. Em campo foram feitos experimentos que mediram a dispersão secundária e testaram a estratégia de mast-fruiting e modelo Janzen-Connel. Armadilhas fotográficas foram utilizadas para determinar que animais interagiam com frutos e identificar quais deles eram predadores/dispersores das sementes. As médias das medidas de dispersão primária variaram entre 4.36 m e 8.57 m, já a dispersão secundária registrou distâncias entre 3.00 m e 54.60 m com uma média de 16.23 m. Antes da dispersão primária, cerca de 30% das sementes são atingidas por bruquídeos, 20% são abortadas e 50% ficam dentro das vagens sobre o solo, para depois serem predadas ou dispersas/enterradas por roedores scatter-hoarding. Das sementes predadas pelos bruquídeos, 75% apresentaram um nível de predação menor que 31%, e 58% destas sementes sobrevivem e geram plântulas normais em condições de casa de vegetação. Cinco animais foram registrados interagindo com os frutos e sementes de P. multijuga evidenciando que estes foram os responsáveis pela remoção de todos os frutos e sementes dispostos sob a copa das árvores. Em ordem de frequência nos registros estão os seguintes animais (só os dois primeiros foram vistos abrindo os frutos); Myoprocta acouchy, Proechimys sp. cuvieri/guyannensis, Dasyprocta leporina, Metachirus nudicaudatus e Didelphis marcupialis.The period of seed maturation and dispersal is a crucial moment in the life history of plants. Antagonistic interactions that cease light can compromise the natural regeneration of the species. Pre-dispersion and post-dispersal seed predation is common in most Fabaceae, which develop strategies to minimize the impact of predators. Parkia multijuga Benth. (Fabaceae: Caesalpinioideae), is an Amazonian mainland tree that grows massively and synchronously with other individuals at long intervals from one season to the next, and has independent fruits with large seeds that are predated by bruquídeos before being dispersed and submitted to a primary dispersion. The latter are also seed dispersers. These multispecies ecological interactions are fundamental to a species' life history. In order to understand, describe and evaluate the advantages and disadvantages of these interactions for the plant, fruits were collected from 15 individuals from the central region of Amazonas, measuring the distance of primary dispersion and quantifying the fruits and predated seeds pre and post-primary dispersion, in addition to levels of seed predation. In addition, germination experiments with simulated predation were carried out under greenhouse conditions. In the field experiments were carried out that measured the secondary dispersion and tested the fruiting strategy of the mast and model of Janzen-Connel. Photographic traps were used to determine which animals interacted with the fruits and to identify which of them were seed predators / dispersers. The mean values of the primary dispersion measures varied between 4.36 m and 8.57 m, while the secondary dispersion recorded distances between 3.00 m and 54.60 m with an average of 16.23 m. Before primary dispersion, about 31.70% of the seeds are reached by bruquídeos, 18.32% are aborted and 49.97% are inside the pods, to be predated or dispersed/buried by scatter-hoarding rodents. Of the seeds predated by the bruquids, 75% had a predation level lower than 31%, and 58% of these seeds survive and generate normal seedlings under greenhouse conditions. Five animals were recorded interacting with the fruits and seeds of P. multijuga evidencing that they were responsible for the removal of all the fruits and seeds arranged under the canopy of the trees. In order of frequency in the records are the following animals (only the first two were seen opening the fruits); Myoprocta acouchy, Proechimys sp. cuvieri/guyannensis, Dasyprocta leporina, Metachirus nudicaudatus and Didelphis marcupialiporInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPABotânicaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessZoocoriaMast fruitingPredaçãoParkia multijuga (fabaceae): interações multi-espécie e estratégias que maximizam a sobrevivência nos estágios iniciais de sua história de vidainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertação Marcelo Menezes - PPGBOT.pdfDissertação Marcelo Menezes - PPGBOT.pdfapplication/pdf3355982https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12791/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Marcelo%20Menezes%20-%20PPGBOT.pdf70bd6674cc29f65766b39905cbfe18d6MD511/127912020-03-04 10:09:18.596oai:repositorio:1/12791Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-04T14:09:18Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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