Efeitos do bambu Guadua weberbaueri Pilger sobre a fisionomia e estrutura de uma floresta no sudoeste da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Átila Cristina Alves de
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12086
Resumo: As diferenças entre uma floresta primária de terra firme dominada pelo bambu arborescente/trepador Guadua weberbaueri (tabocal) e outra adjacenten sem bambu, foram atribuídas à presença ou ausência desta espécie. As duas comunidades ocorrem sobre solos semelhantes e não há registro histórico de fogo rasteiro no local. O estudo foi realizado perto de Sena Madureira, Acre, no sudoeste da Amazônia. Foram examinados os efeitos do bambu sobre a densidade e a área basal de três formas de vida (lianas, palmeiras e dicotiledôneas arbóreas e arborescentes) em três classes de circunferência (CAP): 7,8-29,9 cm, 30-59,9 cm e 60 cm. Também foi examinada a densidade das palmeiras acaules e finas 7,8 cm de CAP com altura 2,5 m. Para obter intervalos de confiança para as diferenças atribuídas ao bambu, foram alocadas dez parcelas de um hectare em cada comunidade para a classe 60 cm de CAP, com sub-parcelas para as classes de menor CAP. Neste local, o bambu morreu de forma sincronizada dez anos antes da pesquisa, liberando espaço agora ocupado por dicotiledôneas de até &45 cm de CAP - mais densas no tabocal, incluindo espécies típicas de floresta secundária. O adensamento desta classe pode ser temporário, sendo revertido na medida em que o bambu retoma o espaço. As árvores 60 cm de CAP (dicotiledôneas + palmeiras) são muito mais rarefeitas no tabocal (120 ± 4 indivíduos/ha; média ± 01 erro padrão) do que na floresta sem bambu (196 ± 5 indivíduos/ha), uma diferença provavelmente mantida durante todo o ciclo de vida de G. weberbaueri (&30 anos). Palmeiras de todas as classes são mais rarefeitas no tabocal, com diferença significativa (p= 0,005) para palmeiras 30 cm de CAP. A área basal de todas as formas de vida 30 cm de CAP na floresta sem bambu (24,9 ± 0,5 m²/ha) sofre umaperda de 33%¨na presença do bambu. A perda é menor quando indivíduos finos são incluídos, sendo 25% (excluindo o bambu) e 18,2% (incluindo o bambu) para todas as formas de vida 7,8 cm. A estrutura das duas comunidades foi comparada utilizando conceitos de morfo-espécie baseados no repertório de 223 nomes vulgares de um único informante. Parte desta lista, incluindo todas as palmeiras, foi traduzida pela nomes científicos. O índice quantitativo de similaridade de Morisita foi baixo (0,43 excluindo o bambu) e 30% das morfo-espécies são exclusivas de uma comunidade. As duas florestas foram bem amostradas, com 8.932 indivíduos levantados e curvas cumulativas de espécie-número atingindo a assíntota. No universo de 89 morfo-espécies suficientemente abudantes e não agrupadas para serem testadas (Mann-Whitney U), 56% são afetadas pela presença do bambu (p= 0,05), 25% destas mostrando densidade maior e 31% densidade reduzida. Os percentuais são conservadores, pois foram testados apenas as morfo-espécies com razão de densidades tabocal:floresta sem bambu 2:1 ou 1:2. O bambunão demonstra efetio sobre a riqueza das outras morfo-espécies, comparada em curvas de espécie-número, mas sua presença está associada com uma queda de equitabilidade entre as outras espécies na comunidade.
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