Transporte de umidade nos regimes monçônicos e sua variabilidade relacionada com eventos de seca e cheia na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Claúdia Priscila Wanzeler da
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12663
http://lattes.cnpq.br/6186548975691317
Resumo: As características do transporte e da convergência de umidade atmosférica dos regimes monçônicos do globo são obtidos. Especial ênfase é dada ao Sistema de Monção da América do Sul (MAS). Os dados em pontos de grade de reanálises do NCEP / NCAR para 62 anos são usados para os cálculos. O transporte sazonal de umidade que atravessa o equador no setor de um dado regime de monção é visto caracterizar a intensidade das monções. Enquanto, os ventos na troposfera inferior invertem sua direção da estação de inverno boreal (Dez-Jan-Fev, DJF) para estação de verão boreal (Jun-Jul-Ago, JJA) sobre as regiões monçônicas do Sul Asiático e o do Leste Africano, os ventos alísios sobre o Atlântico Tropical e América do Sul tropical, a leste dos Andes, permanecem basicamente de leste em todas as estações. No entanto, o transporte de umidade que atravessa o equador na região de MAS muda de sinal de JJA para DJF, sendo de norte para sul em DJF. A média do total anual do transporte de umidade equatorial do Hemisfério Sul (HS) para Hemisfério Norte (HN) é cerca de três vezes a descarga de água pelo rio Amazonas para o Oceano Atlântico. Entre o equador e 20ºN há convergência de umidade, a qual alimenta a região da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), isto explica sua posição ao norte do Equador. Uma comparação dos diferentes regimes de monção revela que a Monção do Sul Asiática é extensa e três vezes mais intensa do que a MAS. A Monção Australiana (MA) é mais fraca que a MAS e há uma indicação de que esta última seja mais forte, em média sazonal, quando a MA é mais fraca. A convergência de umidade responde por quase 70% do total de chuvas sobre a bacia Amazônica, os 30% restantes são fornecidos por evapotranspiração sobre a floresta Amazônica. As fontes de umidade para a bacia Amazônica estão situadas nos oceanos Atlântico Tropical Norte (ATN) e Atlântico Tropical Sul (ATS) longe do equador, precisamente nas saídas das Altas Subtropicais desses oceanos (35ºS e 35ºN). O transporte de umidade vindo do ATS para a bacia Amazônica passa sobre o Nordeste Brasileiro (NEB), no entanto, há divergência líquida de umidade sobre ele. A regressão mostrou uma relação não muito boa entre a convergência de umidade e a precipitação sobre a bacia Amazônica na estação chuvosa (outubro – abril), onde aproximadamente 34% da variabilidade da precipitação é explicada pela variabilidade da convergência de umidade sobre a bacia. O nível do rio Negro apresenta uma baixa correlação com a convergência de umidade sobre a bacia, sendo de 26% em DJF. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que o transporte de umidade pode ser utilizado como um índice confiável para identificar e caracterizar a intensidade de monção.
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No entanto, o transporte de umidade que atravessa o equador na região de MAS muda de sinal de JJA para DJF, sendo de norte para sul em DJF. A média do total anual do transporte de umidade equatorial do Hemisfério Sul (HS) para Hemisfério Norte (HN) é cerca de três vezes a descarga de água pelo rio Amazonas para o Oceano Atlântico. Entre o equador e 20ºN há convergência de umidade, a qual alimenta a região da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), isto explica sua posição ao norte do Equador. Uma comparação dos diferentes regimes de monção revela que a Monção do Sul Asiática é extensa e três vezes mais intensa do que a MAS. A Monção Australiana (MA) é mais fraca que a MAS e há uma indicação de que esta última seja mais forte, em média sazonal, quando a MA é mais fraca. A convergência de umidade responde por quase 70% do total de chuvas sobre a bacia Amazônica, os 30% restantes são fornecidos por evapotranspiração sobre a floresta Amazônica. As fontes de umidade para a bacia Amazônica estão situadas nos oceanos Atlântico Tropical Norte (ATN) e Atlântico Tropical Sul (ATS) longe do equador, precisamente nas saídas das Altas Subtropicais desses oceanos (35ºS e 35ºN). O transporte de umidade vindo do ATS para a bacia Amazônica passa sobre o Nordeste Brasileiro (NEB), no entanto, há divergência líquida de umidade sobre ele. A regressão mostrou uma relação não muito boa entre a convergência de umidade e a precipitação sobre a bacia Amazônica na estação chuvosa (outubro – abril), onde aproximadamente 34% da variabilidade da precipitação é explicada pela variabilidade da convergência de umidade sobre a bacia. O nível do rio Negro apresenta uma baixa correlação com a convergência de umidade sobre a bacia, sendo de 26% em DJF. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que o transporte de umidade pode ser utilizado como um índice confiável para identificar e caracterizar a intensidade de monção.Atmospheric moisture transport and moisture convergence characteristics of the monsoon regimes of the globe are obtained. Special emphasis is laid on the South American monsoon system. The NCEP/NCAR gridded analysis data for 62 years is used for the calculations. Seasonal cross-equatorial moisture transport in the sector of a given monsoon regime is seen to characterize the monsoon intensity. Whereas the lower tropospheric winds change their direction by almost 180 ° from winter season (DJF) to summer (JJA) over the South Asian and East African monsoon region, the trade winds over the tropical Atlantic and tropical South America east of the Andes remain basically easterlies in all seasons. However, the moisture transport across the equator in the South American monsoon region changes sign from JJA to DJF, being north to south in the DJF season. The mean yearly total cross-equatorial moisture transport from the Southern Hemisphere to Northern Hemisphere is approximately three times the discharge of water by the mighty Amazon River into the Atlantic, most of it happening in the Indian Ocean. Between the equator and 20ºN there is moisture convergence, which supplies moisture for the ITCZ. This explains its position to north of the equator. A comparison of different monsoon regimes reveals that the South Asian monsoon is wide and three times more intense than the South American monsoon. The Australian monsoon is weaker than the South American monsoon. There is an indication that the South American monsoon is stronger, on seasonal average, when the Australian monsoon is weaker. The convergence of moisture accounts for almost 70% of the total rainfall over the Amazon Basin, the remaining 30% is contributed by evapotranspiration over the Amazon forest. The sources of moisture for the Amazon Basin are situated in the Tropical North and South Atlantic Oceans away from the equator but equatorward of 35ºS and 35ºN. Moisture transport from the Tropical South Atlantic into the Amazon Basin passes over Northeast Brazil. However, there is net divergence of moisture over the Northeast. The regression showed a not very good relationship between the moisture convergence and precipitation over the Amazon basin in the wet season (October to April), where approximately 34% of the rainfall variability is explained by variability in moisture convergence over the basin. The level of the Rio Negro has a low correlation with the moisture convergence over the basin being 26% in DJF. The results of this study indicate that the atmospheric moisture transport can be used to identify the monsoon and characterize its intensityporInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAClima e Ambiente - CLIAMBAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessTransporte de umidadeMonçãoPrecipitação sazonalTransporte de umidade nos regimes monçônicos e sua variabilidade relacionada com eventos de seca e cheia na Amazôniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPA1/126632020-02-17 16:33:14.265oai:repositorio:1/12663Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://bdtd.inpa.gov.br/PUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestrepositorio@inpa.gov.br||repositorio@inpa.gov.bropendoar:2020-02-17T20:33:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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