O manejo do óleo-resina de Copaifera spp. realizado pelas etnias Arara (Karo) e Gavião (Ikolen) na Terra Indígena Igarapé Lourdes, Rondônia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Flavia Dinah Rodrigues de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5071
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4558992D2
Resumo: Foi avaliado o manejo do óleo-resina de Copaifera spp. realizado pelas etnias Arara e Gavião em três aldeias na Terra Indígena Igarapé Lourdes (RO). A identificação das espécies, quantificação da densidade dos indivíduos potencialmente produtivos, categorização físico-química dos óleos-resina, além da determinação da freqüência e da produção de indivíduos das diferentes espécies foram as variáveis analisadas neste estudo. Copaifera multijuga (copaíba mari-mari), com 3,6 indivíduos potencialmente produtivos por hectare e C. piresii (copaíba angelim-vermelho), com 1,4 por hectare, são as espécies predominantes; há ainda o morfotipo copaíba angelim-branco (Copaifera sp) que não foi identificado. A análise físico-química revelou diferenças expressivas: o óleo-resina de Copaifera multijuga é mais liquido, claro, menos ácido e saponificável que Copaifera sp., que é mais turvo, espesso, ácido e saponificado; C. piresii apresentou características intermédias. As práticas adotadas para a coleta, após oito anos de extração com a finalidade econômica, demonstram que a totalidade das árvores manejadas amostradas foram corretamente furadas com auxílio de trados, entretanto, 33 indivíduos não tiveram os orifícios fechados, o que propiciou a entrada e o ataque massivo de térmitas. Aqueles fechados com tornos tiveram relação direta com a presença moderada de cupins. Em relação à freqüência de árvores produtivas verificou-se que as re-exploradas tiveram padrões semelhantes àquelas virgens, provavelmente explicados pela não exaustão do óleo-resina nas práticas de coleta, permanecendo abertas em média 30 minutos. As quantidades liberadas por espécie indicam diferenças significativas entre as produções de C.multijuga e C.piresii, sendo que a primeira produziu mais óleo nas extrações secundárias e a segunda teve maior produção de árvores intactas. Aparentemente, as árvores de C. piresii conseguem acumular maiores quantidades de óleo-resina em seu interior por serem maiores, enquanto aquelas de C. multijuga têm produções iniciais menos expressivas. Em árvores re-exploradas, C.multijuga parece ter maior resiliência, ou seja, maior capacidade de recomposição de óleo-resina, e assim, maior continuidade de produção. Por outro lado, indivíduos de C.piresii têm produções subseqüentes menores. Os diâmetros ideais para coleta variaram de 63 a 72,9 cm, enquanto as árvores menos produtivas possuem os menores DAPs, demonstrando que o tamanho da árvore é uma variável de destaque para o sucesso na coleta.
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A análise físico-química revelou diferenças expressivas: o óleo-resina de Copaifera multijuga é mais liquido, claro, menos ácido e saponificável que Copaifera sp., que é mais turvo, espesso, ácido e saponificado; C. piresii apresentou características intermédias. As práticas adotadas para a coleta, após oito anos de extração com a finalidade econômica, demonstram que a totalidade das árvores manejadas amostradas foram corretamente furadas com auxílio de trados, entretanto, 33 indivíduos não tiveram os orifícios fechados, o que propiciou a entrada e o ataque massivo de térmitas. Aqueles fechados com tornos tiveram relação direta com a presença moderada de cupins. Em relação à freqüência de árvores produtivas verificou-se que as re-exploradas tiveram padrões semelhantes àquelas virgens, provavelmente explicados pela não exaustão do óleo-resina nas práticas de coleta, permanecendo abertas em média 30 minutos. As quantidades liberadas por espécie indicam diferenças significativas entre as produções de C.multijuga e C.piresii, sendo que a primeira produziu mais óleo nas extrações secundárias e a segunda teve maior produção de árvores intactas. Aparentemente, as árvores de C. piresii conseguem acumular maiores quantidades de óleo-resina em seu interior por serem maiores, enquanto aquelas de C. multijuga têm produções iniciais menos expressivas. Em árvores re-exploradas, C.multijuga parece ter maior resiliência, ou seja, maior capacidade de recomposição de óleo-resina, e assim, maior continuidade de produção. Por outro lado, indivíduos de C.piresii têm produções subseqüentes menores. Os diâmetros ideais para coleta variaram de 63 a 72,9 cm, enquanto as árvores menos produtivas possuem os menores DAPs, demonstrando que o tamanho da árvore é uma variável de destaque para o sucesso na coleta.This study dealt with the evaluation of management for oil-resin production of three species of Copaifera. The evaluated management techniques have been practiced for many years in the indigenous reservation Igarapé Lourdes in Rondônia by the ethnic groups Arara and Gavião. Several surveys were carried out to determine: species identification, number of potentially productive individuals, and physicochemical oil-resin characterization in addition to the abundance and productions of different Copaifera species. The abundance of potentially productive Copaifera multijuga (copaíba mari-mari) averaged 3.6 individuals per hectare, and C. piresii (copaíba angelim-vermelho) averaged 1.4 per hectare. Another Copaifera, which is popularly known as copaíba angelim-branco was also included in this study. In terms of physicochemical characteristics of the oil-resin, the species of Copaifera presented the following differences: C. multijuga is more fluid, bright, less acid and saponifiable than Copaifera sp., which is dark, thick, acid and saponificated; C. piresii presented intermediate characteristics. The oil-resin extraction techniques adopted during the past eight years for economical purposes have shown that all managed trees were correctly perforated using manual drills. However, holes of 33 individuals were not properly sealed; therefore, the invasion by termites was facilitated. In those holes properly sealed the presence of termites was moderate. The number of productive trees was quite similar in both oil-resin extraction occasions, i.e., there is no difference between the first and subsequent extractions; maybe the good practices for extraction could be the main reason for this fact. The production rates were significantly different between C. multijuga and C. piresii; for trees in the first extraction C. piresii performed better than C. multijuga, and in the second extraction occasion, the performance was just inverted. This result indicates that C. piresii trees can accumulate more oil-resin in their interior, which could be an artifact due to their diameters that are larger than those of C. multijuga. In the second or subsequent extraction occasion C. multijuga presented good performance in refilling the stem with oil-resin, which helps to maintain a uniform production of the species. On the other hand, individuals of C.piresii have presented lower production rates over time. The best performance in terms of oil-resin production was obtained in larger trees whose diameters varied from 63 to 72.9 cm, which means that diameter size is highly and positively correlated with oil-resin production.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPACiências de Florestas Tropicais - CFTAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessManejoÓleo-resina de copaíbaPráticas de coletaProduçãoO manejo do óleo-resina de Copaifera spp. realizado pelas etnias Arara (Karo) e Gavião (Ikolen) na Terra Indígena Igarapé Lourdes, Rondôniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALFlavia_Souza.pdfFlavia_Souza.pdfapplication/pdf2473295https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/5071/1/Flavia_Souza.pdf2ca8211cb74f9e697fa46a74bb02f6e1MD511/50712020-01-21 09:55:03.464oai:repositorio:1/5071Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://bdtd.inpa.gov.br/PUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestrepositorio@inpa.gov.br||repositorio@inpa.gov.bropendoar:2020-01-21T13:55:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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