Estudo e reclassificação dos estados espectrais da binária de raios X 1E 1740.7−2942

• Autor(a) principal: Jurandi Leão Santos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
• Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21c/2020/03.04.20.39

A fonte 1E 1740.7-2942 (1E), localizada próxima ao centro Galáctico, é uma binária de raios X cujo objeto compacto é classificado como um candidato a buraco negro devido às semelhanças espectrais com Cygnus X-1. Os espectros em raios X duros de 1E (20 < E < 200 keV) podem ser entendidos pelo modelo do sombreiro, onde fótons térmicos oriundos do disco de acreção são comptonizados em uma coroa quente de elétrons. Nesse modelo, os espectros em raios X podem ser ajustados por uma lei de potência, cujo índice, Gamma, é usado para caracterizar o estado espectral da fonte. Valores na literatura para esse índice, porém, são quotados em uma ampla faixa (e.g., entre 1,2 e 2,5). Neste trabalho de dissertação de mestrado analisamos o banco de dados públicos do ISGRI/INTEGRAL da fonte 1E. Reduzimos os dados para obtermos espectros na faixa de 20-200 keV, bem como curvas de luz em oito diferentes bandas. Usamos o ambiente do XSPEC para fazer a análise dos espectros. Os dados nos permitiram verificar que 1E encontra-se majoritariamente no estado (canônico) duro e é uma das fontes mais brilhantes na região em que é observada (corroborando resultados anteriores). Uma análise da distribuição dos índices de lei de potência nos permitiu distinguir quatro estados espectrais em raios X duros de 1E. Com a aplicação de um modelo de Comptonização estudamos também a correlação entre alguns parâmetros físicos, como a temperatura e a profundidade óptica da coroa de elétrons. Resultados indicam que em 1E a coroa encontra-se estável, sendo os estados espectrais da fonte consequência do truncamento do raio do disco, como descrito canônicamente pelo modelo do sombreiro.