Simulações de clima para o holoceno médio usando o MCGA do CPTEC, com ênfase sobre a América do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE |
Texto Completo: | http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m17@80/2007/12.18.18.51 |
Resumo: | Este trabalho tem o objetivo de analisar o clima do Holoceno Médio (HM) para a América do Sul (AS), a partir da sinergia entre a forçante dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, utilizando o modelo de circulação geral atmosférica (MCGA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) com resolução T062 e 28 níveis na vertical (T062L28). Realizaram-se simulações climáticas a partir da modificação dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, para valores típicos do HM, utilizando dois conjuntos de temperatura da superfície do mar (TSM) [climatológica do AMIP (HMS1) e gerada pela componente oceânica do MCG oceano-atmosfera acoplado do Institut Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. Os resultados foram comparados com as simulações de outros modelos e indícios paleoclimáticos, para compreender como o MCGA do CPTEC responde às mudanças climáticas e avaliar as diferenças do clima da AS no presente e no HM. Os resultados sugerem clima mais úmido sobre o nordeste da AS, devido ao aumento do fluxo de umidade proveniente do oceano Atlântico trazido pela alta subtropical do Atlântico Sul, que no HM encontrava-se mais próxima do continente e ligeiramente mais intensa. Desintensificação dos ventos alísios no HM acarretou num deslocamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e reduziu o fluxo de umidade do Atlântico tropical para a região Amazônica, deixando-a mais seca no HM. Essa redução da precipitação tem um impacto significativo no transporte da umidade da bacia Amazônica à Bacia do Prata, e consequentemente sobre a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), levando a uma redução da precipitação na posição atual da ZCAS, e esta foi simulada ligeiramente mais fraca durante o HMS1 e sua existência não foi evidenciada no experimento com as TSM do IPSL (HMS2). Na temperatura, verificou-se sinal de resfriamento durante todo ano no HM, sobre a AS, exceto no oeste da região Amazônica, que sugere um sinal de ligeiro aquecimento. Verificou-se intensificação do fluxo de umidade em 850 hPa, sobre continente, durante o HM, consequência da intensificação e proximidade do continente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Este padrão durante o verão no HM é similar ao observado no outono e inverno no clima presente. Também verificou-se a intensificação do escoamento a leste dos Andes ao sul de 20°S, que sugere uma possível influência na intensidade da circulação do jato de baixos níveis nos regimes climáticos do centro oeste, sul e sudeste do Brasil. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisSimulações de clima para o holoceno médio usando o MCGA do CPTEC, com ênfase sobre a América do SulClimate simulations of the mid-holocene as produced by the CPTEC atmospheric general circulation model in the South America2007-12-10José Antonio Marengo OrsiniJulio Pablo Reyes FernandezCarlos Afonso NobreLuiz Carlos Ruiz PessendaPedro Leite da Silva DiasMaria Luciene Dias de MeloInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)Programa de Pós-Graduação do INPE em MeteorologiaINPEBRmudanças climáticaspaleoclimaholoceno médioMCGA do CPTECparâmetros orbitaisclimate changepaleoclimatologymid-holoceneCPTEC AGCMorbital parameterEste trabalho tem o objetivo de analisar o clima do Holoceno Médio (HM) para a América do Sul (AS), a partir da sinergia entre a forçante dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, utilizando o modelo de circulação geral atmosférica (MCGA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) com resolução T062 e 28 níveis na vertical (T062L28). Realizaram-se simulações climáticas a partir da modificação dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, para valores típicos do HM, utilizando dois conjuntos de temperatura da superfície do mar (TSM) [climatológica do AMIP (HMS1) e gerada pela componente oceânica do MCG oceano-atmosfera acoplado do Institut Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. Os resultados foram comparados com as simulações de outros modelos e indícios paleoclimáticos, para compreender como o MCGA do CPTEC responde às mudanças climáticas e avaliar as diferenças do clima da AS no presente e no HM. Os resultados sugerem clima mais úmido sobre o nordeste da AS, devido ao aumento do fluxo de umidade proveniente do oceano Atlântico trazido pela alta subtropical do Atlântico Sul, que no HM encontrava-se mais próxima do continente e ligeiramente mais intensa. Desintensificação dos ventos alísios no HM acarretou num deslocamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e reduziu o fluxo de umidade do Atlântico tropical para a região Amazônica, deixando-a mais seca no HM. Essa redução da precipitação tem um impacto significativo no transporte da umidade da bacia Amazônica à Bacia do Prata, e consequentemente sobre a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), levando a uma redução da precipitação na posição atual da ZCAS, e esta foi simulada ligeiramente mais fraca durante o HMS1 e sua existência não foi evidenciada no experimento com as TSM do IPSL (HMS2). Na temperatura, verificou-se sinal de resfriamento durante todo ano no HM, sobre a AS, exceto no oeste da região Amazônica, que sugere um sinal de ligeiro aquecimento. Verificou-se intensificação do fluxo de umidade em 850 hPa, sobre continente, durante o HM, consequência da intensificação e proximidade do continente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Este padrão durante o verão no HM é similar ao observado no outono e inverno no clima presente. Também verificou-se a intensificação do escoamento a leste dos Andes ao sul de 20°S, que sugere uma possível influência na intensidade da circulação do jato de baixos níveis nos regimes climáticos do centro oeste, sul e sudeste do Brasil.Climate variations and change are analyzed during the Mid-Holocene (MH) for South America (SA), using the atmospheric general circulation model (AGCM) from the Center for Weather Forecasts and Climate Studies (CPTEC) with a T062L28 resolution. Simulations were made by modifying the orbital parameters and CO2 concentration, using typical MH values used by other studies on MH simulations, and with sea surface temperature (SST) data from two different groups [AMIP climatologic (HMS1) and that generated by the ocean component of the coupled ocean-atmosphere from the Institute Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. The results were compared with simulations made by previous MH climate simulations from the Paleoclimate Modeling Intercomparison Project (PMIP) I and II and paleoclimate indicators, to understand how much the CPTEC AGCM is able to simulate changes in the SA climate during the MH. A wetter behavior was detected over Northeastern SA during almost all year long, excepting from autumn where a northward displacement of the Intertropical Convergence Zone (ITCZ) is verified, associated with a weakening of the northeast trade winds and the moisture flow from Tropical Atlantic into the Amazon region. The Amazon region was found drier except in autumn and spring in the MH. The reduction of the precipitation has an important impact in the moisture transport from the Amazon basin to Parana-Plata basin, and consequently over the South Atlantic Convergence Zone (SACZ) formation, leading to a reduction of the precipitation in the SACZ current position. The SCAZ is slightly weaker during HMS1 and its existence was not detected in the experiment with IPSL TSM (HMS2). In the temperature, a signal of cooling during all over the year in the MH was verified, over SA, except in the west of the Amazon region that suggests evidences for a weak warming. Moisture flow intensification in the 850 hPa level was verified over the continent east of the Andes and South of 20 S during the MH, as consequence of the intensification and proximity of the South Atlantic Subtropical High (SASH) to the continent. These patterns, during summer in the MH, are similar to those observed in autumn and winter in the current climate. Weakening of the moisture flow from the tropical Atlantic north of 20°S to the East of the Andes was also verified.http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m17@80/2007/12.18.18.51info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPEinstname:Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)instacron:INPE2021-07-31T06:53:09Zoai:urlib.net:sid.inpe.br/mtc-m17@80/2007/12.18.18.51.32-0Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bibdigital.sid.inpe.br/PUBhttp://bibdigital.sid.inpe.br/col/iconet.com.br/banon/2003/11.21.21.08/doc/oai.cgiopendoar:32772021-07-31 06:53:09.761Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)false |
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Este trabalho tem o objetivo de analisar o clima do Holoceno Médio (HM) para a América do Sul (AS), a partir da sinergia entre a forçante dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, utilizando o modelo de circulação geral atmosférica (MCGA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) com resolução T062 e 28 níveis na vertical (T062L28). Realizaram-se simulações climáticas a partir da modificação dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, para valores típicos do HM, utilizando dois conjuntos de temperatura da superfície do mar (TSM) [climatológica do AMIP (HMS1) e gerada pela componente oceânica do MCG oceano-atmosfera acoplado do Institut Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. Os resultados foram comparados com as simulações de outros modelos e indícios paleoclimáticos, para compreender como o MCGA do CPTEC responde às mudanças climáticas e avaliar as diferenças do clima da AS no presente e no HM. Os resultados sugerem clima mais úmido sobre o nordeste da AS, devido ao aumento do fluxo de umidade proveniente do oceano Atlântico trazido pela alta subtropical do Atlântico Sul, que no HM encontrava-se mais próxima do continente e ligeiramente mais intensa. Desintensificação dos ventos alísios no HM acarretou num deslocamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e reduziu o fluxo de umidade do Atlântico tropical para a região Amazônica, deixando-a mais seca no HM. Essa redução da precipitação tem um impacto significativo no transporte da umidade da bacia Amazônica à Bacia do Prata, e consequentemente sobre a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), levando a uma redução da precipitação na posição atual da ZCAS, e esta foi simulada ligeiramente mais fraca durante o HMS1 e sua existência não foi evidenciada no experimento com as TSM do IPSL (HMS2). Na temperatura, verificou-se sinal de resfriamento durante todo ano no HM, sobre a AS, exceto no oeste da região Amazônica, que sugere um sinal de ligeiro aquecimento. Verificou-se intensificação do fluxo de umidade em 850 hPa, sobre continente, durante o HM, consequência da intensificação e proximidade do continente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Este padrão durante o verão no HM é similar ao observado no outono e inverno no clima presente. Também verificou-se a intensificação do escoamento a leste dos Andes ao sul de 20°S, que sugere uma possível influência na intensidade da circulação do jato de baixos níveis nos regimes climáticos do centro oeste, sul e sudeste do Brasil. |
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Climate variations and change are analyzed during the Mid-Holocene (MH) for South America (SA), using the atmospheric general circulation model (AGCM) from the Center for Weather Forecasts and Climate Studies (CPTEC) with a T062L28 resolution. Simulations were made by modifying the orbital parameters and CO2 concentration, using typical MH values used by other studies on MH simulations, and with sea surface temperature (SST) data from two different groups [AMIP climatologic (HMS1) and that generated by the ocean component of the coupled ocean-atmosphere from the Institute Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. The results were compared with simulations made by previous MH climate simulations from the Paleoclimate Modeling Intercomparison Project (PMIP) I and II and paleoclimate indicators, to understand how much the CPTEC AGCM is able to simulate changes in the SA climate during the MH. A wetter behavior was detected over Northeastern SA during almost all year long, excepting from autumn where a northward displacement of the Intertropical Convergence Zone (ITCZ) is verified, associated with a weakening of the northeast trade winds and the moisture flow from Tropical Atlantic into the Amazon region. The Amazon region was found drier except in autumn and spring in the MH. The reduction of the precipitation has an important impact in the moisture transport from the Amazon basin to Parana-Plata basin, and consequently over the South Atlantic Convergence Zone (SACZ) formation, leading to a reduction of the precipitation in the SACZ current position. The SCAZ is slightly weaker during HMS1 and its existence was not detected in the experiment with IPSL TSM (HMS2). In the temperature, a signal of cooling during all over the year in the MH was verified, over SA, except in the west of the Amazon region that suggests evidences for a weak warming. Moisture flow intensification in the 850 hPa level was verified over the continent east of the Andes and South of 20 S during the MH, as consequence of the intensification and proximity of the South Atlantic Subtropical High (SASH) to the continent. These patterns, during summer in the MH, are similar to those observed in autumn and winter in the current climate. Weakening of the moisture flow from the tropical Atlantic north of 20°S to the East of the Andes was also verified. |
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