Variabilidade da precipitação no litoral leste da Região Nordeste do Brasil

• Autor(a) principal: Marley Cavalcante de Lima
• Data de Publicação: 1991
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
• Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/MTC-m13@80/2005/08.23.14.43

Neste trabalho e realizado um estudo das características climatológicas da precipitação sobre o leste da Região Nordeste do Brasil. Em termos de distribuição espacial, o período de maio e junho representa a estação chuvosa com 30 da precipitação anual que ocorre nestes dois meses. O período de quatro meses, de abril a julho, explica 60 da precipitação anual. observou-se que a característica típica desta região e a incidência de eventos extremos (secas e enchentes), o que indica que há uma variação interanual relativamente grande. os principais processos responsáveis pela variação interanual da precipitação desta região são: 1) a posição e a intensidade do sistema de alta pressão no Atlântico Sul, como revelado pelas variações do vento a superfície na Ilha de Trindade e em Abrolhos; 2) a ocorrência ou ausência de El Nino, dado pelo índice de Oscilação Sul (IOS) e 3) a variação de temperatura da superfície do mar (TSM) no Atlântico Subtropical. Conclui-se que o IOS não se correlaciona bem com a variação interanual da precipitação sobre o leste do nordeste do Brasil. O vento a superfície na Ilha de Trindade e em Abrolhos correlaciona-se bem com a variação interanual da precipitação nesta região. Isto mostra que a posição e a intensidade da Alta Subtropical do Atlântico Sul tem uma influencia em controlar a precipitação nesta região. Os altos valores da correlação com "lag" entre o vento a superfície nestas duas estações e a precipitação no leste do Nordeste do Brasil sugere a utilidade deste parâmetro para a previsão de longo prazo da precipitação nesta região. A relação entre a TSM no Atlântico Tropical e a precipitação mostra que uma configuração tipo dipolo, com temperaturas mais altas (baixas) no sul (norte) do Atlântico, e favorável a precipitação maior (menor). Embora isto seja qualitativamente similar ao que foi notado por Hastenrath e Heller (1977) e por Moura e Shukla (1981), os detalhes dos centros de maiores correlações são diferentes.