Impacto do desflorestamento na velocidade de propagação da água em zonas de várzea do baixo Amazonas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE |
Texto Completo: | http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/01.20.13.11 |
Resumo: | As mudanças na velocidade do fluxo de inundação tem impacto relevante tanto para a hidráulica quanto para os aspectos ecológicos e biogeoquímicos das várzeas. Trabalhos recentes mostraram elevado desflorestamento na planície do baixo Amazonas (RENÓ et al., 2011), que é uma região de floresta inundável, o qual está relacionado à redução da rugosidade hidráulica nesta região. Além desse fato, existem indícios de um aumento da velocidade da onda de inundação à jusante de Manaus (SOMOZA et al., 2013). Contudo, para quantificar o real impacto do desflorestamento tanto na redução de rugosidade hidráulica quanto na variação da velocidade de fluxo, faz-se necessário um estudo aprofundado dessa temática, envolvendo tanto a análise de dados observacionais in situ e/ou por sensoriamento remoto, quanto por modelagem computacional hidrodinâmica de alto desempenho. É dentro desse contexto que se insere o presente trabalho no qual foram integradas informações que quantificam a mudança de rugosidade hidráulica da planície de inundação do Lago Grande de Curuai a um modelo de propagação da água. As caraterísticas da hidrodinâmica da várzea de Curuai, descritas previamente em um modelo conceitual (BARBOSA, 2005), foram bem representadas pelas simulações do modelo hidrodinâmico ANUGA. Os resultados sugerem de forma indireta, que a redução de 17\% no valor médio da rugosidade hidráulica, numa área correspondente a 33,4\% da extensão várzea, modificou os padrões da velocidade média do escoamento dágua impactando toda a várzea de Curuai. No extremo Oeste da várzea de Curuai, onde foi observada a região com maior remoção da floresta e consequente diminuição dos valores de rugosidade hidráulica, constatou-se que o desflorestamento nos canais de entrada à planície de inundação acelera o processo de inundação das áreas periodicamente inundáveis da várzea. Simulações realizadas para o período de cheia extrema de 2009 mostraram que no sistema de troca rio-várzea, os canais localizados a Oeste, são mais dependentes da distribuição espacial das mudanças na rugosidade hidráulica que da variabilidade no nível fluviométrico. |
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As caraterísticas da hidrodinâmica da várzea de Curuai, descritas previamente em um modelo conceitual (BARBOSA, 2005), foram bem representadas pelas simulações do modelo hidrodinâmico ANUGA. Os resultados sugerem de forma indireta, que a redução de 17\% no valor médio da rugosidade hidráulica, numa área correspondente a 33,4\% da extensão várzea, modificou os padrões da velocidade média do escoamento dágua impactando toda a várzea de Curuai. No extremo Oeste da várzea de Curuai, onde foi observada a região com maior remoção da floresta e consequente diminuição dos valores de rugosidade hidráulica, constatou-se que o desflorestamento nos canais de entrada à planície de inundação acelera o processo de inundação das áreas periodicamente inundáveis da várzea. Simulações realizadas para o período de cheia extrema de 2009 mostraram que no sistema de troca rio-várzea, os canais localizados a Oeste, são mais dependentes da distribuição espacial das mudanças na rugosidade hidráulica que da variabilidade no nível fluviométrico.The water flow velocity has a relevant importance for the hydraulic, ecological and biogeochemical characteristics of the floodplain. In the last 30 years, almost half of the floodplain forest in the Lower Amazon has been removed (RENÓ et al., 2011), what probably caused a hydraulic roughness reduction. Also, an increase in the velocity of the flood wave downstream from Manaus was suggested by the statistical analyses of water level time-series (SOMOZA et al., 2013). However, to quantify the actual impact of deforestation either on hydraulic roughness or on water flood velocity, it was necessary a comprehensive study of this theme. The hypothesis that floodplain forest deforestation causes the increase in the flood wave velocity was tested by integrating remote sensing and in situ data into a water propagation model. The model allowed simulating different land use scenarios of the floodplain, in the last 30 years. The hydrodynamic characteristics of the Curuai floodplain, previously described in a conceptual model (BARBOSA, 2005), were well represented by the simulation with the hydrodynamic model ANUGA. Over the past 30 years, the runoff circulation pattern had no significant changes. At the West side of the Curuai floodplain, deforestation next to the input channels accelerated the flood wave propagation into the periodically flooded areas of the floodplain. This region corresponds to the highest removal of forest areas with consequent reduction of hydraulic roughness. Simulations of extreme events as the flood of 2009 showed that channels located at the West side of the Curuai floodplain were more dependent on the spatial distribution of the hydraulic roughness than on water level variability.http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/01.20.13.11info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPEinstname:Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)instacron:INPE2021-07-31T06:54:58Zoai:urlib.net:sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/01.20.13.11.53-0Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bibdigital.sid.inpe.br/PUBhttp://bibdigital.sid.inpe.br/col/iconet.com.br/banon/2003/11.21.21.08/doc/oai.cgiopendoar:32772021-07-31 06:54:58.739Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)false |
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As mudanças na velocidade do fluxo de inundação tem impacto relevante tanto para a hidráulica quanto para os aspectos ecológicos e biogeoquímicos das várzeas. Trabalhos recentes mostraram elevado desflorestamento na planície do baixo Amazonas (RENÓ et al., 2011), que é uma região de floresta inundável, o qual está relacionado à redução da rugosidade hidráulica nesta região. Além desse fato, existem indícios de um aumento da velocidade da onda de inundação à jusante de Manaus (SOMOZA et al., 2013). Contudo, para quantificar o real impacto do desflorestamento tanto na redução de rugosidade hidráulica quanto na variação da velocidade de fluxo, faz-se necessário um estudo aprofundado dessa temática, envolvendo tanto a análise de dados observacionais in situ e/ou por sensoriamento remoto, quanto por modelagem computacional hidrodinâmica de alto desempenho. É dentro desse contexto que se insere o presente trabalho no qual foram integradas informações que quantificam a mudança de rugosidade hidráulica da planície de inundação do Lago Grande de Curuai a um modelo de propagação da água. As caraterísticas da hidrodinâmica da várzea de Curuai, descritas previamente em um modelo conceitual (BARBOSA, 2005), foram bem representadas pelas simulações do modelo hidrodinâmico ANUGA. Os resultados sugerem de forma indireta, que a redução de 17\% no valor médio da rugosidade hidráulica, numa área correspondente a 33,4\% da extensão várzea, modificou os padrões da velocidade média do escoamento dágua impactando toda a várzea de Curuai. No extremo Oeste da várzea de Curuai, onde foi observada a região com maior remoção da floresta e consequente diminuição dos valores de rugosidade hidráulica, constatou-se que o desflorestamento nos canais de entrada à planície de inundação acelera o processo de inundação das áreas periodicamente inundáveis da várzea. Simulações realizadas para o período de cheia extrema de 2009 mostraram que no sistema de troca rio-várzea, os canais localizados a Oeste, são mais dependentes da distribuição espacial das mudanças na rugosidade hidráulica que da variabilidade no nível fluviométrico. |
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As mudanças na velocidade do fluxo de inundação tem impacto relevante tanto para a hidráulica quanto para os aspectos ecológicos e biogeoquímicos das várzeas. Trabalhos recentes mostraram elevado desflorestamento na planície do baixo Amazonas (RENÓ et al., 2011), que é uma região de floresta inundável, o qual está relacionado à redução da rugosidade hidráulica nesta região. Além desse fato, existem indícios de um aumento da velocidade da onda de inundação à jusante de Manaus (SOMOZA et al., 2013). Contudo, para quantificar o real impacto do desflorestamento tanto na redução de rugosidade hidráulica quanto na variação da velocidade de fluxo, faz-se necessário um estudo aprofundado dessa temática, envolvendo tanto a análise de dados observacionais in situ e/ou por sensoriamento remoto, quanto por modelagem computacional hidrodinâmica de alto desempenho. É dentro desse contexto que se insere o presente trabalho no qual foram integradas informações que quantificam a mudança de rugosidade hidráulica da planície de inundação do Lago Grande de Curuai a um modelo de propagação da água. As caraterísticas da hidrodinâmica da várzea de Curuai, descritas previamente em um modelo conceitual (BARBOSA, 2005), foram bem representadas pelas simulações do modelo hidrodinâmico ANUGA. Os resultados sugerem de forma indireta, que a redução de 17\% no valor médio da rugosidade hidráulica, numa área correspondente a 33,4\% da extensão várzea, modificou os padrões da velocidade média do escoamento dágua impactando toda a várzea de Curuai. No extremo Oeste da várzea de Curuai, onde foi observada a região com maior remoção da floresta e consequente diminuição dos valores de rugosidade hidráulica, constatou-se que o desflorestamento nos canais de entrada à planície de inundação acelera o processo de inundação das áreas periodicamente inundáveis da várzea. Simulações realizadas para o período de cheia extrema de 2009 mostraram que no sistema de troca rio-várzea, os canais localizados a Oeste, são mais dependentes da distribuição espacial das mudanças na rugosidade hidráulica que da variabilidade no nível fluviométrico. |
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