Investigações rádio-interferométrica de fenômenos solares e método de calibração usando satélites de GPS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE |
Texto Completo: | http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/02.12.00.19 |
Resumo: | As explosões solares e os buracos coronais são fenômenos solares que estão diretamente associados à dinâmica do campo magnético solar e que têm grande importância para o Clima Espacial. Observações rádio-interferométricas nas bandas métrica e decimétrica são contrapartidas importantes em investigações multi-espectrais destes fenômenos pois é somente através do uso de interferômetros que podem ser atingidas, nestas faixas de frequências, resoluções angulares comparáveis às dos observatórios espaciais solares de ultra-violeta e raios-X em operação atualmente - da ordem de segundos de arco. Neste contexto, o ``Giant Metrewave Radio Telescope'' (GMRT) foi utilizado para a realização das observações de explosões solares e buracos coronais apresentadas neste trabalho, respectivamente na banda de frequência dupla de 244/611 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60/20 e na banda de 157 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60. Nos mapas solares do GMRT, foram obtidas faixas dinâmicas que variam entre 20:1 e 170:1, no caso de imageamento instantâneo (``snapshot'') ou por síntese de rotação, respectivamente. Através de investigações multi-espectrais de um buraco coronal observado com o GMRT em 04/06/2005, utilizando imagens de rádio em ondas métricas, ultravioleta extremo e raios-X moles, foi possível obter as suas características morfológicas e determinar sua temperatura e densidade eletrônica, respectivamente $ 7,7 \times 105$ K e $ 6,79 \times 107$ cm$ ^{-3}$ . Por outro lado, através de investigações multi-espectrais de uma explosão solar observada com o GMRT em 26/11/2005, utilizando imagens e curvas de luz em rádio, ultravioleta e raios-X moles, foi possível estimar que a altura da região onde a energia da explosão foi liberada é $ \sim$ 100 Mm acima da Fotosfera. Além disso, através da análise de periodicidades nas curvas de luz em rádio utilizando transformada Morlet Wavelet, foi detectada a ocorrência de oscilações acústicas com períodos de 187, 215 e 283 segundos, indicando a presença de estruturas associadas a estas oscilações com extensões no intervalo 30 -- 50 Mm. As observações solares interferométricas, contudo, normalmente não são completamente calibradas devido à falta de fontes calibradoras com fluxos da mesma ordem ou maiores que o do Sol, e a principal implicação disso é uma limitação na qualidade das imagens solares interferométricas. Enquanto isso, os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS) podem ser considerados fontes puntuais para a maior parte dos interferômetros solares em operação atualmente, com órbitas bem conhecidas e fluxo na superfície da Terra com intensidade maior que a do fluxo solar em 1575 MHz. Buscando obter mapas solares com qualidade ainda maior do que aquela que pode ser obtida com as técnicas utilizadas atualmente, um novo método para calibração de observações interferométricas solares é proposto neste trabalho, utilizando os satélites de GPS como fontes calibradoras. Este método foi aplicado a observações solares realizadas com o protótipo do ``Brazilian Decimetric Array'' (PBDA) e os resultados obtidos indicam que os sinais de satélites de GPS são adequados para a calibração de fontes de emissão muito intensas, podendo ser aplicados a observações solares interferométricas. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInvestigações rádio-interferométrica de fenômenos solares e método de calibração usando satélites de GPSRadio interferometric investigations of solar phenomena and calibration method using GPS satellites2009-02-26Hanumant Shankar SawantJosé Roberto CecattoJoaquim Eduardo Rezende CostaFrancisco Carlos Rocha FernandesClaudio FariaJacques Raymond Daniel LépineFelipe Ramos Hald MadsenInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)Programa de Pós-Graduação do INPE em AstrofísicaINPEBRinterferometriaexplosões solaresburacos coronaiscalibraçãorádio-astronomiainterferometrysolar flarescoronal holescalibrationradio astronomyAs explosões solares e os buracos coronais são fenômenos solares que estão diretamente associados à dinâmica do campo magnético solar e que têm grande importância para o Clima Espacial. Observações rádio-interferométricas nas bandas métrica e decimétrica são contrapartidas importantes em investigações multi-espectrais destes fenômenos pois é somente através do uso de interferômetros que podem ser atingidas, nestas faixas de frequências, resoluções angulares comparáveis às dos observatórios espaciais solares de ultra-violeta e raios-X em operação atualmente - da ordem de segundos de arco. Neste contexto, o ``Giant Metrewave Radio Telescope'' (GMRT) foi utilizado para a realização das observações de explosões solares e buracos coronais apresentadas neste trabalho, respectivamente na banda de frequência dupla de 244/611 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60/20 e na banda de 157 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60. Nos mapas solares do GMRT, foram obtidas faixas dinâmicas que variam entre 20:1 e 170:1, no caso de imageamento instantâneo (``snapshot'') ou por síntese de rotação, respectivamente. Através de investigações multi-espectrais de um buraco coronal observado com o GMRT em 04/06/2005, utilizando imagens de rádio em ondas métricas, ultravioleta extremo e raios-X moles, foi possível obter as suas características morfológicas e determinar sua temperatura e densidade eletrônica, respectivamente $ 7,7 \times 105$ K e $ 6,79 \times 107$ cm$ ^{-3}$ . Por outro lado, através de investigações multi-espectrais de uma explosão solar observada com o GMRT em 26/11/2005, utilizando imagens e curvas de luz em rádio, ultravioleta e raios-X moles, foi possível estimar que a altura da região onde a energia da explosão foi liberada é $ \sim$ 100 Mm acima da Fotosfera. Além disso, através da análise de periodicidades nas curvas de luz em rádio utilizando transformada Morlet Wavelet, foi detectada a ocorrência de oscilações acústicas com períodos de 187, 215 e 283 segundos, indicando a presença de estruturas associadas a estas oscilações com extensões no intervalo 30 -- 50 Mm. As observações solares interferométricas, contudo, normalmente não são completamente calibradas devido à falta de fontes calibradoras com fluxos da mesma ordem ou maiores que o do Sol, e a principal implicação disso é uma limitação na qualidade das imagens solares interferométricas. Enquanto isso, os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS) podem ser considerados fontes puntuais para a maior parte dos interferômetros solares em operação atualmente, com órbitas bem conhecidas e fluxo na superfície da Terra com intensidade maior que a do fluxo solar em 1575 MHz. Buscando obter mapas solares com qualidade ainda maior do que aquela que pode ser obtida com as técnicas utilizadas atualmente, um novo método para calibração de observações interferométricas solares é proposto neste trabalho, utilizando os satélites de GPS como fontes calibradoras. Este método foi aplicado a observações solares realizadas com o protótipo do ``Brazilian Decimetric Array'' (PBDA) e os resultados obtidos indicam que os sinais de satélites de GPS são adequados para a calibração de fontes de emissão muito intensas, podendo ser aplicados a observações solares interferométricas.Solar flares and coronal holes are solar phenomena that are directly associated with the dynamics of the solar magnetic field and of great importance for Space Weather. Radio interferometric observations in metric and decimetric wavelengths are important counterparts to multi-wavelength investigations of such phenomena as it is only through interferometry that it is possible to achieve angular resolutions of the order of seconds of arc, comparable to that of the present solar observatories in space. In this sense, the observations of solar flares and coronal holes presented in this work were carried out with the Giant Metrewave Radio Telescope (GMRT), respectively in the double frequency band at 244/611 MHz, with angular resolution of $ \sim$ 60/20 and at 157 MHz, with angular resolution of $ \sim$ 60. The dynamic ranges achieved in the GMRT solar maps range between 20:1 and 170:1, respectively for snapshots and apperture synthesis. Multi-wavelength investigations of a coronal hole observed with GMRT on 06/04/2005 were carried out using solar images at meter wavelengths, extreme ultraviolet and soft x-rays, leading to the morphology of the coronal hole and the determination of its temperature and electron density, respectively $ 7.7 \times 10^{5}$ K e $ 6.79 \times 10^{7}$ cm$ ^{-3}$ . On the other hand, multi-wavelength investigations of a solar flare observed with GMRT on 11/26/2005 were carried out using solar images and light curves in metric and decimetric wavelengths, extreme ultraviolet and soft x-rays, leading to an estimate that the site of energy release in this flare was located $ \sim$ 100 Mm above the solar photosphere. The radio light curves were also searched for oscilation periods through it Morlet Wavelet transform, leading to the detection of acoustic oscilattions with periods of 187, 215 and 283 seconds, indicating the presence of oscilation sources extending in the range 30 -- 50 Mm. However, Solar interferometric data are usually not uniquely and completely calibrated due to the lack of calibrator sources with fluxes of the same order or higher than that of the Sun, hence limiting the quality of the interferometric solar maps. On the other hand, the satellites of the Global Positioning System (GPS) can be regarded as point sources for most of the solar-observing arrays, with well known orbits and power transmitted, so that the resulting flux on Earth's surface is higher than that of the Quiet Sun at 1575 MHz. Aiming to obtain solar maps better than those obtained with present techniques, a new method is proposed in this work, making use of GPS satellites as calibrator sources. This calibration technique was applied to solar observations using the prototype of the Brazilian Decimetric Array (PBDA). The results indicate that the GPS signals are adequate for calibration of very strong sources and can be applied to interferometric solar observations.http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/02.12.00.19info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPEinstname:Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)instacron:INPE2021-07-31T06:53:20Zoai:urlib.net:sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/02.12.00.19.59-0Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bibdigital.sid.inpe.br/PUBhttp://bibdigital.sid.inpe.br/col/iconet.com.br/banon/2003/11.21.21.08/doc/oai.cgiopendoar:32772021-07-31 06:53:20.71Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)false |
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As explosões solares e os buracos coronais são fenômenos solares que estão diretamente associados à dinâmica do campo magnético solar e que têm grande importância para o Clima Espacial. Observações rádio-interferométricas nas bandas métrica e decimétrica são contrapartidas importantes em investigações multi-espectrais destes fenômenos pois é somente através do uso de interferômetros que podem ser atingidas, nestas faixas de frequências, resoluções angulares comparáveis às dos observatórios espaciais solares de ultra-violeta e raios-X em operação atualmente - da ordem de segundos de arco. Neste contexto, o ``Giant Metrewave Radio Telescope'' (GMRT) foi utilizado para a realização das observações de explosões solares e buracos coronais apresentadas neste trabalho, respectivamente na banda de frequência dupla de 244/611 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60/20 e na banda de 157 MHz, com resolução angular de $ \sim$ 60. Nos mapas solares do GMRT, foram obtidas faixas dinâmicas que variam entre 20:1 e 170:1, no caso de imageamento instantâneo (``snapshot'') ou por síntese de rotação, respectivamente. Através de investigações multi-espectrais de um buraco coronal observado com o GMRT em 04/06/2005, utilizando imagens de rádio em ondas métricas, ultravioleta extremo e raios-X moles, foi possível obter as suas características morfológicas e determinar sua temperatura e densidade eletrônica, respectivamente $ 7,7 \times 105$ K e $ 6,79 \times 107$ cm$ ^{-3}$ . Por outro lado, através de investigações multi-espectrais de uma explosão solar observada com o GMRT em 26/11/2005, utilizando imagens e curvas de luz em rádio, ultravioleta e raios-X moles, foi possível estimar que a altura da região onde a energia da explosão foi liberada é $ \sim$ 100 Mm acima da Fotosfera. Além disso, através da análise de periodicidades nas curvas de luz em rádio utilizando transformada Morlet Wavelet, foi detectada a ocorrência de oscilações acústicas com períodos de 187, 215 e 283 segundos, indicando a presença de estruturas associadas a estas oscilações com extensões no intervalo 30 -- 50 Mm. As observações solares interferométricas, contudo, normalmente não são completamente calibradas devido à falta de fontes calibradoras com fluxos da mesma ordem ou maiores que o do Sol, e a principal implicação disso é uma limitação na qualidade das imagens solares interferométricas. Enquanto isso, os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS) podem ser considerados fontes puntuais para a maior parte dos interferômetros solares em operação atualmente, com órbitas bem conhecidas e fluxo na superfície da Terra com intensidade maior que a do fluxo solar em 1575 MHz. Buscando obter mapas solares com qualidade ainda maior do que aquela que pode ser obtida com as técnicas utilizadas atualmente, um novo método para calibração de observações interferométricas solares é proposto neste trabalho, utilizando os satélites de GPS como fontes calibradoras. Este método foi aplicado a observações solares realizadas com o protótipo do ``Brazilian Decimetric Array'' (PBDA) e os resultados obtidos indicam que os sinais de satélites de GPS são adequados para a calibração de fontes de emissão muito intensas, podendo ser aplicados a observações solares interferométricas. |
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