Estudo da variabilidade ionosférica de baixas latitudes no setor brasileiro durante eventos de feixes de vento solar de alta velocidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE |
Texto Completo: | http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21c/2020/05.11.16.23 |
Resumo: | Neste trabalho apresenta-se um estudo do comportamento da ionosfera de baixas latitudes no Brasil durante a fase inicial de declínio do ciclo solar 24 compreendendo os anos de 2016 e 2017. A fase decrescente do ciclo solar é caracterizada pela redução do número de manchas solares e pelo aparecimento gradual de regiões denominadas buracos coronais. Os buracos coronais são regiões escuras, de baixa densidade e campos magnéticos abertos, de onde emanam feixes de vento solar de alta velocidade, que ao se propagarem pelo espaço interplanetário interagem com feixes de vento lento que os precederam criando uma região de interação de feixes. Como os buracos corrotam com o Sol, as vezes retornando em várias rotações seguintes, tais regiões são denominadas Regiões de Interação Corrotante, ou CIRs (acrônimo do inglês, Corotating Interaction Regions). As CIRs se caracterizam por regiões de compressão e rarefação do plasma, por campos magnéticos altamente oscilatórios, devido a presença de ondas de Alfvén. Estes campos são os responsáveis por tempestades geomagnéticas quando sua componente sul se reconecta com o campo geomagnético. Estas tempestades variam na maioria das vezes entre fracas e moderadas, com poucos casos em que a tempestade é intensa. As tempestades geomagnéticas associadas a este tipo de fenômeno, as quais são estudadas nesse trabalho, afetam a ionosfera de baixas latitudes de várias formas. Uma delas é a variação do Conteúdo Eletrônico Total Vertical, ou VTEC (acrônimo do inglês, Vertical Total Electron Content) por vários dias após o início da tempestade, com intensificações percentuais com relação aos cinco dias mais calmos tão elevadas quanto 400%, especialmente no período noturno. As causas desta intensificação são discutidas em termos de campos elétricos de penetração, do dínamo perturbado e a possível modificação da atmosfera neutra. Além disto, verifica-se a ocorrência de irregularidades de plasma na região equatorial, denominadas Bolhas de plasma, ou spread-F equatorial, o que pode ter sido influenciado por campos elétricos perturbados associados às tempestades. Também foi realizado um estudo estatístico da resposta ionosférica no período mencionado, através do VTEC, considerando-se majoritariamente as tempestades moderadas, ou seja, utilizamos um filtro para o |Sym-H|, onde: 50 nT ≤ |Sym-H| ≤ 110 nT e para tempestades causadas apenas por CIRs/HSSs. As variações do VTEC em quatro estações mais representativas foram analisadas e verificou-se que as maiores intensificações ocorrem no período entre 18:00 e 04:00 LT (hora local), principalmente nas regiões das cristas da Anomalia Equatorial de Ionização, ou EIA (acrônimo do inglês, Equatorial Ionization Anomaly). Este trabalho tem, portanto, potencial para contribuir com um melhor entendimento sobre a influência do vento solar na ionosfera de baixas latitudes, durante períodos de atividade solar moderada bem como contribuir no desenvolvimento de métodos para previsão de Clima Espacial. |
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A fase decrescente do ciclo solar é caracterizada pela redução do número de manchas solares e pelo aparecimento gradual de regiões denominadas buracos coronais. Os buracos coronais são regiões escuras, de baixa densidade e campos magnéticos abertos, de onde emanam feixes de vento solar de alta velocidade, que ao se propagarem pelo espaço interplanetário interagem com feixes de vento lento que os precederam criando uma região de interação de feixes. Como os buracos corrotam com o Sol, as vezes retornando em várias rotações seguintes, tais regiões são denominadas Regiões de Interação Corrotante, ou CIRs (acrônimo do inglês, Corotating Interaction Regions). As CIRs se caracterizam por regiões de compressão e rarefação do plasma, por campos magnéticos altamente oscilatórios, devido a presença de ondas de Alfvén. Estes campos são os responsáveis por tempestades geomagnéticas quando sua componente sul se reconecta com o campo geomagnético. Estas tempestades variam na maioria das vezes entre fracas e moderadas, com poucos casos em que a tempestade é intensa. As tempestades geomagnéticas associadas a este tipo de fenômeno, as quais são estudadas nesse trabalho, afetam a ionosfera de baixas latitudes de várias formas. Uma delas é a variação do Conteúdo Eletrônico Total Vertical, ou VTEC (acrônimo do inglês, Vertical Total Electron Content) por vários dias após o início da tempestade, com intensificações percentuais com relação aos cinco dias mais calmos tão elevadas quanto 400%, especialmente no período noturno. As causas desta intensificação são discutidas em termos de campos elétricos de penetração, do dínamo perturbado e a possível modificação da atmosfera neutra. Além disto, verifica-se a ocorrência de irregularidades de plasma na região equatorial, denominadas Bolhas de plasma, ou spread-F equatorial, o que pode ter sido influenciado por campos elétricos perturbados associados às tempestades. Também foi realizado um estudo estatístico da resposta ionosférica no período mencionado, através do VTEC, considerando-se majoritariamente as tempestades moderadas, ou seja, utilizamos um filtro para o |Sym-H|, onde: 50 nT ≤ |Sym-H| ≤ 110 nT e para tempestades causadas apenas por CIRs/HSSs. As variações do VTEC em quatro estações mais representativas foram analisadas e verificou-se que as maiores intensificações ocorrem no período entre 18:00 e 04:00 LT (hora local), principalmente nas regiões das cristas da Anomalia Equatorial de Ionização, ou EIA (acrônimo do inglês, Equatorial Ionization Anomaly). Este trabalho tem, portanto, potencial para contribuir com um melhor entendimento sobre a influência do vento solar na ionosfera de baixas latitudes, durante períodos de atividade solar moderada bem como contribuir no desenvolvimento de métodos para previsão de Clima Espacial.This work presents a study of the behavior of the low latitude ionosphere in Brazil during the descending phase of the solar cycle 24 comprising the years 2016 and 2017. The descending phase of the solar cycle is characterized by the decreasing number of sunspots and the gradual appearance of regions defined as Coronal Holes. Coronal Holes are dark regions of low-density and open magnetic fields, from which High-Speed Solar Wind streams emanate. As the solar wind streams propagate through interplanetary space, they interact with slow wind streams that preceded them, creating interaction regions. As the Coronal Holes corotate with the Sun, sometimes returning for several subsequent rotations, as such regions are defined as Corotating Interaction Regions or CIRs. CIRs are characterized by regions of compression and rarefaction of the plasma, and highly oscillatory magnetic fields, due to the presence of Alfvén waves. These fields are responsible for geomagnetic storms after complex reconnection processes with the geomagnetic field. These storms are usually weak to moderate with few cases of intense storms. Geomagnetic storms associated with this kind of solar events affect the low latitude ionosphere in several ways. For instance, its observed a variation of the Vertical Total Electron Content, VTEC, by several days after the storm beginning, with intensifications as high as 400% in comparison to the five quietest days VTEC, especially at night. The sources of these intensifications are discussed in terms of Prompt Penetration Electric Fields, PPEF, Disturbance Dynamo Electric Fields, DDEF, and the possible modifications of the neutral atmosphere. Also, there occur plasma irregularities over the equatorial region, defined as Equatorial Plasma Bubbles, EPBs, or Spread-Fs, which can be influenced by disturbed electric fields associated with storms. A statistical study of the ionospheric response using the parameter VTEC, was also carried out for the analyzed period, considering mostly moderate storms, that is, we use a filter for | Sym-H |, where: 50 nT ≤ | Sym-H | ≤ 110 nT only for CIRs/HSSs driven storms. The variation of the VTEC in four most representative sites was analyzed, and it was found that the highest intensifications occur in the period between 06:00 pm and 04:00 am LT (Local Time), mainly around the regions at the crests of Equatorial Ionization Anomaly, EIA. In this context, this work is of great interest for understanding the influence of the solar wind on the low latitude ionosphere during periods of moderate to low solar activity, as well as in the development or improvement of methods for Space Weather forecasting studies.http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21c/2020/05.11.16.23info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPEinstname:Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)instacron:INPE2021-07-31T06:56:18Zoai:urlib.net:sid.inpe.br/mtc-m21c/2020/05.11.16.23.41-0Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bibdigital.sid.inpe.br/PUBhttp://bibdigital.sid.inpe.br/col/iconet.com.br/banon/2003/11.21.21.08/doc/oai.cgiopendoar:32772021-07-31 06:56:18.877Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)false |
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Neste trabalho apresenta-se um estudo do comportamento da ionosfera de baixas latitudes no Brasil durante a fase inicial de declínio do ciclo solar 24 compreendendo os anos de 2016 e 2017. A fase decrescente do ciclo solar é caracterizada pela redução do número de manchas solares e pelo aparecimento gradual de regiões denominadas buracos coronais. Os buracos coronais são regiões escuras, de baixa densidade e campos magnéticos abertos, de onde emanam feixes de vento solar de alta velocidade, que ao se propagarem pelo espaço interplanetário interagem com feixes de vento lento que os precederam criando uma região de interação de feixes. Como os buracos corrotam com o Sol, as vezes retornando em várias rotações seguintes, tais regiões são denominadas Regiões de Interação Corrotante, ou CIRs (acrônimo do inglês, Corotating Interaction Regions). As CIRs se caracterizam por regiões de compressão e rarefação do plasma, por campos magnéticos altamente oscilatórios, devido a presença de ondas de Alfvén. Estes campos são os responsáveis por tempestades geomagnéticas quando sua componente sul se reconecta com o campo geomagnético. Estas tempestades variam na maioria das vezes entre fracas e moderadas, com poucos casos em que a tempestade é intensa. As tempestades geomagnéticas associadas a este tipo de fenômeno, as quais são estudadas nesse trabalho, afetam a ionosfera de baixas latitudes de várias formas. Uma delas é a variação do Conteúdo Eletrônico Total Vertical, ou VTEC (acrônimo do inglês, Vertical Total Electron Content) por vários dias após o início da tempestade, com intensificações percentuais com relação aos cinco dias mais calmos tão elevadas quanto 400%, especialmente no período noturno. As causas desta intensificação são discutidas em termos de campos elétricos de penetração, do dínamo perturbado e a possível modificação da atmosfera neutra. Além disto, verifica-se a ocorrência de irregularidades de plasma na região equatorial, denominadas Bolhas de plasma, ou spread-F equatorial, o que pode ter sido influenciado por campos elétricos perturbados associados às tempestades. Também foi realizado um estudo estatístico da resposta ionosférica no período mencionado, através do VTEC, considerando-se majoritariamente as tempestades moderadas, ou seja, utilizamos um filtro para o |Sym-H|, onde: 50 nT ≤ |Sym-H| ≤ 110 nT e para tempestades causadas apenas por CIRs/HSSs. As variações do VTEC em quatro estações mais representativas foram analisadas e verificou-se que as maiores intensificações ocorrem no período entre 18:00 e 04:00 LT (hora local), principalmente nas regiões das cristas da Anomalia Equatorial de Ionização, ou EIA (acrônimo do inglês, Equatorial Ionization Anomaly). Este trabalho tem, portanto, potencial para contribuir com um melhor entendimento sobre a influência do vento solar na ionosfera de baixas latitudes, durante períodos de atividade solar moderada bem como contribuir no desenvolvimento de métodos para previsão de Clima Espacial. |
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