Ciclos biogeoquímicos e modos de variabilidade climática na região da Confluência Brasil-Malvinas

• Autor(a) principal: Cristina Schultz
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
• Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m19/2012/03.11.20.49

A região sudoeste do Oceano Atlântico é dominada principalmente pela Corrente do Brasil (CB) e a Corrente das Malvinas (CM), na região em que elas se encontram, conhecida como Confluência Brasil-Malvinas (CBM). A CBM é uma área de mistura intensa de águas subtropicais e subantárticas, com gradientes horizontais e verticais intensos de temperatura, salinidade e nutrientes, que levam a altos gradientes biológicos. A formação de uma camada de mistura profunda, associada com alta produtividade biológica, faz das regiões extra-tropicais dos oceanos do Hemisfério Sul importantes componentes do ciclo do carbono. Apesar de o Oceano Atlântico representar apenas 23\% da área oceânica global, ele engloba 41\% do fluxo anual global de carbono. Neste estudo, foi utilizado o modelo oceânico de circulação ROMS (\textit{Regional Ocean Modelling System}), ativando o modo de biogeoquímica Fennel (Fennel \textit{et al.,} 2006; Fennel \textit{et al.,} 2008). O modelo biogeoquímico é baseado no ciclo do nitrogênio, que permite diferenciação entre produção primária nova e regenerada. Juntamente com o ciclo do nitrogênio, é resolvido o ciclo do carbono e calculada a troca de gás carbônico entre oceano e atmosfera. Na parte biológica do modelo, as concentrações de clorofila foram no geral bem representadas. No entanto, há um atraso nas florações de primavera na Plataforma Continental da Patagônia, que só surgem na estação do verão. Também, os valores de clorofila se estendem para profundidades maiores que as observadas em algumas regiões. Durante a primavera, $\bigtriangleup$$_{pCO2}$ alternou entre regiões de valores positivos e negativos. Na parte norte do domínio, $\bigtriangleup$$_{pCO2}$ positiva foi associada às águas quentes da região. Ambos fenômenos El Niño Oscilação-Sul (ENOS) e Modo Anular Antártico (SAM) apresentam impactos significativos nos valores de $\bigtriangleup$$_{pCO2}$ devido a mudança de ventos e de padrões de ressurgência durante suas fases negativas e positivas.