A importância do acoplamento oceano-atmosfera para a previsão da zona de convergência do Atlântico Sul

• Autor(a) principal: Wendell Max Barbosa Fialho
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
• Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/08.10.18.22

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é um importante sistema meteorológico para o Brasil, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Com uma orientação clássica de noroeste-sudeste que se inicia no sul da Amazônia e se estende até o Oceano Atlântico Sudoeste. A ausência da ZCAS provoca nessas regiões um efeito direto na agricultura, acarretando em uma baixa produtividade e como consequência um impacto negativo na economia. No setor da indústria, a baixa produção está diretamente associada a geração de energia elétrica, uma vez que a região Sudeste consome boa parte da energia produzida no Brasil devido a sua alta industrialização, bem como ao seu elevado número populacional. Em contrapartida, além dos prejuízos econômicos ocasionados pela a ausência da ZCAS, há também prejuízos sociais quando a ZCAS se encontra bem intensa devido aos eventos extremos de precipitação provocados por ela, as grandes cidades por terem uma população maior, acabam sendo ainda mais vulneráveis aos impactos provocados pelas chuvas, tais impactos estão relacionados desde a perda das propriedades como um todo, mas principalmente a perda de vidas humanas. Diante dessa problemática, o objetivo principal deste trabalho foi estudar a capacidade do Modelo de Circulação Geral da Atmosféra (MCGA) e do Modelo de Circulação Geral Oceano-Atmosfera (MCGOA), i.e. Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre BESM, ambos desenvolvidos no CPTEC/INPE, em representar 4 casos de ZCAS que ocorreram durante os anos de 2005, 2006, 2007 e 2013. A fim de avaliar o efeito do acoplamento oceanoatmosfera na formação e manutenção da ZCAS, foram realizados experimentos com o modelo acoplado e com sua componente atmosférica, utilizando a temperatura da superfície do oceano prescrita. Além disso, para cada um dos modelos, os experimentos de cada caso foram realizados com 10 membros. Os resultados foram avaliados de maneira subjetiva (visualmente) sob a análise dos campos meteorológicos bem como de modo objetivo através de índices estatísticos (BIAS e RMSE). O modelo acoplado MCGOABESM, foi sensível ao efeito do acoplamento (oceano-atmosfera) reproduzindo uma TSM com taxa de aquecimento menor, apresentando uma sensibilidade ao sombreamento da radiação na região que houve registro de precipitação. Logo esse menor aquecimento é uma consequência da radiação incidente, que modula a temperatura da superfície levando em consideração a presença das nuvens. A diferença de temperatura entre os modelos, o MCGA apresentou um comportamento mais quente do que o MCGOABESM. O modelo acoplado reproduziu a banda de precipitação com a orientação noroeste-sudeste próximo ao que foi notado nos dados observados associando-se à ZCAS. Entretanto, a precipitação foi subestimada em todos os casos quando comparado com a observação. Na análise objetiva da precipitação, o RMSE apresentou melhores resultados referentes ao MCGOABESM. Os campos compostos tornou evidente o padrão dominante dos casos estudados que caracteriza à ZCAS, principalmente sobre o oceano.