Vórtices ciclônicos de altos níveis que atuam no nordeste do Brasil: estudo observacional e numérico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Michelyne Duarte Coutinho de Morais
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/01.25.15.04
Resumo: Aspectos evolutivos dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCANs) do Nordeste do Brasil como estrutura vertical, precipitação associada e efeitos do aquecimento por condensação na região da periferia e proximidades são escassos na literatura. Com esta pesquisa desenvolveu-se um estudo observacional e numérico da estrutura físico-dinâmica durante a evolução destes sistemas. Inicialmente, examinaram-se as principais características em diferentes estágios do ciclo de vida através de uma climatologia objetiva para o período de 1984 a 2013, usando os dados das reanálises do ERA-Interim. Verificou-se que na camada 200-500 hPa, a intensidade destes sistemas é maior e mais variável do que na camada 500-1000 hPa e que a maioria não apresentou inclinação ou a inclinação é para leste com a altura. Houve dominância de sistemas que permanecem no nível de 200 hPa durante o desenvolvimento, contudo no estágio de profundidade máxima também predominaram vórtices na camada 200-400 hPa. Em uma segunda etapa, um novo modelo conceitual foi elaborado por meio da técnica de campos compostos usando dados do ERA-Interim e do \emph{Prediction Center Morphing Method} (CMORPH), de 2003 a 2013. Este modelo descreve a evolução do comportamento médio de variáveis atmosféricas na troposfera entre o centro e a periferia de quatro grupos de vórtices (profundos, rasos, lentos e rápidos). Notou-se que os profundos mostraram consideráveis variações horizontais de vento, temperatura, umidade e omega entre o centro e a periferia acima do nível de 700 hPa. Essas variações horizontais foram mais fracas e semelhantes entre os lentos e rápidos, que se diferenciaram em termos dinâmicos. Em adição, verificou-se que os profundos foram mais intensos e estão associados à precipitação substancial. Por outro lado, os rasos foram mais fracos e se associaram a precipitação amena. Constatou-se que o desenvolvimento de convecção no centro dos vórtices e proximidades é um possível indicativo para a dissipação. Simulações numéricas para um caso profundo foram executados com o modelo \emph{Weather Research and Forecasting} (WRF), forçado com dados de análises do Global Forecast System (GFS). Investigou-se a influência do aquecimento por condensação oriundo da convecção cumulus e da microfísica de nuvens na periferia do vórtice e proximidades durante o desenvolvimento. Evidências mostraram que os efeitos da redução deste aquecimento foram: redução do acumulado de precipitação e dos gradientes horizontais da temperatura e umidade entre o centro e a periferia do vórtice. Entretanto, quando a redução do aquecimento foi oriundo da convecção cumulus, o vórtice se enfraqueceu, a profundidade se manteve, a inclinação com a altura foi variável e o campo de vento em 200 hPa foi mais fraco e alterado. Ao contrário, quando este aquecimento foi derivado da microfísica de nuvens, o vórtice se intensificou com profundidade maior, o campo de vento em 200 hPa mudou pouco e a inclinação do vórtice com a altura foi similar à simulação controle. As simulações sem aquecimento latente reproduziram o vórtice, embora aquela inicializada previamente gerou o VCAN em decorrência da propagação de energia cinética através de um trem de ondas. Essas simulações e a com 50\% de redução do aquecimento latente pela convecção cumulus mantiveram o sistema por meio do trem de ondas, conduzindo a inferir que casos sem calor latente ou com nebulosidade associada podem ser mantidos por este processo dinâmico.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisVórtices ciclônicos de altos níveis que atuam no nordeste do Brasil: estudo observacional e numéricoUpper tropospheric cyclonic vortices act in the northeastern Brazil: observational and numerical study2016-02-22Manoel Alonso GanJulio Pablo Reyes FernandezSilvio Nilo Figueroa RiveroAdilson Wagner GanduEnio Pereira de SouzaMichelyne Duarte Coutinho de MoraisInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)Programa de Pós-Graduação do INPE em MeteorologiaINPEBRvórtices ciclônicos de altos níveisnordeste do Brasilsimulaçõesobservaçõesupper tropospheric cyclonic vorticesnortheastern BrazilsimulationsobservationsAspectos evolutivos dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCANs) do Nordeste do Brasil como estrutura vertical, precipitação associada e efeitos do aquecimento por condensação na região da periferia e proximidades são escassos na literatura. Com esta pesquisa desenvolveu-se um estudo observacional e numérico da estrutura físico-dinâmica durante a evolução destes sistemas. Inicialmente, examinaram-se as principais características em diferentes estágios do ciclo de vida através de uma climatologia objetiva para o período de 1984 a 2013, usando os dados das reanálises do ERA-Interim. Verificou-se que na camada 200-500 hPa, a intensidade destes sistemas é maior e mais variável do que na camada 500-1000 hPa e que a maioria não apresentou inclinação ou a inclinação é para leste com a altura. Houve dominância de sistemas que permanecem no nível de 200 hPa durante o desenvolvimento, contudo no estágio de profundidade máxima também predominaram vórtices na camada 200-400 hPa. Em uma segunda etapa, um novo modelo conceitual foi elaborado por meio da técnica de campos compostos usando dados do ERA-Interim e do \emph{Prediction Center Morphing Method} (CMORPH), de 2003 a 2013. 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Initially, the UTCVs main features were examined in different life cycle stages through objective climatology, for the period from 1984 to 2013, using data from ERA-Interim reanalysis. As noted, UTCVs in the 200-500 hPa layer had greater and more variable intensity than those in the 500-1000 hPa layer and majority presented no tilt or tilt to the east with height. There was dominance of UTCVs that remained at 200 hPa during evolution. However, in the hours of maximum depth, vortices also predominated in the 200-400 hPa layer. In the second phase of the study, a new conceptual model was formulated through composite fields technique using ERA-Interim data and the Prediction Center Morphing Method (CMORPH), from 2003 to 2013. This model describes the evolution of the average behavior of the atmospheric variables in the troposphere, between center and periphery, of four groups of the UTCVs (deep, shallow, slow and fast). We noted that the deep cases showed considerable horizontal wind, temperature, humidity and omega horizontal gradients between the center and periphery, above the 700 hPa level. These horizontal gradients were weaker and similar, between the slow and fast cases, which differed in dynamic terms. In addition, the deep cases were more intense, vertically extended and associated with considerable precipitation. On the other hand, the shallow cases were weaker with a lower vertical extension and milder precipitation. The development of convection in the center and closeness of UTCVs is a possible indication of dissipation. Numerical simulations, for one case of the deep vortex, were performed with the Weather Research and Forecasting (WRF) model, with data from Global Forecast System analyses (GFS). The Influence of heating by condensation from cumulus convection and cloud microphysics on the closeness and periphery of UTCVs was investigated. Evidence showed that the effects of this heating involve reduction of the cumulative precipitation and horizontal gradients of temperature and moisture between the center and vortex edge. However, when the reduction of the heating was derived from cumulus convection, the UTCV weakened, the depth remained the same and the wind field at 200 hPa was weaker. In contrast, when this heating was derived from cloud microphysics, the vortex intensified, with greater depth, and the wind field at 200 hPa changed little. The vortex tilt with height was similar to the simulation control. The simulations without latent heating produced the vortex, although the one initialized previously generated the system as a result of kinetic energy propagating trough of a train of waves. 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