Requerimento de capital mais elevado : uma avaliação de seu impacto na economia e no risco das instituições financeiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bandeira, Rafael Pinhate
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPER
Texto Completo: https://www.repositorio.insper.edu.br/handle/11224/681
Resumo: Requerimento mínimo de capital é uma ferramenta central da regulação bancária e tem sido objeto recorrente de debates desde a última crise financeira. Por um lado, economistas defendem que o requerimento de capital próprio deveria ser elevado em níveis muito acima dos atuais propostos no Acordo de Basileia III. Em contrapartida, instituições financeiras argumentam que tal medida afetaria a economia, através do encarecimento do custo de crédito ou da redução de sua oferta, que também exerceria pressão sobre seu preço. Este trabalho contribui para o debate de requisito mínimo de capital de duas maneiras. Primeiramente, são investigadas as consequências no custo de crédito do aumento do requerimento de capital no nível do empréstimo, através da análise de medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central do Brasil entre 2010 e 2011, que aumentaram a exigência capital de algumas operações de concessão de crédito à pessoa física por um período determinado. Como resultado, há evidências estatísticas de que as taxas de juros de crédito das operações afetadas pelas medidas tenham aumentado junto com o maior nível de capital requerido dessas operações. Não se sabe o que ocorreria com a taxa média se o requerimento fosse aumentado uniformemente. Por outro lado, a teoria prediz que, no nível agregado do banco, o aumento da proporção de capital próprio no mix de capital reduziria o custo de dívidas e o custo de equity, deixando o custo de capital médio ponderado inalterado, apesar do aumento da proporção do capital mais caro. Em um segundo momento, para avaliar este argumento, analisou-se a relação entre alavancagem e o risco de detentores de dívidas, mensurado através do yield implícito nos preços dos títulos emitidos por instituições financeiras brasileiras, e a relação entre alavancagem e o risco de acionistas, mensurado através do beta alavancado das ações dos maiores bancos no Brasil. Conclui-se que quanto maior for a participação de capital próprio no mix de capital, ou seja, quanto menor for a alavancagem, menor será o retorno requerido por acionistas e detentores de dívidas e este efeito poderia tender a neutralizar o deslocamento de financiamento via dívidas para financiamento via capital próprio, ou seja, de um instrumento com menor retorno requerido para um outro com maior retorno requerido.
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Primeiramente, são investigadas as consequências no custo de crédito do aumento do requerimento de capital no nível do empréstimo, através da análise de medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central do Brasil entre 2010 e 2011, que aumentaram a exigência capital de algumas operações de concessão de crédito à pessoa física por um período determinado. Como resultado, há evidências estatísticas de que as taxas de juros de crédito das operações afetadas pelas medidas tenham aumentado junto com o maior nível de capital requerido dessas operações. Não se sabe o que ocorreria com a taxa média se o requerimento fosse aumentado uniformemente. Por outro lado, a teoria prediz que, no nível agregado do banco, o aumento da proporção de capital próprio no mix de capital reduziria o custo de dívidas e o custo de equity, deixando o custo de capital médio ponderado inalterado, apesar do aumento da proporção do capital mais caro. Em um segundo momento, para avaliar este argumento, analisou-se a relação entre alavancagem e o risco de detentores de dívidas, mensurado através do yield implícito nos preços dos títulos emitidos por instituições financeiras brasileiras, e a relação entre alavancagem e o risco de acionistas, mensurado através do beta alavancado das ações dos maiores bancos no Brasil. Conclui-se que quanto maior for a participação de capital próprio no mix de capital, ou seja, quanto menor for a alavancagem, menor será o retorno requerido por acionistas e detentores de dívidas e este efeito poderia tender a neutralizar o deslocamento de financiamento via dívidas para financiamento via capital próprio, ou seja, de um instrumento com menor retorno requerido para um outro com maior retorno requerido.Minimum capital requirement is a central tool of banking regulation and has been the recurring subject of debate since the last financial crisis. On the one hand, economists advocate that the Common Equity Tier I requirement should be raised much above the current levels proposed by the Basel III Accord. However, financial institutions argue that this measure would affect the economy through an increase of cost of credit or a reduction in the credit supply, which would also press its price. This paper contributes to the minimum required capital debate in two ways. First, it investigates the consequences on the cost of credit of a higher capital requirement at the loan level, analyzing macro prudential measures adopted by Central Bank of Brazil between 2010 and 2011, which increased the capital requirement of specific individuals lending operations for a certain period. As a result, we find statistical evidence that the loan interest rates of the affected operations have increased along with the higher level of required capital for these operations. It is not known what would happen to the average interest rate if the requirement was homogeneously increased. By contrast, at the bank aggregate level, the theory predicts that increasing the equity proportion in the capital mix would reduce the cost of debt and cost of equity, leaving the weighted average cost of capital unchanged, despite the higher proportion of more expensive capital. In a second investigation to evaluate this argument, we analyzed the relationship between leverage and the risk of debt holders, measured by the implicit yield in the prices of bonds issued by Brazilian financial institutions, and the relationship between leverage and the shareholders risk, measured by leveraged beta of the biggest banks in Brazil. It follows that the greater the share of equity financing in the capital mix, that is, the lower the leverage, the lower the debtholders and shareholders’ required return and this effect could tend to counteract the shifting from debt finance to equity finance, that is, from an instrument with a lower required rate of return to an instrument with a higher required rate of return.Mello, João Manoel Pinho deBandeira, Rafael PinhateBandeira, Rafael Pinhate2021-09-13T03:16:20Z2015-09-10T21:51:01Z2021-09-13T03:16:20Z2015-09-10T21:51:01Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis57 p.application/pdfapplication/pdfhttps://www.repositorio.insper.edu.br/handle/11224/681São PauloTODOS OS DOCUMENTOS DESSA COLEÇÃO PODEM SER ACESSADOS, MANTENDO-SE OS DIREITOS DOS AUTORES PELA CITAÇÃO DA ORIGEM.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPERinstname:Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa (INSPER)instacron:INSPER2024-04-01T12:12:19Zoai:repositorio.insper.edu.br:11224/681Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.insper.edu.br/biblioteca-telles/PRIhttps://repositorio.insper.edu.br/oai/requestbiblioteca@insper.edu.br ||opendoar:2024-04-01T12:12:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPER - Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa (INSPER)false
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