Os impactos das transferências de renda na evolução da desigualdade no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPER |
Texto Completo: | https://www.repositorio.insper.edu.br/handle/11224/917 |
Resumo: | Os programas de transferência de renda do governo têm ganhado importância no Brasil, principalmente após a criação do Programa Bolsa-Família em 2003 e objetivam, em primeiro lugar, reduzir a desigualdade de renda no país. De fato, ela tem reduzido desde 2001, tendo o índice de Gini diminuído 11,09% até 2012. Porém, é preciso questionar se essa redução foi realmente resultado dos esforços do governo nesse sentido, através dos programas sociais, ou se outras fontes de renda podem ter sido as suas reais geradoras, como, por exemplo, variações na renda do trabalho dos indivíduos. Para isso, o rendimento domiciliar per capita foi dividido em seis parcelas: rendimento de todos os trabalhos, aposentadorias e pensões oficiais e não oficiais, doações, aluguéis e os programas sociais. Dada essa divisão, o estudo analisa, com base na decomposição do índice de Gini e utilizando dados das PNADs de 2001, 2004, 2008 e 2012, como as variações nas rendas de diferentes fontes contribuíram para a trajetória de queda da desigualdade de renda no Brasil. Ainda, como o Brasil é um país de dimensões continentais e com grande heterogeneidade entre estados, a análise foi feita para cada Unidade Federativa para verificar em quais estados o repasse de verbas do governo via programas tem maiores efeitos sobre a queda da desigualdade de renda. Utilizando o índice de Gini como medida de desigualdade, foi possível observar que a renda do trabalho contribuiu em 62,97% para a redução do Gini no período de 2001 a 2012. A segunda maior contribuição veio das aposentadorias oficiais, com 27,94%. Os programas de transferência contribuíram em 4,25% nesse mesmo período, mas, diferente da renda do trabalho e das aposentadorias do governo, impactaram positivamente a desigualdade apenas de 2004 a 2008, chegando a ter um efeito de 12,49% no sentido contrário de 2008 a 2012. Ainda, as maiores reduções do Gini no período estudado pertencem às regiões Sul e Sudeste, que são aquelas onde os programas sociais tiveram piores efeitos sobre a desigualdade e onde a participação dos programas na renda dos indivíduos não teve um crescimento tão significativo no período. |
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Os impactos das transferências de renda na evolução da desigualdade no BrasilDesigualdade de rendaProgramas de transferência de rendaÍndice de GiniIncome inequalityGovernment income transfer programsGini indexOs programas de transferência de renda do governo têm ganhado importância no Brasil, principalmente após a criação do Programa Bolsa-Família em 2003 e objetivam, em primeiro lugar, reduzir a desigualdade de renda no país. De fato, ela tem reduzido desde 2001, tendo o índice de Gini diminuído 11,09% até 2012. Porém, é preciso questionar se essa redução foi realmente resultado dos esforços do governo nesse sentido, através dos programas sociais, ou se outras fontes de renda podem ter sido as suas reais geradoras, como, por exemplo, variações na renda do trabalho dos indivíduos. Para isso, o rendimento domiciliar per capita foi dividido em seis parcelas: rendimento de todos os trabalhos, aposentadorias e pensões oficiais e não oficiais, doações, aluguéis e os programas sociais. Dada essa divisão, o estudo analisa, com base na decomposição do índice de Gini e utilizando dados das PNADs de 2001, 2004, 2008 e 2012, como as variações nas rendas de diferentes fontes contribuíram para a trajetória de queda da desigualdade de renda no Brasil. Ainda, como o Brasil é um país de dimensões continentais e com grande heterogeneidade entre estados, a análise foi feita para cada Unidade Federativa para verificar em quais estados o repasse de verbas do governo via programas tem maiores efeitos sobre a queda da desigualdade de renda. Utilizando o índice de Gini como medida de desigualdade, foi possível observar que a renda do trabalho contribuiu em 62,97% para a redução do Gini no período de 2001 a 2012. A segunda maior contribuição veio das aposentadorias oficiais, com 27,94%. Os programas de transferência contribuíram em 4,25% nesse mesmo período, mas, diferente da renda do trabalho e das aposentadorias do governo, impactaram positivamente a desigualdade apenas de 2004 a 2008, chegando a ter um efeito de 12,49% no sentido contrário de 2008 a 2012. Ainda, as maiores reduções do Gini no período estudado pertencem às regiões Sul e Sudeste, que são aquelas onde os programas sociais tiveram piores efeitos sobre a desigualdade e onde a participação dos programas na renda dos indivíduos não teve um crescimento tão significativo no período.Income transfer programs promoted by the government have become important in Brazil, especially after the creation of the program called “Bolsa-Família” in 2003. They aim, firstly, to reduce the country’s income inequality. It has in fact been reducing since 2001, with the Gini index reducing 11,09% until 2012. However, the question remains whether this reduction was a result of the government’s efforts through the social programs, or if other sources of income, for example, variations in income from the employment of individuals, could have been responsible for the reduction. For this, household income per capita was divided into six shares: employment income, official and unofficial retirement and pensions, donations, rent and social programs. Given this division and based on the decomposition of the Gini index and using data from the 2001, 2004, 2008 and 2012 PNADs, the study analyzes how changes in incomes from different sources contributed to the downward trend in income inequality in Brazil. Yet, as Brazil is a country of continental dimensions and with great heterogeneity among states, the analysis was done for each of the Federative Units to determine which states the transfer of government funds via social programs had greater effects on the fall in income inequality. Using the Gini coefficient as a measure of inequality, it was observed that labor income contributed to 62.97% of the reduction on the Gini index from 2001 to 2012. The second largest contribution came from the official retirement income, with 27.94%. The transfer programs contributed by 4.25% during the same period, but, unlike labor income and government pensions, the programs impacted inequality positively only from 2004 to 2008, having reached an effect in the opposite direction of 12.49% from 2008 to 2012. Still, the larger Gini reductions observed in the period studied belong to the South and Southeast regions, which are the ones where social programs have had worse effects on inequality and where the participation of programs on the income of individuals has not grown significantly.Bortoluzzo, Adriana BruscatoSaad, Marina GuazzelliSaad, Marina Guazzelli2015-10-09T12:00:59Z2021-09-13T02:27:15Z20152015-10-09T12:00:59Z2021-09-13T02:27:15Z20152015bachelor thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion56 f.application/pdfapplication/pdfhttps://www.repositorio.insper.edu.br/handle/11224/917São PauloTodos os documentos desta Coleção podem ser acessados, mantendo-se os direitos dos autores pela citação da origem.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPERinstname:Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa (INSPER)instacron:INSPER2024-04-01T12:34:42Zoai:repositorio.insper.edu.br:11224/917Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.insper.edu.br/biblioteca-telles/PRIhttps://repositorio.insper.edu.br/oai/requestbiblioteca@insper.edu.br ||opendoar:2024-04-01T12:34:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INSPER - Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa (INSPER)false |
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