A singular dinâmica territorial dos homicídios no Brasil nos anos 2000
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Data de Publicação: | 2013 |
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Texto Completo: | http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/4148 |
Resumo: | Este capítulo discute e apresenta dados referentes à dinâmica dos homicídios nos anos 2000 – uma década bastante singular, se comparada às anteriores –, tomando-se como base de análise a difusão dos homicídios no território. A taxa média se estabilizou em torno de 27 homicídios para cada 100 mil habitantes, ao mesmo tempo que o desvio-padrão diminuiu acentuadamente. Curiosamente, quando a unidade geográfica de análise passa a ser o município, observa-se o contrário: houve aumento da média de homicídios, do desvio-padrão e da amplitude das taxas de homicídio entre os municípios. Assim, nessa década, ao mesmo tempo que houve um processo de convergência das taxas de homicídio entre os estados brasileiros – no qual as UFs mais violentas conseguiram controlar ou mesmo reduzir a taxa de letalidade, e as menos violentas sofreram aumento nesta taxa –, esteve em curso um processo de aumento na desigualdade de prevalência de homicídios entre os municípios brasileiros. Pergunta-se o que explica esse fenômeno e quais localidades se tornaram mais seguras ou mais violentas. Entender a dinâmica da violência e seu deslocamento nos territórios pode ter implicações profundas para as políticas de segurança pública, uma vez que a sua compreensão pode ajudar a orientar corretamente políticas preventivas. Neste capítulo, menos que tentar explicar o que ocorreu, será feita uma análise descritiva sobre a difusão dos homicídios nos anos 2000, tomando-se como foco o território. Na próxima seção, apontam-se algumas transformações socioeconômicas e demográficas, que servem como pano de fundo para entender a evolução dos homicídios no Brasil na última década, discutida a partir de algumas dimensões. Parte-se de uma análise de prevalência relativa em termos mais agregados geograficamente, para realizar uma investigação no nível dos municípios. Em particular, discute-se a possível migração da letalidade violenta para as cidades menores, para os municípios de fronteira e para aqueles com maiores taxas de desmatamento. |
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A singular dinâmica territorial dos homicídios no Brasil nos anos 2000The singular territorial dynamics of homicides in Brazil in the 2000sHomicídiosViolênciaSegurança públicaMunicípiosEste capítulo discute e apresenta dados referentes à dinâmica dos homicídios nos anos 2000 – uma década bastante singular, se comparada às anteriores –, tomando-se como base de análise a difusão dos homicídios no território. A taxa média se estabilizou em torno de 27 homicídios para cada 100 mil habitantes, ao mesmo tempo que o desvio-padrão diminuiu acentuadamente. Curiosamente, quando a unidade geográfica de análise passa a ser o município, observa-se o contrário: houve aumento da média de homicídios, do desvio-padrão e da amplitude das taxas de homicídio entre os municípios. Assim, nessa década, ao mesmo tempo que houve um processo de convergência das taxas de homicídio entre os estados brasileiros – no qual as UFs mais violentas conseguiram controlar ou mesmo reduzir a taxa de letalidade, e as menos violentas sofreram aumento nesta taxa –, esteve em curso um processo de aumento na desigualdade de prevalência de homicídios entre os municípios brasileiros. Pergunta-se o que explica esse fenômeno e quais localidades se tornaram mais seguras ou mais violentas. Entender a dinâmica da violência e seu deslocamento nos territórios pode ter implicações profundas para as políticas de segurança pública, uma vez que a sua compreensão pode ajudar a orientar corretamente políticas preventivas. Neste capítulo, menos que tentar explicar o que ocorreu, será feita uma análise descritiva sobre a difusão dos homicídios nos anos 2000, tomando-se como foco o território. Na próxima seção, apontam-se algumas transformações socioeconômicas e demográficas, que servem como pano de fundo para entender a evolução dos homicídios no Brasil na última década, discutida a partir de algumas dimensões. Parte-se de uma análise de prevalência relativa em termos mais agregados geograficamente, para realizar uma investigação no nível dos municípios. Em particular, discute-se a possível migração da letalidade violenta para as cidades menores, para os municípios de fronteira e para aqueles com maiores taxas de desmatamento.p. 877-898 : il.Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)2015-08-13T20:20:30Z2015-08-13T20:20:30Z2013Brasil em Desenvolvimento (BD) - Capítulosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/4148ark:/51990/00130000050bqhttp://www.ipea.gov.brreponame:Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)instname:Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)instacron:IPEAhttp://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2326Brasil2000-2010Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)É permitida a reprodução deste texto, desde que obrigatoriamente citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são rigorosamente proibidas.info:eu-repo/semantics/openAccessCerqueira, Daniel Ricardo de CastroCoelho, Danilo Santa CruzMorais, David PereiraMatos, Mariana Vieira MartinsPinto Júnior, Jony ArraisMedeiros, Marcio Josépor2019-02-04T12:13:17Zoai:repositorio.ipea.gov.br:11058/4148Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ipea.gov.br/oai/requestsuporte@ipea.gov.bropendoar:2019-02-04T12:13:17Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)false |
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Este capítulo discute e apresenta dados referentes à dinâmica dos homicídios nos anos 2000 – uma década bastante singular, se comparada às anteriores –, tomando-se como base de análise a difusão dos homicídios no território. A taxa média se estabilizou em torno de 27 homicídios para cada 100 mil habitantes, ao mesmo tempo que o desvio-padrão diminuiu acentuadamente. Curiosamente, quando a unidade geográfica de análise passa a ser o município, observa-se o contrário: houve aumento da média de homicídios, do desvio-padrão e da amplitude das taxas de homicídio entre os municípios. Assim, nessa década, ao mesmo tempo que houve um processo de convergência das taxas de homicídio entre os estados brasileiros – no qual as UFs mais violentas conseguiram controlar ou mesmo reduzir a taxa de letalidade, e as menos violentas sofreram aumento nesta taxa –, esteve em curso um processo de aumento na desigualdade de prevalência de homicídios entre os municípios brasileiros. Pergunta-se o que explica esse fenômeno e quais localidades se tornaram mais seguras ou mais violentas. Entender a dinâmica da violência e seu deslocamento nos territórios pode ter implicações profundas para as políticas de segurança pública, uma vez que a sua compreensão pode ajudar a orientar corretamente políticas preventivas. Neste capítulo, menos que tentar explicar o que ocorreu, será feita uma análise descritiva sobre a difusão dos homicídios nos anos 2000, tomando-se como foco o território. Na próxima seção, apontam-se algumas transformações socioeconômicas e demográficas, que servem como pano de fundo para entender a evolução dos homicídios no Brasil na última década, discutida a partir de algumas dimensões. Parte-se de uma análise de prevalência relativa em termos mais agregados geograficamente, para realizar uma investigação no nível dos municípios. Em particular, discute-se a possível migração da letalidade violenta para as cidades menores, para os municípios de fronteira e para aqueles com maiores taxas de desmatamento. |
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