Ocupação agrícola e estrutura agrária no cerrado: o papel do preço da terra, dos recursos naturais e da tecnologia
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Data de Publicação: | 2002 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) |
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Texto Completo: | http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2803 |
Resumo: | Este trabalho propõe que a rápida expansão agrícola das regiões do cerrado, que tem se concentrado nas atividades de grãos e pecuária bovina, se deve ao baixo preço da terra nessas regiões vis-à-vis as demais regiões agrícolas do Brasil e do exterior. Esse baixo preço da terra, por sua vez, é explicado não só em função da maior distância dessas regiões do cerrado em relação aos mercados consumidores (o que, naturalmente, tende a anular a vantagem desse menor preço), mas, também, devido às limitações dos recursos naturais (extremo rigor do período seco, que restringe a atividade agrícola a grãos e pecuária bovina) e, sobretudo, às inovações tecnológicas que tornaram possível que a terra de boa qualidade se tornasse abundante na região, mediante sua “produção” a partir de terras de qualidade inferior. Para mostrar mais claramente como isso vem ocorrendo, o trabalho desenvolve um modelo de mercado de terra com “produção de terra”, especialmente talhado para a análise do cerrado. Prosseguindo nesses objetivos teóricos, o trabalho propõe um contraste com as teorias de progresso técnico de Hayami e Ruttan e de Hicks, concluindo que elas não são adequadas para a análise do cerrado. Procura-se também derivar implicações para as análises de função de produção e de produtividade total dos fatores (PTF). Finalmente, o trabalho procura também explicar a formação da estrutura agrária concentrada no cerrado e, em particular, a pequena presença da agricultura familiar na região. Nessa discussão, a ênfase recai sobre o preço baixo das terras e as características peculiares dos recursos naturais e da tecnologia, e não sobre as políticas públicas. Em suas conclusões, o trabalho deriva implicações para as políticas de meio ambiente e de reforma agrária e critica as análises econométricas do preço de terra feitas até agora, por não levarem em conta esse mecanismo de longo prazo de criação de terra no Brasil. |
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Ocupação agrícola e estrutura agrária no cerrado: o papel do preço da terra, dos recursos naturais e da tecnologiaTexto para Discussão (TD) 913: Ocupação agrícola e estrutura agrária no cerrado: o papel do preço da terra, dos recursos naturais e da tecnologiaAgricultural occupation and agrarian structure in savanna: the role of the land price, natural resources and technologyOcupação agrícola no cerradoEstrutura agrária no cerradoInovações tecnológicas na agropecuária do cerradoEste trabalho propõe que a rápida expansão agrícola das regiões do cerrado, que tem se concentrado nas atividades de grãos e pecuária bovina, se deve ao baixo preço da terra nessas regiões vis-à-vis as demais regiões agrícolas do Brasil e do exterior. Esse baixo preço da terra, por sua vez, é explicado não só em função da maior distância dessas regiões do cerrado em relação aos mercados consumidores (o que, naturalmente, tende a anular a vantagem desse menor preço), mas, também, devido às limitações dos recursos naturais (extremo rigor do período seco, que restringe a atividade agrícola a grãos e pecuária bovina) e, sobretudo, às inovações tecnológicas que tornaram possível que a terra de boa qualidade se tornasse abundante na região, mediante sua “produção” a partir de terras de qualidade inferior. Para mostrar mais claramente como isso vem ocorrendo, o trabalho desenvolve um modelo de mercado de terra com “produção de terra”, especialmente talhado para a análise do cerrado. Prosseguindo nesses objetivos teóricos, o trabalho propõe um contraste com as teorias de progresso técnico de Hayami e Ruttan e de Hicks, concluindo que elas não são adequadas para a análise do cerrado. Procura-se também derivar implicações para as análises de função de produção e de produtividade total dos fatores (PTF). Finalmente, o trabalho procura também explicar a formação da estrutura agrária concentrada no cerrado e, em particular, a pequena presença da agricultura familiar na região. Nessa discussão, a ênfase recai sobre o preço baixo das terras e as características peculiares dos recursos naturais e da tecnologia, e não sobre as políticas públicas. Em suas conclusões, o trabalho deriva implicações para as políticas de meio ambiente e de reforma agrária e critica as análises econométricas do preço de terra feitas até agora, por não levarem em conta esse mecanismo de longo prazo de criação de terra no Brasil.23 p. : il.Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Stefan, Marcos (Assistência de pesquisa)Dias, Guilherme (Comentários)Alves, Eliseu (Comentários)Figueiredo, Adriano (Comentários)Rezende, Gervásio Castro de2014-03-14T20:06:34Z2014-03-14T20:06:34Z2002-10Texto para Discussão (TD)info:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2803ark:/51990/0013000005cgnwww.ipea.gov.brreponame:Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)instname:Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)instacron:IPEARegiões do cerrado brasileiroInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)É permitida a reprodução deste texto, desde que obrigatoriamente citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são rigorosamente proibidas.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2015-03-09T19:59:24Zoai:repositorio.ipea.gov.br:11058/2803Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ipea.gov.br/oai/requestsuporte@ipea.gov.bropendoar:2015-03-09T19:59:24Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)false |
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