Famílias com idosos: ninhos vazios?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camarano, Ana Amélia
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Ghaouri, Solange Kanso El
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
dARK ID: ark:/51990/0013000005fgt
Texto Completo: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2879
Resumo: A pergunta levantada neste trabalho é de como as famílias com idosos estão se organizando no Brasil para fazer face ao envelhecimento populacional, à maior dependência econômica dos jovens e ao próprio enxugamento do papel do Estado. São elas “ninhos vazios?” Co-residência ou ampliação das famílias dos idosos pode ser uma estratégia familiar utilizada para beneficiar tanto as gerações mais novas como as mais velhas. No Brasil, ela parece estar associada a melhores condições de vida, oferece benefícios para idosos e filhos, mas há indicações de que as gerações mais novas são as maiores beneficiárias. No caso brasileiro, predominam os arranjos do tipo idoso(a) com filho. Além disso, em 86% das famílias onde residem idosos, estes são os chefes ou cônjuges. Uma proporção bem menor de idosos reside em casa de parentes. Estes são mais velhos, mais pobres, trabalham menos e reportaram piores condições de saúde e menor independência funcional. Há indicações de que eles, em algum grau, dependem da ajuda dos filhos. Essa “dependência” deve estar associada ao avanço da idade, ao aparecimento de doenças crônico-degenerativas e a incapacidades físicas. Uma das conclusões a que se chegou é que a relação entre envelhecimento e dependência não é tão clara. Um outro problema a ser considerado é a própria definição de população idosa. Trabalhou-se com o corte etário de 60 anos e mais para ser compatível com a legislação da Política Nacional do Idoso. Isso significa estar se considerando como idosas pessoas cuja idade pode variar num limite de até 30 anos, o que pressupõe uma grande heterogeneidade. Observou-se que há idosos que “cuidam” e há idosos que necessitam de cuidados. Não se pode negar, no entanto, que a relação entre co-residência e níveis de bem-estar depende do contexto socioeconômico, das políticas sociais e não apenas das características individuais e preferências.
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