Democracia racial e homicídios de jovens negros na cidade partida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cerqueira, Daniel Ricardo de Castro
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Coelho, Danilo Santa Cruz
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
dARK ID: ark:/51990/0013000009rd2
Texto Completo: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7383
Resumo: No Brasil, considerando proporcionalmente as subpopulações por raça/cor, de cada 7 indivíduos assassinados, 5 são afrodescendentes. Neste trabalho investigamos as razões desse viés de letalidade. Verificamos que, para além da posição econômica, a cor da pele influencia diretamente a probabilidade de um indivíduo sofrer homicídio. A partir de uma amostra com características socioeconômicas de residentes e de pessoas que morreram no Rio de Janeiro em 2010, construída a partir dos microdados do Censo Demográfico de 2010 e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, encontramos evidências que os indivíduos negros possuem 23,5% a mais de chances de sofrer agressão letal e respondem por 78,9% das pessoas que estão no decil superior da distribuição de probabilidade de sofrer homicídio. Aqueles que se encontram nesse grupo têm, em média, probabilidade de sofrer homicídio 62,1 vezes maior do que aqueles contidos no grupo do primeiro decil. Notamos ainda que o Rio de Janeiro é uma cidade partida, não apenas entre regiões ricas e pobres, mas ainda dentro das regiões, que poderiam ser assemelhadas a um país imaginário “Belduras”, em que um grupo de residentes possui taxas de vitimização equivalente à de um belga e coabita ao lado de outro grupo, que possui chance de sofrer homicídio igual à de um hondurenho
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