Discriminação e segmentação no mercado de trabalho e desigualdade de renda no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Ricardo Paes de
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Franco, Samuel, Mendonça, Rosane Silva Pinto de
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
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Texto Completo: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/1842
Resumo: Neste trabalho avaliamos a contribuição de duas formas de discriminação (por gênero e cor) e três tipos de segmentação (espacial, setorial e entre os segmentos formal e informal) no mercado de trabalho para a redução do grau de desigualdade em remuneração do trabalho e em renda per capita. Com exceção da segmentação entre os segmentos formal e informal, todas as demais formas de discriminação e de segmentação declinaram ao longo da década e, em particular, ao longo do último quadriênio. Essa redução nas imperfeições do mercado de trabalho, com sua crescente integração, teve papel fundamental para explicar a queda da desigualdade de rendimentos do trabalho e da renda per capita. As quedas no grau de segmentação geográfica (em particular, a segmentação entre capitais e municípios do interior) e setorial foram os fatores que mais contribuíram para a redução recente dessa desigualdade. De fato, a redução no grau de segmentação geográfica contribuiu para explicar 11% a 22% da queda recente no grau de desigualdade em renda per capita e em remuneração do trabalho, respectivamente. A redução no grau de segmentação entre setores de atividade contribuiu para explicar 10% a 18% dessa queda recente no grau de desigualdade em renda per capita e em remuneração do trabalho, respectivamente. Em conjunto, as reduções nos graus de discriminação e de segmentação foram responsáveis por 35% da queda na desigualdade em remuneração do trabalho, contribuindo a redução na discriminação com cerca de 10% e a redução na segmentação com 25%. Em relação à queda na desigualdade em renda per capita, as reduções no grau de discriminação e de segmentação foram responsáveis, em conjunto, por 18%, respondendo a discriminação por 4% e a segmentação pelos restantes 14%. Por fim, temos que a despeito da redução nos graus de discriminação e de segmentação, muitos ainda permanecem extremamente elevados, como os diferenciais por gênero e o grau de segmentação formal-informal. Em ambos os casos, o diferencial entre trabalhadores com idênticas características em postos de trabalho similares supera 40%.
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