Desnacionalização do setor bancário e financiamento das empresas: a experiência brasileira recente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Carlos Eduardo
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Studart, Rogério, Alves Júnior, Antônio José
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
dARK ID: ark:/51990/001300000h76v
Texto Completo: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2727
Resumo: A maior presença de bancos estrangeiros no Brasil não trouxe mudanças significativas no custo e na oferta de crédito e de serviços financeiros para as empresas. Não há sinais de que os bancos estrangeiros ofereçam condições mais favoráveis que as oferecidas pelos bancos nacionais privados, nem de que esses últimos tenham alterado suas práticas com a presença de novos concorrentes. No período analisado, a oscilação da oferta e do custo do crédito ocorreu de modo semelhante nos bancos nacionais e nos bancos estrangeiros, da mesma forma que a concentração dos recursos em aplicações de menor risco, em especial, títulos públicos. Os resultados encontrados são substantivos, mas não se pode assegurar que representem a tendência para os próximos anos. Os desafios para projeções de médio prazo envolvem: (i) o pouco tempo decorrido; (ii) a simultaneidade da entrada dos estrangeiros com um período de forte instabilidade econômica, o que induz os bancos a posicionamentos de cautela no que se refere ao crédito e à preferência por aplicação em títulos públicos; e (iii) o fato de o ingresso dos bancos estrangeiros ter ocorrido via compra de grandes redes, o que justifica alegações de que os novos participantes precisariam de um tempo considerável para que incorporassem as estruturas adquiridas e para que conhecessem o mercado. Por outro lado, não há indicações de que os bancos estrangeiros tivessem a intenção de disputar mercado no Brasil mediante a adoção de políticas agressivas de redução do custo do crédito ou de ampliação das condições de acesso. Não se pode negar a hipótese de que a diferenciação da prática de mercado dos estrangeiros virá com o tempo, ou seja, à medida que eles adquirirem condições para alterar as aqui encontradas e tampouco se dispõe de elementos que possam a sustentá-la.
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