Produtividade no Brasil: uma análise do período recente
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) |
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Texto Completo: | http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/3016 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é analisar a evolução recente dos indicadores de produtividade no Brasil por meio da sistematização dos resultados obtidos em análises precedentes e da coleta de dados complementares sobre o tema. Discute-se, inicialmente, a relação entre crescimento econômico e produtividade nas abordagens que usam medidas totais e parciais dessa variável, e demonstra-se que algo entre 30% e 50% do crescimento do produto interno bruto (PIB) per capita do país na última década pode ser creditado ao aumento das taxas de ocupação e de participação no mercado de trabalho. Isso explica por que o PIB per capita descola-se da produtividade do trabalho quando suas trajetórias são mostradas graficamente. Portanto, a preservação das maiores taxas de crescimento do PIB per capita somente pode ser alcançada se houver um crescimento representativo da produtividade do trabalho ao longo dos próximos anos, uma vez que, de acordo com as projeções demográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não se espera uma elevação das taxas de participação e ocupação no futuro próximo. Discutem-se também os resultados obtidos nas análises sobre a trajetória recente da produtividade total dos fatores (PTF) no Brasil, e argumenta-se que os resultados são bastante sensíveis às funções de produção escolhidas, aos parâmetros fixados e às fontes de dados empregadas. Com isso, não parece haver uma tendência consolidada para a PTF no período recente. Ainda assim, pode-se afirmar que a maioria dos trabalhos tende a sugerir um crescimento mais acelerado da PTF na década de 2000 (sobretudo após 2003) do que na década de 1990, embora esse crescimento não seja, de forma geral, capaz de elevar o indicador a um valor estatisticamente diferente da média do período. Além disso, na maioria dos casos, o crescimento observado é significativamente reduzido à medida que os modelos passam a incluir aspectos como o capital humano e as safras de capital. Por sua vez, a produtividade do trabalho manteve, nas décadas de 1990 e 2000, uma trajetória de crescimento estável, porém reduzido – da ordem de 1% ao ano (a.a.) quando aferida com base no valor adicionado e no pessoal ocupado. O desempenho setorial, contudo, varia muito, havendo sinais claros de queda da produtividade do trabalho na indústria de transformação. A análise amparada na relação entre a produção física e as horas pagas revelou que a taxa média mensal anualizada de crescimento da produtividade alcançou níveis mais elevados (2,25% para a indústria geral, 2,22% para a indústria extrativa e 2,13% para a indústria de transformação) do que os observados quando se usam o valor adicionado e o pessoal ocupado. Contudo, mesmo a evolução positiva obtida com os dados de produção física desaparece após a crise internacional de 2008. |
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Produtividade no Brasil: uma análise do período recenteTexto para Discussão (TD) 1955: Produtividade no Brasil: uma análise do período recenteProductivity in Brazil: an analysis of the recent periodProdutividade do trabalhoProdutividade Total dos Fatores (PTF)Taxa de ocupaçãoTaxa de participaçãoProduto Interno Bruto (PIB)O objetivo deste trabalho é analisar a evolução recente dos indicadores de produtividade no Brasil por meio da sistematização dos resultados obtidos em análises precedentes e da coleta de dados complementares sobre o tema. Discute-se, inicialmente, a relação entre crescimento econômico e produtividade nas abordagens que usam medidas totais e parciais dessa variável, e demonstra-se que algo entre 30% e 50% do crescimento do produto interno bruto (PIB) per capita do país na última década pode ser creditado ao aumento das taxas de ocupação e de participação no mercado de trabalho. Isso explica por que o PIB per capita descola-se da produtividade do trabalho quando suas trajetórias são mostradas graficamente. Portanto, a preservação das maiores taxas de crescimento do PIB per capita somente pode ser alcançada se houver um crescimento representativo da produtividade do trabalho ao longo dos próximos anos, uma vez que, de acordo com as projeções demográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não se espera uma elevação das taxas de participação e ocupação no futuro próximo. Discutem-se também os resultados obtidos nas análises sobre a trajetória recente da produtividade total dos fatores (PTF) no Brasil, e argumenta-se que os resultados são bastante sensíveis às funções de produção escolhidas, aos parâmetros fixados e às fontes de dados empregadas. Com isso, não parece haver uma tendência consolidada para a PTF no período recente. Ainda assim, pode-se afirmar que a maioria dos trabalhos tende a sugerir um crescimento mais acelerado da PTF na década de 2000 (sobretudo após 2003) do que na década de 1990, embora esse crescimento não seja, de forma geral, capaz de elevar o indicador a um valor estatisticamente diferente da média do período. Além disso, na maioria dos casos, o crescimento observado é significativamente reduzido à medida que os modelos passam a incluir aspectos como o capital humano e as safras de capital. Por sua vez, a produtividade do trabalho manteve, nas décadas de 1990 e 2000, uma trajetória de crescimento estável, porém reduzido – da ordem de 1% ao ano (a.a.) quando aferida com base no valor adicionado e no pessoal ocupado. O desempenho setorial, contudo, varia muito, havendo sinais claros de queda da produtividade do trabalho na indústria de transformação. A análise amparada na relação entre a produção física e as horas pagas revelou que a taxa média mensal anualizada de crescimento da produtividade alcançou níveis mais elevados (2,25% para a indústria geral, 2,22% para a indústria extrativa e 2,13% para a indústria de transformação) do que os observados quando se usam o valor adicionado e o pessoal ocupado. Contudo, mesmo a evolução positiva obtida com os dados de produção física desaparece após a crise internacional de 2008.39 p. : il.Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Bahia, Luiz Dias (Comentários e sugestões)Almeida, Mansueto (Comentários e sugestões)Corseuil, Carlos Henrique Leite (Apoio à interpretação de séries)Cavalcante, Luiz RicardoDe Negri, Fernanda2014-04-29T16:05:10Z2014-04-29T16:05:10Z2014-04Texto para Discussão (TD)info:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttp://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/3016ark:/51990/0013000005jnpwww.ipea.gov.brreponame:Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)instname:Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)instacron:IPEABrasilInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)É permitida a reprodução deste texto, desde que obrigatoriamente citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2015-04-09T18:56:23Zoai:repositorio.ipea.gov.br:11058/3016Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ipea.gov.br/oai/requestsuporte@ipea.gov.bropendoar:2015-04-09T18:56:23Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)false |
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