Alcances, limites e contradições nos termos de troca entre as economias do centro-oeste brasileiro e seus parceiros comerciais : o caso do bloco econômico de China, Hong Kong e Macau
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Data de Publicação: | 2023 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/12354 |
Resumo: | O ponto central da investigação foi verificar em que medida os fluxos mercantis entre a região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais têm modificado a estrutura dos termos de troca entre eles, em especial em relação ao bloco econômico de China, Hong Kong e Macau no período 1998-2021. Nesse sentido, verifica-se que a razão entre os valores das exportações da região Centro-Oeste para o resto do mundo vis-à-vis as importações agregadas, entre 1998 e 2021, não apresentou, de forma aparente, sinais de deterioração dos termos de troca. Mas é importante ressaltar que, desde 2009, há um ciclo ascendente dos preços das commodities agropecuárias e metais, que possivelmente está influenciando, de forma positiva, para que não haja essa deterioração dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e os demais parceiros comerciais. Por sua vez, quando se observa a razão entre os valores exportados de produtos básicos vis-à-vis as importações de produtos manufaturados entre a região Centro-Oeste e o resto do mundo, no período de 1998 a 2021, constata-se o mesmo fenômeno aparente destacado para as exportações e importações agregadas. Dessa forma, uma análise mais apressada poderia indicar que a hipótese de Prebisch-Singer estaria refutada para o caso específico da região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais no dado período histórico. No entanto, é importante destacar que, ao se verificar a estrutura dos termos de troca entre os países envolvidos, observa-se alta concentração de produtos básicos na pauta exportadora da região Centro-Oeste, como também alta concentração de produtos manufaturados na pauta importadora. Como são produtos que apresentam naturezas de industrialização distintas, pode-se levantar o imperativo hipotético de que isso esteja acontecendo por influência dos ciclos de preços favoráveis das commodities agropecuárias e minerais. Sendo assim, optou-se por aprofundar um pouco mais a análise e verificar qual era o comportamento dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e seu principal parceiro comercial, o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau. Para tanto, é importante evidenciar que a natureza do estilo de desenvolvimento chinês é distinta daquela verificada para a região Centro-Oeste. Mesmo que ambos tenham projetado os impulsos do seu crescimento econômico para os mercados internacionais, ainda assim a economia chinesa implementou uma política industrial ativa, que teve como base uma revolução em sua estrutura industrial por meio do uso crescente de ciência, inovação e tecnologia (CI&T). Desse modo, a estratégia chinesa foi impulsionar de forma crescente o incremento do seu papel na divisão internacional do trabalho, com produtos de maior valor agregado, ou seja, produtos manufaturados, em especial aqueles relacionados, no primeiro momento, com a Terceira Revolução Industrial e, mais recentemente, com a Quarta Revolução Industrial. Isso posto, a estratégia chinesa de expansão para as economias da América Latina, África e Ásia se intensificou, em especial por meio da exportação de produtos manufaturados. É neste contexto que as transações mercantis entre a região Centro-Oeste e a economia chinesa vão se desenrolar entre 1998 e 2021. Dessa maneira, a razão entre as exportações de produtos básicos da região Centro-Oeste vis-à-vis as importações de produtos manufaturados do bloco econômico de China, Hong Kong e Macau, entre 1998 e 2021, vem apresentando uma taxa média de crescimento de -1,8% ao ano (a.a.). Além disso, a razão entre as exportações básicas e as importações manufaturadas entre estas regiões declinou de quase vinte vezes em 2000 para pouco mais de 6,5 vezes em 2021. Tudo isso é um sinal claro de que, mesmo com um ciclo ascendente de preços de commodities agropecuárias e metais, há uma deterioração nos termos de troca entre a região Centro-Oeste e o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau que, no longo prazo, pode trazer fortes restrições para o crescimento econômico do Centro-Oeste. |
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Alcances, limites e contradições nos termos de troca entre as economias do centro-oeste brasileiro e seus parceiros comerciais : o caso do bloco econômico de China, Hong Kong e MacauTexto para Discussão (TD) 2913 : Alcances, limites e contradições nos termos de troca entre as economias do centro-oeste brasileiro e seus parceiros comerciais : o caso do bloco econômico de China, Hong Kong e MacauIPEA::Comércio::Comércio Internacional::Balança Comercial::Relações de TrocaIPEA::Comércio::Comércio Internacional::Comércio Internacional - GeralIPEA::Condições Econômicas. Pesquisa Econômica. Sistemas Econômicos::Econômica::Economia – Geral::EconomiaTermos de trocaEconomia do Centro-OesteO ponto central da investigação foi verificar em que medida os fluxos mercantis entre a região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais têm modificado a estrutura dos termos de troca entre eles, em especial em relação ao bloco econômico de China, Hong Kong e Macau no período 1998-2021. Nesse sentido, verifica-se que a razão entre os valores das exportações da região Centro-Oeste para o resto do mundo vis-à-vis as importações agregadas, entre 1998 e 2021, não apresentou, de forma aparente, sinais de deterioração dos termos de troca. Mas é importante ressaltar que, desde 2009, há um ciclo ascendente dos preços das commodities agropecuárias e metais, que possivelmente está influenciando, de forma positiva, para que não haja essa deterioração dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e os demais parceiros comerciais. Por sua vez, quando se observa a razão entre os valores exportados de produtos básicos vis-à-vis as importações de produtos manufaturados entre a região Centro-Oeste e o resto do mundo, no período de 1998 a 2021, constata-se o mesmo fenômeno aparente destacado para as exportações e importações agregadas. Dessa forma, uma análise mais apressada poderia indicar que a hipótese de Prebisch-Singer estaria refutada para o caso específico da região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais no dado período histórico. No entanto, é importante destacar que, ao se verificar a estrutura dos termos de troca entre os países envolvidos, observa-se alta concentração de produtos básicos na pauta exportadora da região Centro-Oeste, como também alta concentração de produtos manufaturados na pauta importadora. Como são produtos que apresentam naturezas de industrialização distintas, pode-se levantar o imperativo hipotético de que isso esteja acontecendo por influência dos ciclos de preços favoráveis das commodities agropecuárias e minerais. Sendo assim, optou-se por aprofundar um pouco mais a análise e verificar qual era o comportamento dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e seu principal parceiro comercial, o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau. Para tanto, é importante evidenciar que a natureza do estilo de desenvolvimento chinês é distinta daquela verificada para a região Centro-Oeste. Mesmo que ambos tenham projetado os impulsos do seu crescimento econômico para os mercados internacionais, ainda assim a economia chinesa implementou uma política industrial ativa, que teve como base uma revolução em sua estrutura industrial por meio do uso crescente de ciência, inovação e tecnologia (CI&T). Desse modo, a estratégia chinesa foi impulsionar de forma crescente o incremento do seu papel na divisão internacional do trabalho, com produtos de maior valor agregado, ou seja, produtos manufaturados, em especial aqueles relacionados, no primeiro momento, com a Terceira Revolução Industrial e, mais recentemente, com a Quarta Revolução Industrial. Isso posto, a estratégia chinesa de expansão para as economias da América Latina, África e Ásia se intensificou, em especial por meio da exportação de produtos manufaturados. É neste contexto que as transações mercantis entre a região Centro-Oeste e a economia chinesa vão se desenrolar entre 1998 e 2021. Dessa maneira, a razão entre as exportações de produtos básicos da região Centro-Oeste vis-à-vis as importações de produtos manufaturados do bloco econômico de China, Hong Kong e Macau, entre 1998 e 2021, vem apresentando uma taxa média de crescimento de -1,8% ao ano (a.a.). Além disso, a razão entre as exportações básicas e as importações manufaturadas entre estas regiões declinou de quase vinte vezes em 2000 para pouco mais de 6,5 vezes em 2021. Tudo isso é um sinal claro de que, mesmo com um ciclo ascendente de preços de commodities agropecuárias e metais, há uma deterioração nos termos de troca entre a região Centro-Oeste e o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau que, no longo prazo, pode trazer fortes restrições para o crescimento econômico do Centro-Oeste.77 p. : il.Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)2023-09-12T17:28:04Z2023-09-12T17:28:04Z2023-09Texto para Discussão (TD)info:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfPIRES, Murilo José de Souza. Alcances, limites e contradições nos termos de troca entre as economias do centro-oeste brasileiro e seus parceiros comerciais : o caso do bloco econômico de China, Hong Kong e Macau. Brasília, DF: Ipea, set. 2023.77 p. : il. (Texto para Discussão, n. 2913). DOI: http:// dx.doi.org/10.38116/td2913-port.https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/12354ark:/51990/0013000002m5hhttp://www.ipea.gov.brreponame:Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)instname:Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)instacron:IPEABrasilChinaHong KongMacauInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.info:eu-repo/semantics/openAccessPires, Murilo José de Souzapor2023-09-13T06:05:38Zoai:repositorio.ipea.gov.br:11058/12354Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ipea.gov.br/oai/requestsuporte@ipea.gov.bropendoar:2023-09-13T06:05:38Repositório Institucional da IPEA (RCIpea) - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)false |
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O ponto central da investigação foi verificar em que medida os fluxos mercantis entre a região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais têm modificado a estrutura dos termos de troca entre eles, em especial em relação ao bloco econômico de China, Hong Kong e Macau no período 1998-2021. Nesse sentido, verifica-se que a razão entre os valores das exportações da região Centro-Oeste para o resto do mundo vis-à-vis as importações agregadas, entre 1998 e 2021, não apresentou, de forma aparente, sinais de deterioração dos termos de troca. Mas é importante ressaltar que, desde 2009, há um ciclo ascendente dos preços das commodities agropecuárias e metais, que possivelmente está influenciando, de forma positiva, para que não haja essa deterioração dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e os demais parceiros comerciais. Por sua vez, quando se observa a razão entre os valores exportados de produtos básicos vis-à-vis as importações de produtos manufaturados entre a região Centro-Oeste e o resto do mundo, no período de 1998 a 2021, constata-se o mesmo fenômeno aparente destacado para as exportações e importações agregadas. Dessa forma, uma análise mais apressada poderia indicar que a hipótese de Prebisch-Singer estaria refutada para o caso específico da região Centro-Oeste e seus parceiros comerciais no dado período histórico. No entanto, é importante destacar que, ao se verificar a estrutura dos termos de troca entre os países envolvidos, observa-se alta concentração de produtos básicos na pauta exportadora da região Centro-Oeste, como também alta concentração de produtos manufaturados na pauta importadora. Como são produtos que apresentam naturezas de industrialização distintas, pode-se levantar o imperativo hipotético de que isso esteja acontecendo por influência dos ciclos de preços favoráveis das commodities agropecuárias e minerais. Sendo assim, optou-se por aprofundar um pouco mais a análise e verificar qual era o comportamento dos termos de troca entre a região Centro-Oeste e seu principal parceiro comercial, o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau. Para tanto, é importante evidenciar que a natureza do estilo de desenvolvimento chinês é distinta daquela verificada para a região Centro-Oeste. Mesmo que ambos tenham projetado os impulsos do seu crescimento econômico para os mercados internacionais, ainda assim a economia chinesa implementou uma política industrial ativa, que teve como base uma revolução em sua estrutura industrial por meio do uso crescente de ciência, inovação e tecnologia (CI&T). Desse modo, a estratégia chinesa foi impulsionar de forma crescente o incremento do seu papel na divisão internacional do trabalho, com produtos de maior valor agregado, ou seja, produtos manufaturados, em especial aqueles relacionados, no primeiro momento, com a Terceira Revolução Industrial e, mais recentemente, com a Quarta Revolução Industrial. Isso posto, a estratégia chinesa de expansão para as economias da América Latina, África e Ásia se intensificou, em especial por meio da exportação de produtos manufaturados. É neste contexto que as transações mercantis entre a região Centro-Oeste e a economia chinesa vão se desenrolar entre 1998 e 2021. Dessa maneira, a razão entre as exportações de produtos básicos da região Centro-Oeste vis-à-vis as importações de produtos manufaturados do bloco econômico de China, Hong Kong e Macau, entre 1998 e 2021, vem apresentando uma taxa média de crescimento de -1,8% ao ano (a.a.). Além disso, a razão entre as exportações básicas e as importações manufaturadas entre estas regiões declinou de quase vinte vezes em 2000 para pouco mais de 6,5 vezes em 2021. Tudo isso é um sinal claro de que, mesmo com um ciclo ascendente de preços de commodities agropecuárias e metais, há uma deterioração nos termos de troca entre a região Centro-Oeste e o bloco econômico de China, Hong Kong e Macau que, no longo prazo, pode trazer fortes restrições para o crescimento econômico do Centro-Oeste. |
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