O Futuro da privatização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Armando Manuel da Rocha Castelar
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
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Texto Completo: https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/12445
Resumo: O processo de desestatização no Brasil passou por duas fases distintas. A primeira, na década de 80, foi dedicada à reprivatização de empresas que haviam sido absorvidas nas “operações-hospital” do BNDES e de sua subsidiária BNDESPAR. A segunda fase, iniciada em outubro de 1991 com a venda da Usiminas, ampliou consideravelmente a magnitude e o escopo do processo, transferindo para o setor privado empresas que haviam pertencido ao Estado desde a sua fundação. A privatização continuou, contudo, limitada à indústria de transformação, responsável por uma parte menor do setor produtivo estatal (cerca de 12% do patrimônio líquido). O processo não avançou na década de 80 pela falta de compromisso político com o processo de desestatização em si e com a reforma do modelo econômico em geral. Essa falta de compromisso se explica pela tendência a sobrestimar a resistência dos grupos de interesse que giram em torno das empresas estatais e pela falsa percepção de que os problemas poderiam ser corrigidos por mudanças na administração dessas empresas, sem alterar significativamente a estratégia de desenvolvimento adotada com variadas tonalidades desde o Governo Vargas. O preço cobrado à sociedade pela inércia governamental foi alto. Em todo este período as estatais continuaram absorvendo e aplicando ineficientemente recursos públicos escassos que poderiam ter sido destinados ao resgate da dívida social acumulada com as camadas menos favorecidas da população.
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