Rotina de Coleta de Amostras Biológicas Durante as Necropsias a Fim de Evitar Exumações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Manoel Francisco Campos Neto
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Jorge Paulete Vanrell, Alessandra Paiva Puertas Alves
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
Texto Completo: https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/477
Resumo: A maioria das identificações dos corpos de desconhecidos que são encaminhados ao IML de qualquer região do Brasil é feita por familiares, podendo haver erros por dolo ou por outros fatores, como a emoção momentânea. A documentação nem sempre tem fotos e quando há putrefação a identificação não é possível nem com a presença de uma foto. Após a liberação do corpo, havendo erro no registro da primeira identificação para a liberação do corpo para velório impõe-se exumação e necropsia para colheita de material para identificação laboratorial. A retificação documental deve ser precedida desta providência. Propor uma alternativa simples e econômica. Embora possam ser colhidas as impressões digitais até mesmo de cadáveres em putrefação, o exame de DNA é o mais aceito pelos operadores do Direito. A desgastante exumação e colheita de material poderiam ser substituídas por um procedimento simples e praticamente sem custos. Após a Inspeção Externa, o Médico Legista procede à lavagem com água corrente do local de colheita e com auxílio de uma pinça hemostática limpa e sem contaminantes retira uma “ilha” de cabelos do couro cabeludo do examinando, tendo o cuidado de arrancar as amostras com os seus “bulbos capilares”. A seguir, coloca o “tufo” de cabelos retirados sobre uma bancada limpa e seca, sem agentes contaminantes para que as amostras sequem à temperatura ambiente, para evitar crescimento de fungos contaminantes. Acondicionam-se os mesmos em envelope de papel ou plástico (idênticos aos que são usados para acondicionamento de fotos 3x4). Após, o envelope com as amostras já prontas é grampeado na parte interna do impresso da capa do Laudo (padrão na maioria dos IML), juntamente com todas as anotações preliminares. Quando terminado, será devidamente arquivado. No Laudo de necropsia informaremos que: “encontram-se em nossos arquivos amostras de fios de cabelos da vítima ora periciada para DNA, caso existam dúvidas na sua identificação”. A implantação desse método simples, prático e sem nenhum ônus para a coleta prévia e armazenagem de amostras biológicas, se aplicada em todos os serviços do Brasil, evitaria exumações desnecessárias para colheita de material e desencorajaria a fraude na identificação de desconhecidos. O método pode ser usado por médicos não legistas ou não médicos com dúvidas da identidade da pessoa para quem emitam o atestado de óbito.
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