Efeitos da Suplementação de Whey Protein sobre a Função e Hipertrofia Muscular em Resposta ao Treinamento Resistido

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: JACINTO, Jeferson Lucas
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
Texto Completo: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/57108
Resumo: Introdução: A suplementação proteica em combinação com treinamento resistido (TR) pode ser uma estratégia não farmacológica adequada para ser aplicada em populações saudáveis com o objetivo de melhorar função e massa muscular e em populações não saudáveis, em processo de reabilitação da função e massa muscular, tais como em condições patológicas (câncer, HIV, diabetes, insuficiência cardíaca e DPOC), e fisiológicas (envelhecimento), bem como em situações de desuso muscular (imobilização ou hospitalização). A suplementação proteica associada ao TR pode implicar no aumento da taxa de síntese proteica muscular (SPM). Prévios estudos sugerem que a suplementação de whey protein (WP) pode promover aumento significativo na taxa de SPM em comparação com outras proteínas de baixa qualidade, tal como os peptídeos de colágeno (PC). Essa vantagem da WP pode estar relacionada a maior quantidade de aminoácidos essenciais, especialmente a leucina (Leu) - principal promotor da SPM por meio da ativação da via de sinalização mTORc1/p70S6K. Assim, especula-se que os efeitos ergogênicos do PC poderão ser similares a WP se a quantidade de Leu ingerida semanalmente for equiparada durante o programa de TR. Além disso, com o aumento da SPM, a suplementação de WP também pode ser uma estratégia eficaz durante a recuperação das sessões de TR, podendo esta recuperação potencializar os ganhos de força e massa muscular durante um programa de TR. Objetivo: A programação de pesquisa da presente tese contempla dois estudos, sendo uma Revisão Sistemática com Metanálise (Estudo 1) e um Ensaio Clínico Randomizado (Estudo 2). O estudo 1 teve como objetivo apresentar uma revisão sistemática com metanálise sobre os possíveis efeitos da suplementação com WP combinada ao TR sobre os ganhos de força e massa muscular em adultos jovens. A proposta do estudo 2 foi investigar o efeito da suplementação de whey protein (WP) versus peptídeo de colágeno (PC), equiparados pela quantidade de Leu, sobre a força, potência, e hipertrofia muscular durante um programa de treinamento resistido (TR) em adultos jovens. Métodos: Para o estudo 1 conduzimos uma busca de artigos nas bases de dados PubMed, Cochrane e Embase com termos específicos relacionados à WP, TR, força e hipertrofia muscular. Treze estudos foram incluídos na análise a partir da triagem inicial e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, e procederam-se as etapas de extração dos dados e análise da qualidade das evidências. Os dados de ambos os estudos foram submetidos a análise estatística apropriada. Para o estudo 2 foram recrutados vinte e dois indivíduos adultos jovens não treinados, que foram aleatoriamente randomizados em dois grupos: WP (n = 11) ou PC (n = 11) - equiparados com a mesma quantidade de leucina (3 g). Os grupos foram submetidos a um programa de TR com duração de 10 semanas (3 x/semana) e suplementados com uma quantidade equivalente de WP (35 g, contendo 3,0 g de leucina) e PC (35 g, contendo 1,0 g de leucina + 2,0 g de leucina livre) durante todo o período de intervenção (pós-treino e à noite em dias sem treino). A espessura (diâmetro) dos músculos vasto lateral (VL) e bíceps braquial (BB), o pico de torque isocinético e potência média dos flexores do cotovelo, e a potência pico de membros inferiores foram avaliados nos momentos pré e pós o programa de TR. Resultados: No estudo 1, houve um efeito significante a favor da WP (versus placebo) no aumento da força dinâmica máxima (uma repetição máxima [1RM]) (diferença média padronizada [DMP95%] = 5.19 [1.16,9.22]; p = 0.01), e massa muscular (SMD95% = 0.32 [0.08,0.56]; p = 0.01). No estudo 2 o grupo WP apresentou maior aumento (tempo p < 0,05; interação p < 0,05) da espessura do VL (effect size, WP: 0,68 vs. PC: 0,38; %∆, WP: 8,4 ± 2,5 vs. PC: 5,6 ± 2,6%) e BB (effect size, WP: 0,61 vs. PC: 0,35; %∆, WP: 10,1 ± 3,8 vs. PC: 6,0 ± 3,2%), sem diferença significante entre os grupos (tempo p < 0,05; interação p > 0,05) nas variáveis de desempenho muscular (pico de torque isocinético, potência média e potência pico). Conclusão: O compilado de estudos da metanálise evidenciou que a suplementação de WP (versus placebo) pode promover efeito benéfico sobre a força e massa muscular. A suplementação de WP parece ser superior à suplementação de PC (equiparados pela quantidade de leucina) nos ganhos de hipertrofia, mas não na função muscular, após um programa de TR a longo prazo em adultos jovens.
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A proposta do estudo 2 foi investigar o efeito da suplementação de whey protein (WP) versus peptídeo de colágeno (PC), equiparados pela quantidade de Leu, sobre a força, potência, e hipertrofia muscular durante um programa de treinamento resistido (TR) em adultos jovens. Métodos: Para o estudo 1 conduzimos uma busca de artigos nas bases de dados PubMed, Cochrane e Embase com termos específicos relacionados à WP, TR, força e hipertrofia muscular. Treze estudos foram incluídos na análise a partir da triagem inicial e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, e procederam-se as etapas de extração dos dados e análise da qualidade das evidências. Os dados de ambos os estudos foram submetidos a análise estatística apropriada. Para o estudo 2 foram recrutados vinte e dois indivíduos adultos jovens não treinados, que foram aleatoriamente randomizados em dois grupos: WP (n = 11) ou PC (n = 11) - equiparados com a mesma quantidade de leucina (3 g). Os grupos foram submetidos a um programa de TR com duração de 10 semanas (3 x/semana) e suplementados com uma quantidade equivalente de WP (35 g, contendo 3,0 g de leucina) e PC (35 g, contendo 1,0 g de leucina + 2,0 g de leucina livre) durante todo o período de intervenção (pós-treino e à noite em dias sem treino). A espessura (diâmetro) dos músculos vasto lateral (VL) e bíceps braquial (BB), o pico de torque isocinético e potência média dos flexores do cotovelo, e a potência pico de membros inferiores foram avaliados nos momentos pré e pós o programa de TR. Resultados: No estudo 1, houve um efeito significante a favor da WP (versus placebo) no aumento da força dinâmica máxima (uma repetição máxima [1RM]) (diferença média padronizada [DMP95%] = 5.19 [1.16,9.22]; p = 0.01), e massa muscular (SMD95% = 0.32 [0.08,0.56]; p = 0.01). 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