Transtorno obsessivo-compulsivo: uma compreensão psicanalítica

• Autor(a) principal: MARTINS, Gilliard Vieira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
• Texto Completo: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/54767
• topic: Psicanálise; Psiquiatria; Neurose obsessiva; Transtorno obsessivo-compulsivo

A elaboração deste trabalho, trouxe de forma sintetizada, as principais características da abordagem psicanalítica e psiquiátrica, com a relação ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A psicanálise, tendo o seu foco no sofrimento, que se evidencia através da fala e da vida do sujeito, procura investigar, diagnosticar e tratar este fenômeno, considerando aspectos existenciais, culturais, históricos e subjetivos, dando ao paciente a possibilidade de expressar como se sente, e de elaborar os seus impasses no campo do desejo. Em contrapartida, a psiquiatria se apoia em fenômenos observáveis e definições convencionais de fatos clínicos, considerando seu principal manual diagnóstico e estatístico, o DSM, que foi construído sob a justificativa de unificar a linguagem diagnostica entres todos os profissionais do mundo. Para a psiquiatria, o TOC está associado ao grupo de transtornos de ansiedade, e possui uma base neurobiológica, ou seja, é ocasionado através de disfunções neuroquímicas no cérebro. A visão de Freud sobre o fenômeno, até então corroborada pela psiquiatria, passou a ser desconsiderada, juntamente com outras abordagens. Segundo alguns autores citados, alguns motivos culminaram nesta tomada de decisão por parte da psiquiatria. Interesse político e o avanço do mercado farmacológico, foram colocados como questão, tendo em vista que, mais da metade do efetivo que compõe a equipe de revisão do manual classificatório, possui vínculos financeiros com indústrias farmacêuticas. Desta forma, surgem dúvidas relacionadas ao aumento do número de patologias de uma atualização para outra. A intenção deste trabalho, não foi desconsiderar os feitos psiquiátricos no campo da pesquisa e da clínica, mas sim, afirmar a psicanálise como sendo um método eficaz e capaz de tratar o fenômeno, e também, enfatizar o tratamento psicoterapêutico, e não apenas o medicamentoso. Para a produção do trabalho, foi realizado um estudo descritivo e qualitativo, através de revisão bibliográfica sistematizada, de livros e artigos científicos publicados dentro e fora do Brasil, num período de 30 anos.