RESISTÊNCIA DAS POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI AOS INSETICIDAS UTILIZADOS PARA O CONTROLE DA DENGUE: REVISÃO DE ESCOPO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DE VARGAS, LUCIANA DIAS LEMES
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/31232
Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de quatro bilhões de pessoas residam em áreas com risco de dengue, uma arbovirose transmitida através da picada do mosquito Aedes Aegypti. Ademais, o número de casos de dengue vem aumentando ao longo dos anos, apresentando períodos recorrentes de surtos em vários locais. Na tentativa de combater o mosquito e reduzir a disseminação da dengue, meios de controle vetorial têm sido testados, sendo o mais comum os inseticidas. No entanto, o uso indiscriminado destes no controle do mosquito está relacionado aos mecanismos de resistência desse vetor. Objetivo: Mapear as evidências científicas relacionadas à resistência do mosquito Aedes Aegypti aos inseticidas utilizados para o controle da dengue. Material e Métodos: Trata-se de um estudo de Revisão de escopo (RE). Foram pesquisados estudos publicados em bases de dados indexadas: Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed, Embase, CINAHL, Web of Science e SCOPUS, sem restrição ao período de publicação e idioma. Através do mnemônico PCC (população, conceito e contexto), elaborou-se a estratégia de busca utilizando descritores do Decs e Mesh. Foram extraídos dados referentes ao tipo de estudo, controle vetorial ou mecanismos utilizados, inseticida usado, resistência encontrada, os principais resultados e conclusão. Resultados: Foram encontrados 1.631 estudos. Após aplicar os critérios de elegibilidade e seleção dos estudos, foram incluídos 30 estudos na revisão. Em quase todos os estudos o delineamento era experimental, 28 dos estudos trabalharam com controle químico, através de inseticida, sendo os mais utilizados: piretróides, organofosforados, organoclorados e carbamatos em seus experimentos. Em relação à resistência encontrada nos estudos, 66,6% (N= 20) eram metabólica e 30% (N=9) foi a resistência mediada pela alteração e variabilidade genética do Aedes aegypti, juntamente a resistência metabólica. Conclusões: Os estudos demonstraram que o Aedes aegypti desenvolve uma adaptação ou aprimoramento, que lhes confere resistência aos inseticidas. Esses mecanismos de resistência estão relacionados às alterações genéticas e metabólicas, que muitas vezes estão interligados e correlacionados, e que são transmitidas para seus descendentes ao longo das gerações. Os estudos trouxeram recomendações muito importantes, que devem ser levadas em consideração quanto ao uso dos inseticidas, apesar de muitas serem desconhecidas da população em geral. Dessa forma, torna-se necessário um avanço nos estudos sobre não apenas identificar e explicar os mecanismos de resistência, mas de como burlar essa resistência vetorial adquirida.
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