Condutas de saúde em estudantes universitários: prevalência e correlatos associados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, André Luis dos Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/34141
Resumo: Introdução: As condutas de risco para saúde adotadas por estudantes universitários têm sido analisadas mundialmente e indicam preocupantes prevalências de prática insuficiente de atividade física, tempo sedentário, hábitos alimentares inadequados, uso de tabaco e de outras drogas ilícitas, consumo abusivo de bebida alcoólica, comportamento sexual indevido, estresse não-controlado, atitudes incorretas no trânsito, violência contra si e aos outros. Acidentes de trânsito, violência, suicídio e consumo de drogas são citadas como as principais causas de morte precoce de jovens em idade universitária. Além de morbidades associadas, como é o caso das doenças sexualmente transmissíveis, o comportamento sexual indevido pode potencializar eventuais desajustes psicoemocionais e sociais em consequência de mais elevado risco de gravidez precoce e indesejada. O surgimento e a progressão de várias doenças crônicas não-transmissíveis diagnosticadas na segunda metade de vida resultam de exposição às condutas de risco incorporadas e cultivadas em idades jovens. Diante deste quadro de saúde pública, em consulta à literatura constata-se que, até o momento, são raros os estudos realizados no Brasil que procuraram investigar as condutas de proteção e de risco para saúde em amostras representativas da população universitária. Objetivo: Inicialmente, foi conduzido estudo com intuito de identificar e comparar as propriedades psicométricas do questionário National College Health Assessment II (NCHA IIc), traduzido e adaptado para uso em estudantes universitários brasileiros, nos formatos impresso e online, e verificar a capacidade de concordância entre dados levantados por ambos os formatos (artigo 1). Na sequência, por meio de levantamento descritivo de corte transversal de base populacional, foram analisadas prevalências de condutas de risco para a saúde relacionadas ao estilo de vida de estudantes universitários de treze campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, procurando estabelecer clusters das múltiplas condutas de saúde e sua associação com o desempenho acadêmico, verificar o impacto da prática de exercício físico e do consumo de frutas/hortaliças no excesso de peso corporal e dimensionar a extensão com que a prática de exercício físico possa estar associada às prevalências de selecionadas condutas de saúde (artigos 2-6). Métodos: Para efetivação do primeiro estudo foram selecionados 371 estudantes universitários dos cursos de graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campi de Londrina, matriculados no ano letivo de 2018. Os dados foram coletados através da versão brasileira do NCHA IIc, nos formatos impresso e online em dois momentos distintos. Os estudantes universitários responderam o questionário no formato impresso em sala de aula da própria Universidade e no formato online mediante plataforma eletrônica via web, acessada por meio de microcomputadores desktops, notebooks, tablets ou smartphones, em lugar de sua conveniência e preferência. As propriedades psicométricas do NCHA IIc nos formatos impresso e online foram analisadas mediante cálculo de consistência interna (Alfa de Cronbach) e procedimentos da análise fatorial confirmatória com intuito de estabelecer indicadores de validação de construto (razão entre qui-quadrado e os graus de liberdade, Comparative Fit Index, Goodness-of-Fit Index, Adjusted Goodness-of-Fit Index e Root Mean Square Residual). A invariância fatorial entre sexo e idade foi conduzida através de análise multigrupo, fixando-se cargas fatoriais, variância/covariâncias e resíduos. A capacidade de concordância entre os dados levantados pelos formatos impresso e online foi identificada por intermédio dos coeficientes kappa simples e ponderado, porcentagens de concordância exata e global, e coeficiente de correlação intraclasse. Para o levantamento de dados descritivos foi considerada como população de referência estudantes universitários da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, distribuídos nos 13 campi localizados em municípios de diferentes regiões geográficas do estado do Paraná: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena e Toledo. O tamanho da amostra foi estabelecido assumindo prevalência de êxito não conhecida (p = 50%), nível de confiança de 95% e erro amostral de três pontos percentuais. Desse modo, participaram do estudo 5310 estudantes universitários (2029 mulheres e 3281 homens). Os dados foram coletados através do NCHA IIc, no formato online, através de plataforma eletrônica via web, acessada por meio de microcomputadores desktops, notebooks, tablets ou smartphones. Além de dados demográficos, o NCHA IIc reune 64 questões sobre condutas estreitamente vinculadas à saúde do estudante universitário, categorizadas em sete dimensões: (a) educação em saúde, segurança pessoal e violência; (b) bebida alcoólica, tabaco e outras drogas; (c) comportamento sexual e contracepção; (d) peso corporal, nutrição e exercício físico; (e) saúde mental; (f) saúde física; e (g) dificuldades para o desempenho acadêmico. As taxas de prevalência equivalentes às condutas de risco e proteção para a saúde foram estimadas a partir de proporções pontuais (%), acompanhadas pelos respectivos intervalos de confiança de 95%. A análise de clusters constitui-se de duas etapas em que foi aplicada combinação de agrupamento hierárquico, usando o método de Ward baseado nas distâncias Euclidianas como medida de dissemelhança entre os estudantes universitários, e não hierárquicos, usando os centroids resultantes para aprimorar a solução de cluster hierárquico preliminar. Para análise da linearidade das associações entre condutas de proteção e risco e potenciais correlatos foram utilizados os cálculos da razão de prevalência. Eventuais diferenças estatísticas entre os estratos sob investigação foram tratadas pelo teste de qui-quadrado. A extensão com que os dados demográficos, do ambiente universitário e as condutas de saúde possam estar relacionadas entre si foi estabelecida mediante procedimentos de regressão múltipla hierarquizada. Resultados: O estudo realizado com objetivo de identificar e comparar as propriedades psicométricas do NCHA IIc apontou que os formatos impresso e online alcançaram similares desempenhos psicométricos, apresentando satisfatórios coeficientes Alfa de Cronbach calculados para as sete dimensões de condutas de saúde. A solução fatorial validada mediante indicadores produzidos pela análise fatorial confirmatória foi semelhante em ambas as versões com confirmação de invariância fatorial para sexo e idade. Baseandose nos graus de concordância observados depreendeu-se que, em geral, os dados levantados por intermédio dos formatos impresso e online são comparáveis. Deste modo, em razão das vantagens logísticas e do substancial menor custo para sua aplicação, o formato online do questionário NCHA IIc tratado no presente estudo mostrou-se promissor para uso em futuros levantamentos com objetivo de analisar as condutas de saúde de estudantes universitários no contexto brasileiro. Especificamente com relação ao levantamento descritivo envolvendo a população de estudantes universitários do estado do Paraná, as taxas de prevalência mais elevadas foram identificadas nas condutas de risco para a saúde agrupadas no domínio de hábitos alimentares, atividade física e sono (> 60%); enquanto as condutas de risco para a saúde equivalentes ao domínio de segurança pessoal e violência foram menos prevalentes (< 15%). De 15% a 35% dos estudantes universitários assumiram condutas referentes ao consumo de substâncias viciantes e cerca de 50% relataram comportamento sexual de risco. Os achados permitiram traçar os grupos de estudantes universitários mais suscetíveis as condutas de risco para a saúde. Neste caso, destacaram-se os homens, os estudantes universitários com idade ≥ 22 anos, que residiam distante da família, estudavam em campi de tamanho ≥ 3000 estudantes, no período da noite e com dois ou mais anos de estudo na universidade. Ainda, aproximadamente ⅓ dos universitários reunidos na amostra apresentaram sobrepeso. Variações quanto à ocorrência de excesso de peso corporal se associou inversa e significantemente com a maior frequência de prática de exercício cardiorrespiratório e consumo de frutas/hortaliças. No caso de exercícios resistidos, menor chance dos universitários serem classificados com excesso de peso corporal ocorreu com frequência de prática equivalente a 3-4 vezes/semana. A análise dos dados gerou quatro clusters com diferentes configurações de coexistência e gradientes de engajamento individual das condutas de saúde, o que apoia a proposta de estratificar os estudantes universitários de acordo com condutas de saúde específicas para projetar ações de prevenção e intervenção mais eficazes. O cluster 1 composto por estudantes universitários que relataram menor consumo de bebida alcoólica e uso de drogas ilícitas, conjuntamente com mais elevada ingestão de frutas/hortaliças, prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente. O cluster 2 abrigou os estudantes universitários que apontaram menor uso de tabaco e derivados, mais elevada ingestão de frutas/hortaliças e prática de atividade física. Os estudantes universitários do cluster 3 foram caracterizados por apresentarem maior consumo de bebida alcoólica, uso de drogas ilícitas, menor prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente. Elevado uso de tabaco e derivados, consumo de bebida alcoólica e menor quantidade de noites de sono suficiente foram as características dos estudantes universitários do cluster 4. No que se refere ao vínculo entre os clusters de condutas de saúde e o desempenho acadêmico autorrelatado, constatou-se que os estudantes universitários reunidos nos clusters de condutas nocivas à saúde, traduzidos pelo maior uso de tabaco e derivados, consumo de bebida alcoólica e drogas ilícitas, combinado com menor prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente, demonstraram menores chances de pertencerem a categoria superior de desempenho acadêmico. Com relação à associação entre atividade física e prevalência de selecionadas condutas de saúde, os resultados apontaram que os estudantes universitários que relataram prática conjunta de exercícios cardiorrespiratórios e de fortalecimento muscular consistente com as diretrizes de saúde pública para os níveis recomendados de atividade física tenderam a apresentar chances mais reduzidas de assumir condutas de risco para saúde, incluindo sintomas de depressão, ideação suicida, estresse, envolvimento em brigas, sono insuficiente, consumo inadequado de frutas/hortaliças, tabagismo, uso de maconha e consumo nocivo de bebida alcoólica. Contribuição para a área de conhecimento: Acredita-se que os achados do presente estudo de tese possam oferecer importantes informações quanto aos indicadores associados às condutas de saúde da população de estudantes universitários, o que poderá contribuir de forma significativa para a ampliação de novos conhecimentos na área, além de possibilitar o delineamento de ações intervencionista de promoção e educação em saúde, de modo a auxiliar na formação acadêmica/profissional dos universitários, minimizar eventuais agravos de saúde, fortalecer as boas práticas e contribuir para a sua permanência e conclusão do curso.
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Na sequência, por meio de levantamento descritivo de corte transversal de base populacional, foram analisadas prevalências de condutas de risco para a saúde relacionadas ao estilo de vida de estudantes universitários de treze campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, procurando estabelecer clusters das múltiplas condutas de saúde e sua associação com o desempenho acadêmico, verificar o impacto da prática de exercício físico e do consumo de frutas/hortaliças no excesso de peso corporal e dimensionar a extensão com que a prática de exercício físico possa estar associada às prevalências de selecionadas condutas de saúde (artigos 2-6). Métodos: Para efetivação do primeiro estudo foram selecionados 371 estudantes universitários dos cursos de graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campi de Londrina, matriculados no ano letivo de 2018. Os dados foram coletados através da versão brasileira do NCHA IIc, nos formatos impresso e online em dois momentos distintos. 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A capacidade de concordância entre os dados levantados pelos formatos impresso e online foi identificada por intermédio dos coeficientes kappa simples e ponderado, porcentagens de concordância exata e global, e coeficiente de correlação intraclasse. Para o levantamento de dados descritivos foi considerada como população de referência estudantes universitários da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, distribuídos nos 13 campi localizados em municípios de diferentes regiões geográficas do estado do Paraná: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena e Toledo. O tamanho da amostra foi estabelecido assumindo prevalência de êxito não conhecida (p = 50%), nível de confiança de 95% e erro amostral de três pontos percentuais. Desse modo, participaram do estudo 5310 estudantes universitários (2029 mulheres e 3281 homens). 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Especificamente com relação ao levantamento descritivo envolvendo a população de estudantes universitários do estado do Paraná, as taxas de prevalência mais elevadas foram identificadas nas condutas de risco para a saúde agrupadas no domínio de hábitos alimentares, atividade física e sono (> 60%); enquanto as condutas de risco para a saúde equivalentes ao domínio de segurança pessoal e violência foram menos prevalentes (< 15%). De 15% a 35% dos estudantes universitários assumiram condutas referentes ao consumo de substâncias viciantes e cerca de 50% relataram comportamento sexual de risco. Os achados permitiram traçar os grupos de estudantes universitários mais suscetíveis as condutas de risco para a saúde. Neste caso, destacaram-se os homens, os estudantes universitários com idade ≥ 22 anos, que residiam distante da família, estudavam em campi de tamanho ≥ 3000 estudantes, no período da noite e com dois ou mais anos de estudo na universidade. 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Contribuição para a área de conhecimento: Acredita-se que os achados do presente estudo de tese possam oferecer importantes informações quanto aos indicadores associados às condutas de saúde da população de estudantes universitários, o que poderá contribuir de forma significativa para a ampliação de novos conhecimentos na área, além de possibilitar o delineamento de ações intervencionista de promoção e educação em saúde, de modo a auxiliar na formação acadêmica/profissional dos universitários, minimizar eventuais agravos de saúde, fortalecer as boas práticas e contribuir para a sua permanência e conclusão do curso.Educação em SaúdeEstilo de VidaCondutas de saúde em estudantes universitários: prevalência e correlatos associadosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Scientia – Repositório Institucionalinstname:Kroton Educacional S.A.instacron:KROTONinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALANDRE LUIS DOS SANTOS SILVA_Tese.pdfANDRE LUIS DOS SANTOS SILVA_Tese.pdfapplication/pdf5523343https://repositorio.pgsscogna.com.br//bitstream/123456789/34141/1/ANDRE%20LUIS%20DOS%20SANTOS%20SILVA_Tese.pdfdae3c3d05c6c6794c155dd0e98c7a8a8MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.pgsscogna.com.br//bitstream/123456789/34141/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/341412022-10-28 11:53:23.174oai:repositorio.pgsscogna.com.br:123456789/34141Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.pgsscogna.com.br/oai/request.opendoar:2022-10-28T14:53:23falseRepositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.pgsscogna.com.br/oai/request.repositorio@kroton.com.br || selma.elwein@cogna.com.bropendoar:2022-10-28T14:53:23Scientia – Repositório Institucional - Kroton Educacional S.A.false
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O surgimento e a progressão de várias doenças crônicas não-transmissíveis diagnosticadas na segunda metade de vida resultam de exposição às condutas de risco incorporadas e cultivadas em idades jovens. Diante deste quadro de saúde pública, em consulta à literatura constata-se que, até o momento, são raros os estudos realizados no Brasil que procuraram investigar as condutas de proteção e de risco para saúde em amostras representativas da população universitária. Objetivo: Inicialmente, foi conduzido estudo com intuito de identificar e comparar as propriedades psicométricas do questionário National College Health Assessment II (NCHA IIc), traduzido e adaptado para uso em estudantes universitários brasileiros, nos formatos impresso e online, e verificar a capacidade de concordância entre dados levantados por ambos os formatos (artigo 1). Na sequência, por meio de levantamento descritivo de corte transversal de base populacional, foram analisadas prevalências de condutas de risco para a saúde relacionadas ao estilo de vida de estudantes universitários de treze campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, procurando estabelecer clusters das múltiplas condutas de saúde e sua associação com o desempenho acadêmico, verificar o impacto da prática de exercício físico e do consumo de frutas/hortaliças no excesso de peso corporal e dimensionar a extensão com que a prática de exercício físico possa estar associada às prevalências de selecionadas condutas de saúde (artigos 2-6). Métodos: Para efetivação do primeiro estudo foram selecionados 371 estudantes universitários dos cursos de graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campi de Londrina, matriculados no ano letivo de 2018. Os dados foram coletados através da versão brasileira do NCHA IIc, nos formatos impresso e online em dois momentos distintos. Os estudantes universitários responderam o questionário no formato impresso em sala de aula da própria Universidade e no formato online mediante plataforma eletrônica via web, acessada por meio de microcomputadores desktops, notebooks, tablets ou smartphones, em lugar de sua conveniência e preferência. As propriedades psicométricas do NCHA IIc nos formatos impresso e online foram analisadas mediante cálculo de consistência interna (Alfa de Cronbach) e procedimentos da análise fatorial confirmatória com intuito de estabelecer indicadores de validação de construto (razão entre qui-quadrado e os graus de liberdade, Comparative Fit Index, Goodness-of-Fit Index, Adjusted Goodness-of-Fit Index e Root Mean Square Residual). A invariância fatorial entre sexo e idade foi conduzida através de análise multigrupo, fixando-se cargas fatoriais, variância/covariâncias e resíduos. A capacidade de concordância entre os dados levantados pelos formatos impresso e online foi identificada por intermédio dos coeficientes kappa simples e ponderado, porcentagens de concordância exata e global, e coeficiente de correlação intraclasse. Para o levantamento de dados descritivos foi considerada como população de referência estudantes universitários da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, distribuídos nos 13 campi localizados em municípios de diferentes regiões geográficas do estado do Paraná: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena e Toledo. O tamanho da amostra foi estabelecido assumindo prevalência de êxito não conhecida (p = 50%), nível de confiança de 95% e erro amostral de três pontos percentuais. Desse modo, participaram do estudo 5310 estudantes universitários (2029 mulheres e 3281 homens). Os dados foram coletados através do NCHA IIc, no formato online, através de plataforma eletrônica via web, acessada por meio de microcomputadores desktops, notebooks, tablets ou smartphones. Além de dados demográficos, o NCHA IIc reune 64 questões sobre condutas estreitamente vinculadas à saúde do estudante universitário, categorizadas em sete dimensões: (a) educação em saúde, segurança pessoal e violência; (b) bebida alcoólica, tabaco e outras drogas; (c) comportamento sexual e contracepção; (d) peso corporal, nutrição e exercício físico; (e) saúde mental; (f) saúde física; e (g) dificuldades para o desempenho acadêmico. As taxas de prevalência equivalentes às condutas de risco e proteção para a saúde foram estimadas a partir de proporções pontuais (%), acompanhadas pelos respectivos intervalos de confiança de 95%. A análise de clusters constitui-se de duas etapas em que foi aplicada combinação de agrupamento hierárquico, usando o método de Ward baseado nas distâncias Euclidianas como medida de dissemelhança entre os estudantes universitários, e não hierárquicos, usando os centroids resultantes para aprimorar a solução de cluster hierárquico preliminar. Para análise da linearidade das associações entre condutas de proteção e risco e potenciais correlatos foram utilizados os cálculos da razão de prevalência. Eventuais diferenças estatísticas entre os estratos sob investigação foram tratadas pelo teste de qui-quadrado. A extensão com que os dados demográficos, do ambiente universitário e as condutas de saúde possam estar relacionadas entre si foi estabelecida mediante procedimentos de regressão múltipla hierarquizada. Resultados: O estudo realizado com objetivo de identificar e comparar as propriedades psicométricas do NCHA IIc apontou que os formatos impresso e online alcançaram similares desempenhos psicométricos, apresentando satisfatórios coeficientes Alfa de Cronbach calculados para as sete dimensões de condutas de saúde. A solução fatorial validada mediante indicadores produzidos pela análise fatorial confirmatória foi semelhante em ambas as versões com confirmação de invariância fatorial para sexo e idade. Baseandose nos graus de concordância observados depreendeu-se que, em geral, os dados levantados por intermédio dos formatos impresso e online são comparáveis. Deste modo, em razão das vantagens logísticas e do substancial menor custo para sua aplicação, o formato online do questionário NCHA IIc tratado no presente estudo mostrou-se promissor para uso em futuros levantamentos com objetivo de analisar as condutas de saúde de estudantes universitários no contexto brasileiro. Especificamente com relação ao levantamento descritivo envolvendo a população de estudantes universitários do estado do Paraná, as taxas de prevalência mais elevadas foram identificadas nas condutas de risco para a saúde agrupadas no domínio de hábitos alimentares, atividade física e sono (> 60%); enquanto as condutas de risco para a saúde equivalentes ao domínio de segurança pessoal e violência foram menos prevalentes (< 15%). De 15% a 35% dos estudantes universitários assumiram condutas referentes ao consumo de substâncias viciantes e cerca de 50% relataram comportamento sexual de risco. Os achados permitiram traçar os grupos de estudantes universitários mais suscetíveis as condutas de risco para a saúde. Neste caso, destacaram-se os homens, os estudantes universitários com idade ≥ 22 anos, que residiam distante da família, estudavam em campi de tamanho ≥ 3000 estudantes, no período da noite e com dois ou mais anos de estudo na universidade. Ainda, aproximadamente ⅓ dos universitários reunidos na amostra apresentaram sobrepeso. Variações quanto à ocorrência de excesso de peso corporal se associou inversa e significantemente com a maior frequência de prática de exercício cardiorrespiratório e consumo de frutas/hortaliças. No caso de exercícios resistidos, menor chance dos universitários serem classificados com excesso de peso corporal ocorreu com frequência de prática equivalente a 3-4 vezes/semana. A análise dos dados gerou quatro clusters com diferentes configurações de coexistência e gradientes de engajamento individual das condutas de saúde, o que apoia a proposta de estratificar os estudantes universitários de acordo com condutas de saúde específicas para projetar ações de prevenção e intervenção mais eficazes. O cluster 1 composto por estudantes universitários que relataram menor consumo de bebida alcoólica e uso de drogas ilícitas, conjuntamente com mais elevada ingestão de frutas/hortaliças, prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente. O cluster 2 abrigou os estudantes universitários que apontaram menor uso de tabaco e derivados, mais elevada ingestão de frutas/hortaliças e prática de atividade física. Os estudantes universitários do cluster 3 foram caracterizados por apresentarem maior consumo de bebida alcoólica, uso de drogas ilícitas, menor prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente. Elevado uso de tabaco e derivados, consumo de bebida alcoólica e menor quantidade de noites de sono suficiente foram as características dos estudantes universitários do cluster 4. No que se refere ao vínculo entre os clusters de condutas de saúde e o desempenho acadêmico autorrelatado, constatou-se que os estudantes universitários reunidos nos clusters de condutas nocivas à saúde, traduzidos pelo maior uso de tabaco e derivados, consumo de bebida alcoólica e drogas ilícitas, combinado com menor prática de atividade física e quantidade de noites de sono suficiente, demonstraram menores chances de pertencerem a categoria superior de desempenho acadêmico. Com relação à associação entre atividade física e prevalência de selecionadas condutas de saúde, os resultados apontaram que os estudantes universitários que relataram prática conjunta de exercícios cardiorrespiratórios e de fortalecimento muscular consistente com as diretrizes de saúde pública para os níveis recomendados de atividade física tenderam a apresentar chances mais reduzidas de assumir condutas de risco para saúde, incluindo sintomas de depressão, ideação suicida, estresse, envolvimento em brigas, sono insuficiente, consumo inadequado de frutas/hortaliças, tabagismo, uso de maconha e consumo nocivo de bebida alcoólica. Contribuição para a área de conhecimento: Acredita-se que os achados do presente estudo de tese possam oferecer importantes informações quanto aos indicadores associados às condutas de saúde da população de estudantes universitários, o que poderá contribuir de forma significativa para a ampliação de novos conhecimentos na área, além de possibilitar o delineamento de ações intervencionista de promoção e educação em saúde, de modo a auxiliar na formação acadêmica/profissional dos universitários, minimizar eventuais agravos de saúde, fortalecer as boas práticas e contribuir para a sua permanência e conclusão do curso.
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