Severidade da osteoartrite, impacto funcional em idosos e suas relações com citocinas e biomarcadores salivares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FERNANDES, Marcos Tadeu Parron
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/31360
Resumo: Introdução: A osteoartrite (OA) é uma doença crônico-degenerativa progressiva e a mais prevalente das patologias reumáticas, acometendo cerca de 30% dos indivíduos acima dos 60 anos. Sua etiologia multifatorial inclui um componente genético, fatores biomecânicos, comportamentais e ambientais. A fisiopatologia é caracterizada por uma inflamação de intensidade leve que acomete a articulação e estruturas periarticulares, ocasionando dor, rigidez e limitação. Objetivos: Essa tese determinou se os níveis plasmáticos de diferentes citocinas, alguns de seus polimorfismos genéticos (SNP), e concentrações salivares de oligoelementos químicos, estão associados à OA de joelho e quadril em idosos. Foi avaliada a associação desses fatores com a presença da doença, sua severidade e nível de comprometimento funcional. O trabalho resultou 4 artigos científicos: (1) o primeiro, já publicado, estudou um SNP do gene do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α); (2) outro artigo determinou a associação entre os níveis plasmáticos das citocinas interleucina 2 (IL-2), IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, TNF-α e IFN-γ (interferon gama) e a OA; (3) o terceiro trabalho determinou se os SNPs dos genes IL4 e IFNγ têm relação com a doença; (4) o quarto artigo estudou se os níveis salivares de oligoelementos (cádmio, cálcio, cobre, fósforo, magnésio e zinco) estão associados à OA. Métodos: Todos os estudos incluíram a população composta por idosos (≥ 60 anos) participantes do projeto EELO (Estudo sobre Envelhecimento e Longevidade) da UNOPAR. O número total de indivíduos foi de 410, sendo 108 portadores de OA (casos) e 302 controles. Inicialmente, na população do EELO, foi utilizado um questionário de comorbidades para identificação dos portadores de OA, posteriormente confirmados através de exame radiográfico das articulações acometidas. Para as análises, considerou-se a radiografia classificada com os piores critérios de Kelgren- Lawrence. Os questionários de Lequesne e WOMAC foram aplicados aos portadores de OA para avaliação do grau de comprometimento funcional. Amostras de sangue foram coletadas de todos os indivíduos e o plasma foi utilizado para a genotipagem dos SNPs do TNFα (rs1800629), IL4 (rs2243250) e IFNγ (rs2069707) pela técnica de PCR em tempo real. As dosagens plasmáticas das citocinas foram realizadas através de citometria de fluxo. A medida dos oligoelementos na saliva foi feita por meio da espectroscopia de raios-X. Todos os grupos comparados estavam pareados quanto às características antropométricas. Resultados: (1) o SNP do TNFα está associado à maior ocorrência de OA, maior severidade radiológica em joelho e quadril e pior escore funcional de Lequesne; (2) maiores níveis de IL-2, IL-6, IL-17A, TNF-α e IFN-γ estiveram associados à presença da OA e maior limitação funcional de acordo com os questionários de Lequesne e WOMAC; exceto a IL-6, todas as citocinas estiveram associadas a maior severidade; maiores concentrações de IL-4 e IL-10 estão relacionadas a menor incidência da doença; (3) o SNP do IFNγ esteve associado a menor ocorrência e severidade da OA; (4) pacientes portadores de OA apresentaram maiores concentrações de cádmio na saliva e menores níveis de cobre, magnésio e zinco. Além disso, o aumento dos níveis de cádmio e redução dos níveis de cobre, magnésio e zinco apresentaram correlação com maior severidade da OA. Conclusões: A partir destes resultados, pode-se concluir: 1) existe relação de uma variante do gene do fator de necrose tumoral alfa a uma maior incidência da osteoartrite e piores graus de lesão articular e limitação funcional; 2) as concentrações plasmáticas de vários mediadores inflamatórios (IL-2, IL-6, IL-17A, TNF-α e IFN-γ) estão associadas à prevalência da osteoartrite, sua severidade e repercussão funcional. Por outro lado, não se verificou esta associação com os níveis plasmáticos de IL-4 e IL-10; 3) há associação de uma variante do gene do IFNγ, que desempenha um importante papel na inflamação, a menor suscetibilidade à osteoartrite. Entre os acometidos, foram observados menores graus de severidade nos portadores desta variação genética. Por outro lado, não se verificou associação de variantes genéticas do IL4 e a presença ou severidade da osteoartrite; 4) há uma relação entre os níveis de cádmio, cobre, magnésio e zinco presentes na saliva e a incidência de OA em idosos. Ainda, os níveis dos oligoelementos salivares sugerem efeito protetor do cobre, magnésio e zinco e efeito deletério do cádmio em relação à OA. Os dados desta tese podem contribuir no esclarecimento dos complexos mecanismos genéticos envolvidos na gênese da OA, com potencial futuro de identificação precoce dos indivíduos suscetíveis, o que permitiria a adoção de medidas profiláticas e terapêuticas. Ainda, considerando a escassez de trabalhos sobre oligoelementos e OA, estes achados podem contribuir para futuros estudos de identificação de biomarcadores com potencial de screening laboratorial para o diagnóstico da OA.
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Inicialmente, na população do EELO, foi utilizado um questionário de comorbidades para identificação dos portadores de OA, posteriormente confirmados através de exame radiográfico das articulações acometidas. Para as análises, considerou-se a radiografia classificada com os piores critérios de Kelgren- Lawrence. Os questionários de Lequesne e WOMAC foram aplicados aos portadores de OA para avaliação do grau de comprometimento funcional. Amostras de sangue foram coletadas de todos os indivíduos e o plasma foi utilizado para a genotipagem dos SNPs do TNFα (rs1800629), IL4 (rs2243250) e IFNγ (rs2069707) pela técnica de PCR em tempo real. As dosagens plasmáticas das citocinas foram realizadas através de citometria de fluxo. A medida dos oligoelementos na saliva foi feita por meio da espectroscopia de raios-X. Todos os grupos comparados estavam pareados quanto às características antropométricas. Resultados: (1) o SNP do TNFα está associado à maior ocorrência de OA, maior severidade radiológica em joelho e quadril e pior escore funcional de Lequesne; (2) maiores níveis de IL-2, IL-6, IL-17A, TNF-α e IFN-γ estiveram associados à presença da OA e maior limitação funcional de acordo com os questionários de Lequesne e WOMAC; exceto a IL-6, todas as citocinas estiveram associadas a maior severidade; maiores concentrações de IL-4 e IL-10 estão relacionadas a menor incidência da doença; (3) o SNP do IFNγ esteve associado a menor ocorrência e severidade da OA; (4) pacientes portadores de OA apresentaram maiores concentrações de cádmio na saliva e menores níveis de cobre, magnésio e zinco. Além disso, o aumento dos níveis de cádmio e redução dos níveis de cobre, magnésio e zinco apresentaram correlação com maior severidade da OA. Conclusões: A partir destes resultados, pode-se concluir: 1) existe relação de uma variante do gene do fator de necrose tumoral alfa a uma maior incidência da osteoartrite e piores graus de lesão articular e limitação funcional; 2) as concentrações plasmáticas de vários mediadores inflamatórios (IL-2, IL-6, IL-17A, TNF-α e IFN-γ) estão associadas à prevalência da osteoartrite, sua severidade e repercussão funcional. Por outro lado, não se verificou esta associação com os níveis plasmáticos de IL-4 e IL-10; 3) há associação de uma variante do gene do IFNγ, que desempenha um importante papel na inflamação, a menor suscetibilidade à osteoartrite. Entre os acometidos, foram observados menores graus de severidade nos portadores desta variação genética. Por outro lado, não se verificou associação de variantes genéticas do IL4 e a presença ou severidade da osteoartrite; 4) há uma relação entre os níveis de cádmio, cobre, magnésio e zinco presentes na saliva e a incidência de OA em idosos. Ainda, os níveis dos oligoelementos salivares sugerem efeito protetor do cobre, magnésio e zinco e efeito deletério do cádmio em relação à OA. Os dados desta tese podem contribuir no esclarecimento dos complexos mecanismos genéticos envolvidos na gênese da OA, com potencial futuro de identificação precoce dos indivíduos suscetíveis, o que permitiria a adoção de medidas profiláticas e terapêuticas. 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