Abuso sexual infantil: a psicoterapia analítico-comportamental no tratamento de crianças vítimas de abuso sexual

• Autor(a) principal: SANTOS, Rosilene Rodrigues dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
• Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/44530
• topic: Abuso sexual infantil; Psicoterapia analítico-comportamental; Análise Funcional; Comportamentos-problema; Tratamento

A violência sexual infantil é um problema grave de saúde pública que afeta a sociedade, e implica principalmente sobre o desenvolvimento e a vida da criança vítima desse tipo de violência, e elicia um conjunto, classe de respostas fisiológicas, psicológicas e emocionais, com consequências traumáticas e sérias, que se não forem tratadas tendem a gerar comportamentos inadequados e complexos, que tenderão a desencadear danos biopsicossociais na fase adulta. Desse modo, o objetivo geral desse estudo visou compreender a forma de atuação da psicoterapia analítico-comportamental no tratamento de crianças vítimas de violência sexual, que por sua vez desdobrou-se em objetivos específicos que originaram três capítulos de estudos discorridos ao longo deste trabalho. Usou-se como metodologia uma abordagem de estudo qualitativo descritivo com ênfase na pesquisa bibliográfica de renomados autores com enfoque na temática em estudo, onde buscou-se captar não só a aparência do fenômeno em estudo, o abuso sexual infantil como também procurou-se elucidar sua origem, compreender as suas relações, consequências e funções comportamentais, assim como as formas de tratamento na Psicoterapia Analítico-Comportamental Infantil ou Terapia Analítico Comportamental Infantil (TACI). Verificou-se que o abuso sexual infantil afeta gravemente o desenvolvimento infantil, eliciam uma classe de respostas condicionadas que foram emparelhadas às respostas incondicionadas (inatas), porém com extrema magnitude, não sendo possível o controle de tais respostas pelo organismo, e ocasiona graves comportamentos-problemas fisiológicos e socioemocionais, de medo incontrolável, ansiedade, angústia, tristeza, culpa, vergonha, déficit de habilidades sociais, fuga, esquiva, etc., e ocorre em contexto intrafamiliar, em casas de vizinhos e amigos, e a incidência maior com meninas. Para tanto, verificou-se evidências de que a Psicoterapia Analítico-Comportamental Infantil é um processo que corrobora de modo relevante para a ressignificação dos comportamentos inadequados das crianças, sobretudo, ao utilizar a Psicoterapia Analítico Funcional do comportamento (FAP), e o próprio contexto terapêutico transforma-se em ambiente propício para a modelagem comportamental. Que diferente da psicoterapia com adulto, no processo terapêutico da TACI o psicoterapeuta pode utilizar o lúdico, o fantasiar e o brincar como recurso terapêutico na análise funcional, evocando CCRs, e que o brincar é um comportamento que a criança vivencia espontaneamente, e que tende a produzir fontes de análise funcionais, principalmente a partir de reforçadores naturais como o próprio ambiente terapêutico, conversa com o terapeuta e descrições (tato) pela criança. Observou a necessidade de maiores estudos e publicações acerca da Psicoterapia Analítico Comportamental Infantil considerando a insipiente fonte de pesquisa a respeito da temática.