Tratamento cirúrgico das epilepsias na criança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa,Jaderson Costa da
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Portela,Eduardo Jardel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492006000200007
Resumo: INTRODUÇÃO: Artigo de revisão baseado em analise crítica da literatura atual sobre o tratamento cirúrgico da epilepsia na infância. OBJETIVOS: Realizar revisão bibliográfica e atualização sobre a cirurgia de epilepsia na infância. RESULTADOS: A cirurgia da epilepsia tem como objetivo o controle das crises e a melhora da qualidade de vida do paciente sem determinar seqüelas inaceitáveis. Uma vez constatada a refratariedade das crises ao tratamento medicamentoso, o paciente deverá ser investigado para a correta localização da área responsável pelas crises, utilizando-se o vídeo-EEG para registro das crises, a avaliação neuropsicológica e os exames funcionais e anatômicos de neuro-imagem. Em relação ao momento da cirurgia, sabemos que: (1) os pacientes mais jovens apresentam melhores resultados quanto aos aspectos psicossociais; (2) a maior incidência de tumores ocultos nas epilepsias parciais refratárias na criança favorecem uma intervenção precoce; (3) a longa espera entre o início da epilepsia e a cirurgia pode predispor a um controle mais pobre das crises; e (4) a neuroplasticidade é um importante aliado nas crianças podendo reduzir o risco de déficit pós-operatório. O maior objetivo da cirurgia da epilepsia é o controle absoluto das crises. É importante também considerar o seguimento global do paciente, incluindo a satisfação dos pais, a melhora no desenvolvimento neuropsicomotor e social, as atividades da vida diária, as modificações comportamentais e no rendimento escolar. Nas séries pediátricas, 60-100% dos pacientes tem uma boa evolução pós-operatória. Os pacientes com epilepsia temporal têm uma maior taxa de ausência de crises quando comparados com o grupo extratemporal. CONCLUSÕES: A cirurgia da epilepsia em crianças tornou-se uma opção realística para casos selecionados e tende a se expandir num futuro próximo. Devemos reconhecer as formas de epilepsia que tem um curso catastrófico, evitando tentativas demoradas de controle com fármacos antiepilépticos que não mudarão a evolução da doença e que retardando o tratamento cirúrgico podem piorar o prognóstico. A terapêutica cirúrgica só deve ser indicada se houver uma boa oportunidade de melhorar a qualidade de vida do paciente.
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