Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492009000100009 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Há controvérsias se drogas antiepilépticas (DAEs) genéricas são intercambiáveis com as de referência, assim como com as similares com respeito a eficácia e efeitos adversos. Este fato é de fundamental importância e ainda mais relevante em países em desenvolvimento com limitações orçamentárias na área de saúde. MÉTODOS: Após aprovação de Comitê de Ética a Associação Brasileira de Epilepsia aplicou um questionário a pessoas com epilepsia (PCE) com 18 questões de múltipla escolha: quatro relacionadas a dados sócio-demográficos e 14 sobre o conhecimento das formulações de DAEs (de referência, genéricas e similares) e da evidência de mudanças clínicas durante a troca (Teste exato de Fisher, significância 05%). RESULTADOS: 731 PCE de seis Hospitais do Sistema Público participaram, sendo que 91% eram de classes sócio-econômicas média e baixas; das PCE maiores de 18 anos, 24,4% tinha menos de 4 anos de escolaridade, 24,4% entre 5 a 8, 45,6 % tinha pelo menos 9 anos de estudo; 63% recebia mais de uma DAE (53,3% carbamazepina, 26,3% valproato de sódio); 58,1% obtinha as DAEs de órgãos públicos e 21,2% somente em farmácias privadas. Das 731 PCE consultadas, 60,6% não conhecia as diferentes formulações de DAEs (PCE com maior escolarização responderam mais corretamente, p<0.001); somente 36% sabia que a primeira DAE é a referência (maior escolarização, p<0.001); e 10% considerou genéricos "medicações oficiais do governo". Após serem instruídos sobre as formulações de DAEs, 24,7% não sabia que genéricos são mais baratos do que as medicações de referência, 32,5% considerou sua qualidade pior e somente 30% sabia os detalhes de sua embalagem (classes de maior renda, p=0.004). Durante o último ano, 25,6% receberam diferentes formulações de DAEs (especialmente carbamazepina e valproato de sódio) e 14,5% (especialmente com menor escolarização, p<0.001) referiram crises adicionais após a troca (carbamazepina, valproato de sódio e lamotrigina) e 12,2%, aumento de eventos adversos (carbamazepina, valproato de sódio e topiramato). CONCLUSÕES: O conhecimento de diferentes formulações foi pequena entre as PCE entrevistadas, e o recebimento de diferentes formulações de DAEs foi freqüente. Foi referido aparecimento de crises por 14,5% dos pacientes, principalmente naqueles de menor escolaridade, e ainda, aumento de efeitos adversos por ocasião das trocas (por 12,2%). Este fato deve alertar especialistas, sobretudo em países em desenvolvimento que DAEs devem ser consideradas um grupo especial em relação a políticas públicas de medicações genéricas e similares. |
id |
LBE-1_233ae50971a6b5e6966b7320b336f9b7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S1676-26492009000100009 |
network_acronym_str |
LBE-1 |
network_name_str |
Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsiaBioequivalênciacrisedroga antiepilépticaepilepsiaevento adversogenéricopesquisapessoa com epilepsiareferênciasubstituiçãoINTRODUÇÃO: Há controvérsias se drogas antiepilépticas (DAEs) genéricas são intercambiáveis com as de referência, assim como com as similares com respeito a eficácia e efeitos adversos. Este fato é de fundamental importância e ainda mais relevante em países em desenvolvimento com limitações orçamentárias na área de saúde. MÉTODOS: Após aprovação de Comitê de Ética a Associação Brasileira de Epilepsia aplicou um questionário a pessoas com epilepsia (PCE) com 18 questões de múltipla escolha: quatro relacionadas a dados sócio-demográficos e 14 sobre o conhecimento das formulações de DAEs (de referência, genéricas e similares) e da evidência de mudanças clínicas durante a troca (Teste exato de Fisher, significância 05%). RESULTADOS: 731 PCE de seis Hospitais do Sistema Público participaram, sendo que 91% eram de classes sócio-econômicas média e baixas; das PCE maiores de 18 anos, 24,4% tinha menos de 4 anos de escolaridade, 24,4% entre 5 a 8, 45,6 % tinha pelo menos 9 anos de estudo; 63% recebia mais de uma DAE (53,3% carbamazepina, 26,3% valproato de sódio); 58,1% obtinha as DAEs de órgãos públicos e 21,2% somente em farmácias privadas. Das 731 PCE consultadas, 60,6% não conhecia as diferentes formulações de DAEs (PCE com maior escolarização responderam mais corretamente, p<0.001); somente 36% sabia que a primeira DAE é a referência (maior escolarização, p<0.001); e 10% considerou genéricos "medicações oficiais do governo". Após serem instruídos sobre as formulações de DAEs, 24,7% não sabia que genéricos são mais baratos do que as medicações de referência, 32,5% considerou sua qualidade pior e somente 30% sabia os detalhes de sua embalagem (classes de maior renda, p=0.004). Durante o último ano, 25,6% receberam diferentes formulações de DAEs (especialmente carbamazepina e valproato de sódio) e 14,5% (especialmente com menor escolarização, p<0.001) referiram crises adicionais após a troca (carbamazepina, valproato de sódio e lamotrigina) e 12,2%, aumento de eventos adversos (carbamazepina, valproato de sódio e topiramato). CONCLUSÕES: O conhecimento de diferentes formulações foi pequena entre as PCE entrevistadas, e o recebimento de diferentes formulações de DAEs foi freqüente. Foi referido aparecimento de crises por 14,5% dos pacientes, principalmente naqueles de menor escolaridade, e ainda, aumento de efeitos adversos por ocasião das trocas (por 12,2%). Este fato deve alertar especialistas, sobretudo em países em desenvolvimento que DAEs devem ser consideradas um grupo especial em relação a políticas públicas de medicações genéricas e similares.Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)2009-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492009000100009Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology v.15 n.1 2009reponame:Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)instname:Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)instacron:LBE10.1590/S1676-26492009000100009info:eu-repo/semantics/openAccessGuilhoto,Laura Maria de Figueiredo FerreiraAlexandre,VerianoMartins,Heloise HelenaSantos,Cristiane Maciel dosLin,KatiaSilva,Arthur Raymundo Chaves Oliveira daMesquita,SueliCastro,AlziraMasuko,AliceYacubian,Elza Márcia Targaspor2009-08-17T00:00:00Zoai:scielo:S1676-26492009000100009Revistahttp://epilepsia.org.br/publicacoes/ONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jecnpoa@terra.com.br1980-53651676-2649opendoar:2009-08-17T00:00Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) - Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
title |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
spellingShingle |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia Guilhoto,Laura Maria de Figueiredo Ferreira Bioequivalência crise droga antiepiléptica epilepsia evento adverso genérico pesquisa pessoa com epilepsia referência substituição |
title_short |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
title_full |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
title_fullStr |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
title_full_unstemmed |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
title_sort |
Há riscos na utilização de diferentes formulações de drogas antiepilépticas? Relato da ABE através de entrevista de pessoas com epilepsia |
author |
Guilhoto,Laura Maria de Figueiredo Ferreira |
author_facet |
Guilhoto,Laura Maria de Figueiredo Ferreira Alexandre,Veriano Martins,Heloise Helena Santos,Cristiane Maciel dos Lin,Katia Silva,Arthur Raymundo Chaves Oliveira da Mesquita,Sueli Castro,Alzira Masuko,Alice Yacubian,Elza Márcia Targas |
author_role |
author |
author2 |
Alexandre,Veriano Martins,Heloise Helena Santos,Cristiane Maciel dos Lin,Katia Silva,Arthur Raymundo Chaves Oliveira da Mesquita,Sueli Castro,Alzira Masuko,Alice Yacubian,Elza Márcia Targas |
author2_role |
author author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Guilhoto,Laura Maria de Figueiredo Ferreira Alexandre,Veriano Martins,Heloise Helena Santos,Cristiane Maciel dos Lin,Katia Silva,Arthur Raymundo Chaves Oliveira da Mesquita,Sueli Castro,Alzira Masuko,Alice Yacubian,Elza Márcia Targas |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Bioequivalência crise droga antiepiléptica epilepsia evento adverso genérico pesquisa pessoa com epilepsia referência substituição |
topic |
Bioequivalência crise droga antiepiléptica epilepsia evento adverso genérico pesquisa pessoa com epilepsia referência substituição |
description |
INTRODUÇÃO: Há controvérsias se drogas antiepilépticas (DAEs) genéricas são intercambiáveis com as de referência, assim como com as similares com respeito a eficácia e efeitos adversos. Este fato é de fundamental importância e ainda mais relevante em países em desenvolvimento com limitações orçamentárias na área de saúde. MÉTODOS: Após aprovação de Comitê de Ética a Associação Brasileira de Epilepsia aplicou um questionário a pessoas com epilepsia (PCE) com 18 questões de múltipla escolha: quatro relacionadas a dados sócio-demográficos e 14 sobre o conhecimento das formulações de DAEs (de referência, genéricas e similares) e da evidência de mudanças clínicas durante a troca (Teste exato de Fisher, significância 05%). RESULTADOS: 731 PCE de seis Hospitais do Sistema Público participaram, sendo que 91% eram de classes sócio-econômicas média e baixas; das PCE maiores de 18 anos, 24,4% tinha menos de 4 anos de escolaridade, 24,4% entre 5 a 8, 45,6 % tinha pelo menos 9 anos de estudo; 63% recebia mais de uma DAE (53,3% carbamazepina, 26,3% valproato de sódio); 58,1% obtinha as DAEs de órgãos públicos e 21,2% somente em farmácias privadas. Das 731 PCE consultadas, 60,6% não conhecia as diferentes formulações de DAEs (PCE com maior escolarização responderam mais corretamente, p<0.001); somente 36% sabia que a primeira DAE é a referência (maior escolarização, p<0.001); e 10% considerou genéricos "medicações oficiais do governo". Após serem instruídos sobre as formulações de DAEs, 24,7% não sabia que genéricos são mais baratos do que as medicações de referência, 32,5% considerou sua qualidade pior e somente 30% sabia os detalhes de sua embalagem (classes de maior renda, p=0.004). Durante o último ano, 25,6% receberam diferentes formulações de DAEs (especialmente carbamazepina e valproato de sódio) e 14,5% (especialmente com menor escolarização, p<0.001) referiram crises adicionais após a troca (carbamazepina, valproato de sódio e lamotrigina) e 12,2%, aumento de eventos adversos (carbamazepina, valproato de sódio e topiramato). CONCLUSÕES: O conhecimento de diferentes formulações foi pequena entre as PCE entrevistadas, e o recebimento de diferentes formulações de DAEs foi freqüente. Foi referido aparecimento de crises por 14,5% dos pacientes, principalmente naqueles de menor escolaridade, e ainda, aumento de efeitos adversos por ocasião das trocas (por 12,2%). Este fato deve alertar especialistas, sobretudo em países em desenvolvimento que DAEs devem ser consideradas um grupo especial em relação a políticas públicas de medicações genéricas e similares. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-03-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492009000100009 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492009000100009 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S1676-26492009000100009 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) |
publisher.none.fl_str_mv |
Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology v.15 n.1 2009 reponame:Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) instname:Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) instacron:LBE |
instname_str |
Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) |
instacron_str |
LBE |
institution |
LBE |
reponame_str |
Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) |
collection |
Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) - Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) |
repository.mail.fl_str_mv |
||jecnpoa@terra.com.br |
_version_ |
1754734659540877312 |