Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia,Maria Goretti Lima
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Caboclo,Luís Otávio Sales Ferreira, Carrete Jr.,Henrique, Garzon,Eliana, Sakamoto,Américo Ceiki, Yacubian,Elza Márcia Targas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492005000400003
Resumo: OBJETIVOS: Fusos Extremos (FE) foram descritos por Gibbs e Gibbs em 1962. São tipicamente observados em crianças menores de cinco anos, ocorrendo em 0,05% de crianças normais e em 5 a 18% das crianças com retardo mental ou paralisia cerebral. Nesse estudo, descrevemos as características clínicas e neurofisiológicas de 5 pacientes com FE, correlacionando esses achados com os aspectos de neuroimagem, através de exame de ressonância magnética (RM) de encéfalo. PACIENTES E MÉTODOS: Foram selecionados inicialmente oito pacientes do ambulatório de epilepsia infantil da UNIFESP, que apresentavam fusos extremos em pelo me-nos um exame de eletroencefalograma (EEG). Dos oito, foram selecionados cinco (três do sexo feminino) que tinham RM de encéfalo disponível para análise. Foram verificados as características clínicas, o desenvolvimento neuropsicomotor e os achados neurofisiológicos, bem como os achados da RM de encéfalo. RESULTADOS: A idade dos pacientes variou de 2 a 16 anos. Os cinco pacientes apresentavam déficits cognitivos, e três apresentavam déficits motores associados. Todas as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, sendo que em três as crises estavam controladas com drogas antiepilépticas (DAE) enquanto em dois, eram refratárias ao tratamento clínico. Em apenas um paciente a RM foi normal. Nos demais, os achados foram: paquigiria bilateral, atrofia cortical difusa, lesão focal occipital direita e atrofia frontal bilateral. A freqüência dos FE variou de 8,9 a 16 Hz, a amplitude de 67 a 256 µV. Em três pacientes, além dos FE foi observada atividade rápida de localização frontal. CONCLUSÃO: FE são raramente observados em crianças normais, mas podem ocorrer com maior freqüência naquelas com retardo mental ou paralisia cerebral. FE não parecem estar associados a epilepsia, mas em nossa série todos as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, bem como retardo mental. O estudo com RM mostrou que FE podem ocorrer em crianças com anormalidades estruturais definidas bem como naquelas com neuroimagem normal, sugerindo que esse padrão se associa à retardo mental, mas não a etiologias específicas.
id LBE-1_e7c73be83c68ca5f5facc595513ff863
oai_identifier_str oai:scielo:S1676-26492005000400003
network_acronym_str LBE-1
network_name_str Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
repository_id_str
spelling Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagemfusos extremosressonância magnéticadeficiência mentalparalisia cerebralepilepsiaOBJETIVOS: Fusos Extremos (FE) foram descritos por Gibbs e Gibbs em 1962. São tipicamente observados em crianças menores de cinco anos, ocorrendo em 0,05% de crianças normais e em 5 a 18% das crianças com retardo mental ou paralisia cerebral. Nesse estudo, descrevemos as características clínicas e neurofisiológicas de 5 pacientes com FE, correlacionando esses achados com os aspectos de neuroimagem, através de exame de ressonância magnética (RM) de encéfalo. PACIENTES E MÉTODOS: Foram selecionados inicialmente oito pacientes do ambulatório de epilepsia infantil da UNIFESP, que apresentavam fusos extremos em pelo me-nos um exame de eletroencefalograma (EEG). Dos oito, foram selecionados cinco (três do sexo feminino) que tinham RM de encéfalo disponível para análise. Foram verificados as características clínicas, o desenvolvimento neuropsicomotor e os achados neurofisiológicos, bem como os achados da RM de encéfalo. RESULTADOS: A idade dos pacientes variou de 2 a 16 anos. Os cinco pacientes apresentavam déficits cognitivos, e três apresentavam déficits motores associados. Todas as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, sendo que em três as crises estavam controladas com drogas antiepilépticas (DAE) enquanto em dois, eram refratárias ao tratamento clínico. Em apenas um paciente a RM foi normal. Nos demais, os achados foram: paquigiria bilateral, atrofia cortical difusa, lesão focal occipital direita e atrofia frontal bilateral. A freqüência dos FE variou de 8,9 a 16 Hz, a amplitude de 67 a 256 µV. Em três pacientes, além dos FE foi observada atividade rápida de localização frontal. CONCLUSÃO: FE são raramente observados em crianças normais, mas podem ocorrer com maior freqüência naquelas com retardo mental ou paralisia cerebral. FE não parecem estar associados a epilepsia, mas em nossa série todos as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, bem como retardo mental. O estudo com RM mostrou que FE podem ocorrer em crianças com anormalidades estruturais definidas bem como naquelas com neuroimagem normal, sugerindo que esse padrão se associa à retardo mental, mas não a etiologias específicas.Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)2005-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492005000400003Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology v.11 n.4 2005reponame:Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)instname:Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)instacron:LBE10.1590/S1676-26492005000400003info:eu-repo/semantics/openAccessMaia,Maria Goretti LimaCaboclo,Luís Otávio Sales FerreiraCarrete Jr.,HenriqueGarzon,ElianaSakamoto,Américo CeikiYacubian,Elza Márcia Targaspor2006-08-04T00:00:00Zoai:scielo:S1676-26492005000400003Revistahttp://epilepsia.org.br/publicacoes/ONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jecnpoa@terra.com.br1980-53651676-2649opendoar:2006-08-04T00:00Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) - Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)false
dc.title.none.fl_str_mv Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
title Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
spellingShingle Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
Maia,Maria Goretti Lima
fusos extremos
ressonância magnética
deficiência mental
paralisia cerebral
epilepsia
title_short Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
title_full Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
title_fullStr Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
title_full_unstemmed Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
title_sort Fusos extremos na era da ressonância magnética: características clínicas, eletrográficas e de neuroimagem
author Maia,Maria Goretti Lima
author_facet Maia,Maria Goretti Lima
Caboclo,Luís Otávio Sales Ferreira
Carrete Jr.,Henrique
Garzon,Eliana
Sakamoto,Américo Ceiki
Yacubian,Elza Márcia Targas
author_role author
author2 Caboclo,Luís Otávio Sales Ferreira
Carrete Jr.,Henrique
Garzon,Eliana
Sakamoto,Américo Ceiki
Yacubian,Elza Márcia Targas
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Maia,Maria Goretti Lima
Caboclo,Luís Otávio Sales Ferreira
Carrete Jr.,Henrique
Garzon,Eliana
Sakamoto,Américo Ceiki
Yacubian,Elza Márcia Targas
dc.subject.por.fl_str_mv fusos extremos
ressonância magnética
deficiência mental
paralisia cerebral
epilepsia
topic fusos extremos
ressonância magnética
deficiência mental
paralisia cerebral
epilepsia
description OBJETIVOS: Fusos Extremos (FE) foram descritos por Gibbs e Gibbs em 1962. São tipicamente observados em crianças menores de cinco anos, ocorrendo em 0,05% de crianças normais e em 5 a 18% das crianças com retardo mental ou paralisia cerebral. Nesse estudo, descrevemos as características clínicas e neurofisiológicas de 5 pacientes com FE, correlacionando esses achados com os aspectos de neuroimagem, através de exame de ressonância magnética (RM) de encéfalo. PACIENTES E MÉTODOS: Foram selecionados inicialmente oito pacientes do ambulatório de epilepsia infantil da UNIFESP, que apresentavam fusos extremos em pelo me-nos um exame de eletroencefalograma (EEG). Dos oito, foram selecionados cinco (três do sexo feminino) que tinham RM de encéfalo disponível para análise. Foram verificados as características clínicas, o desenvolvimento neuropsicomotor e os achados neurofisiológicos, bem como os achados da RM de encéfalo. RESULTADOS: A idade dos pacientes variou de 2 a 16 anos. Os cinco pacientes apresentavam déficits cognitivos, e três apresentavam déficits motores associados. Todas as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, sendo que em três as crises estavam controladas com drogas antiepilépticas (DAE) enquanto em dois, eram refratárias ao tratamento clínico. Em apenas um paciente a RM foi normal. Nos demais, os achados foram: paquigiria bilateral, atrofia cortical difusa, lesão focal occipital direita e atrofia frontal bilateral. A freqüência dos FE variou de 8,9 a 16 Hz, a amplitude de 67 a 256 µV. Em três pacientes, além dos FE foi observada atividade rápida de localização frontal. CONCLUSÃO: FE são raramente observados em crianças normais, mas podem ocorrer com maior freqüência naquelas com retardo mental ou paralisia cerebral. FE não parecem estar associados a epilepsia, mas em nossa série todos as crianças tinham diagnóstico de epilepsia, bem como retardo mental. O estudo com RM mostrou que FE podem ocorrer em crianças com anormalidades estruturais definidas bem como naquelas com neuroimagem normal, sugerindo que esse padrão se associa à retardo mental, mas não a etiologias específicas.
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492005000400003
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492005000400003
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S1676-26492005000400003
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)
publisher.none.fl_str_mv Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)
dc.source.none.fl_str_mv Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology v.11 n.4 2005
reponame:Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
instname:Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)
instacron:LBE
instname_str Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)
instacron_str LBE
institution LBE
reponame_str Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
collection Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online)
repository.name.fl_str_mv Journal of epilepsy and clinical neurophysiology (Online) - Liga Brasileira de Epilepsia (LBE)
repository.mail.fl_str_mv ||jecnpoa@terra.com.br
_version_ 1754734659049095168