Estruturação da estratégia-como-prática organizacional: possibilidades analíticas a partir do institucionalismo organizacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coraiola,Diego Maganhotto
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Mello,Cristiane Marques de, Jacometti,Márcio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: RAM. Revista de Administração Mackenzie
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-69712012000500008
Resumo: O presente ensaio busca apresentar um conjunto de recomendações teórico-metodológicas com o objetivo de orientar a realização de pesquisas sobre estratégia. Inicia-se a partir de uma discussão sobre a evolução dos estudos sobre estratégia organizacional na literatura, enfatizando seus principais pressupostos e características comuns e diferenciadoras, e culmina na apresentação da perspectiva da estratégia-como-prática. Apesar das contribuições aportadas por esta última abordagem em relação às suas precedentes, afirma-se que ela tenha se desvencilhado demais da dimensão organizacional, elemento próprio da definição do fenômeno da estratégia, sendo necessário rediscutir a relação do organizing e strategizing. Seguindo a tendência da literatura, em que as possibilidades apontam para maior aproximação entre o pensamento teórico da estratégia e as teorias das organizações, sugere-se que a abordagem do institucionalismo organizacional pode contribuir para expandir a perspectiva da estratégia-como-prática e mediar sua relação com a abordagem estruturacionista, considerando sua aplicabilidade para a compreensão da estratégia como prática organizacional. Considera-se, no entanto, que os estudos institucionais sobre estratégia tendem a manter as visões dualistas das perspectivas tradicionais da área, demandando reorientação das pesquisas institucionais a partir dos pressupostos da teoria da estruturação com vistas à ampliação da capacidade analítica da abordagem. A partir dessa discussão inicial, considera-se a necessidade de compreender a estratégia a fortiori, aceitar sua constituição como conjunto de práticas espaçotemporalmente definido e delimitado, que adquire determinada configuração e apresenta-se aos pesquisadores e praticantes de maneira distinta, tendo em vista que se desdobra e se desenvolve como fluxo de ações contínuas e descontínuas re(produzidas) a partir de, e com base em, determinadas estruturas sociais e organizacionais. Após essa reformulação, indica-se a improdutividade de desconectar estratégia e organização, assim como a necessidade de compreender estratégia como prática organizacional que existe tanto como fluxo rotineiro de ações individuais - inseridas na durée de práticas cotidianas, integradas social e sistemicamente - quanto como regras e recursos mnemonicamente preservados e que promove a geração de efeitos que se distanciam espaçotemporalmente e que podem ser observados pelo analista em seus fatores precedentes, na dinâmica atual de realização e em suas consequências e implicações futuras, uma vez definido o marco analítico empírico.
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