Manutenção do coral de águas profundas Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758) em laboratóprio e experimentos de exposição com barita usando sistema de recirculação de água
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
Texto Completo: | https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845436 |
Resumo: | A manutenção de corais e em especial de águas profundas sob condições artificiais e experimentação implicam em alto custo e complexidade, porém é necessária para estudos de impactos das atividades offshore de petróleo e gás. Os resíduos dessas atividades contêm barita como agente de peso (>50%), composto por partículas finas que podem afetar fisicamente esses organismos. No presente estudo, o primeiro objetivo foi manter Lophelia pertusa em sistemas de aquários de recirculaçãode água do mar natural ou artificial, comparando seu sucesso e, em segundo, avaliar os efeitos do sufocamento por barita neste coral através de um experimento realizado em aquários com sistema de recirculação de água. Os corais foram coletados por ROV na Bacia de Santos, a 206-247m de profundidade, durante o Projeto SENSIMAR-PETROBRAS. As colônias foram aclimatadas por 80 dias antes dos experimentos em sistemas de aquários de água do mar sintética filtrada (0,5µm) de 700L e 300L, com salinidade (35±1) e temperatura (12±1°C) controladas, e no escuro. O experimento foi conduzido em aquários de 23L em forma de cone, adaptados a um sistema de recirculação de água individual (12L.h-1), utilizando água do mar sintética. Cada exposição a partículas de barita em suspensão (50 e 100mg.L-1) mais um grupo controle foram mantidos em triplicata. Três fragmentos com 3-8 pólipos foram acomodados verticalmente nos aquários e aclimatados por 7 dias antes do início dos experimentos. Eles foram alimentados três vezes por semana com 300 náuplios recém eclodidos (<24h) de Artemia sp. por litro. O delineamento experimental simulou dois ciclos de descarga, seguidos de um ciclo de recuperação de 7 dias cada, totalizando 35 dias. A barita foi adicionada continuamente com uma bomba peristáltica (0,18 L.h-1). A sobrevivência foi verificada após o experimento. Três pólipos em cada fragmento (9 por tratamento) foram monitorados duas vezes por dia em relação aos níveis de comportamento (1 = pólipos total ou parcialmente estendidos; 0 = totalmente retraídos). Em relação ao uso de água do mar sintética no sistema de manutenção, apresentou resultados promissores para L. pertusa. Após 35 dias, a sobrevida total do pólipo no controle foi de 100% (n = 47), enquanto em 50mg.L-1 e 100mg.L-1 foram de 94,2% (n = 52) e 93,6% (n = 47), respectivamente, sem diferença significativa entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 1,1667; p = 0,558). A atividade do pólipo foi diferente entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 142,83; p <2,2e-16), com ambos os aquários expostos exibindo maior atividade que o controle, o que provavelmente está relacionado ao comportamento natural de limpeza de L. pertusa. A produção de muco foi observada após o primeiro ciclo de descarga em ambos os tratamentos, e nenhum no controle, o que também está possivelmente relacionado ao comportamento de limpeza do coral. L. pertusa mostrou tolerância à sedimentação de barita. O sistema de recirculação projetado para este experimento foi adequado para a exposição à barita. |
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Rocha, Ian Vianna daCoutinho, Ricardo2022-08-26T19:18:40Z2022-08-26T19:18:40Z2020https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845436A manutenção de corais e em especial de águas profundas sob condições artificiais e experimentação implicam em alto custo e complexidade, porém é necessária para estudos de impactos das atividades offshore de petróleo e gás. Os resíduos dessas atividades contêm barita como agente de peso (>50%), composto por partículas finas que podem afetar fisicamente esses organismos. No presente estudo, o primeiro objetivo foi manter Lophelia pertusa em sistemas de aquários de recirculaçãode água do mar natural ou artificial, comparando seu sucesso e, em segundo, avaliar os efeitos do sufocamento por barita neste coral através de um experimento realizado em aquários com sistema de recirculação de água. Os corais foram coletados por ROV na Bacia de Santos, a 206-247m de profundidade, durante o Projeto SENSIMAR-PETROBRAS. As colônias foram aclimatadas por 80 dias antes dos experimentos em sistemas de aquários de água do mar sintética filtrada (0,5µm) de 700L e 300L, com salinidade (35±1) e temperatura (12±1°C) controladas, e no escuro. O experimento foi conduzido em aquários de 23L em forma de cone, adaptados a um sistema de recirculação de água individual (12L.h-1), utilizando água do mar sintética. Cada exposição a partículas de barita em suspensão (50 e 100mg.L-1) mais um grupo controle foram mantidos em triplicata. Três fragmentos com 3-8 pólipos foram acomodados verticalmente nos aquários e aclimatados por 7 dias antes do início dos experimentos. Eles foram alimentados três vezes por semana com 300 náuplios recém eclodidos (<24h) de Artemia sp. por litro. O delineamento experimental simulou dois ciclos de descarga, seguidos de um ciclo de recuperação de 7 dias cada, totalizando 35 dias. A barita foi adicionada continuamente com uma bomba peristáltica (0,18 L.h-1). A sobrevivência foi verificada após o experimento. Três pólipos em cada fragmento (9 por tratamento) foram monitorados duas vezes por dia em relação aos níveis de comportamento (1 = pólipos total ou parcialmente estendidos; 0 = totalmente retraídos). Em relação ao uso de água do mar sintética no sistema de manutenção, apresentou resultados promissores para L. pertusa. Após 35 dias, a sobrevida total do pólipo no controle foi de 100% (n = 47), enquanto em 50mg.L-1 e 100mg.L-1 foram de 94,2% (n = 52) e 93,6% (n = 47), respectivamente, sem diferença significativa entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 1,1667; p = 0,558). A atividade do pólipo foi diferente entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 142,83; p <2,2e-16), com ambos os aquários expostos exibindo maior atividade que o controle, o que provavelmente está relacionado ao comportamento natural de limpeza de L. pertusa. A produção de muco foi observada após o primeiro ciclo de descarga em ambos os tratamentos, e nenhum no controle, o que também está possivelmente relacionado ao comportamento de limpeza do coral. L. pertusa mostrou tolerância à sedimentação de barita. O sistema de recirculação projetado para este experimento foi adequado para a exposição à barita.The maintenance of corals, especially deep-sea species, under artificial conditions and experimentation imply in high cost and complexity, but it is necessary for conducting studies of offshore oil and gas activities impacts. Waste material from these activities contains barite as a weighting agent (>50%), which is composed by fine particles that can physically affect these organisms. In the present study, the first goal was to maintain Lophelia pertusa in aquaria systems with recirculating natural or artificial seawater, comparing their success, and secondly, to assess the effects of barite smothering on this coral in an aquaria-based experiment with water recirculation system. Corals were collected by ROV from Santos Basin, at 206-247 m depth, during SENSIMAR Project-PETROBRAS. Colonies were acclimated for 80 days prior to the experiments in 700 L and 300 L natural filtered (0.5µm) and 300L synthetic seawater aquaria systems, with controlled salinity (35±1) and temperature (12±1°C) in darkness. The experiment was conducted in 23L cone-shaped aquaria, adapted with an individual water recirculation system (12L.h-1), using synthetic seawater. Each exposure to suspended barite particles (50 and 100mg.L-1) plus a control group were maintained in triplicate. Three nubbins with 3-8 polyps were accommodated vertically in the aquaria and acclimated for 7 days before experiments start. They were fed three times a week with 300 Artemia sp. nauplii.L-1 (<24 h). The experimental design simulated two cycles of discharge, followed by a recovery cycle of 7 days each, totalizing 35 days. The barite was added continuously with a peristaltic pump (0.18L.h-1). Survival was checked after the experiment. Three polyps in each nubbin (9 per treatment) were monitored twice a day regarding behavior levels (1 = fully or partially extended polyps; 0 = fully retracted). In relation to the use of synthetic seawater in the maintenance system, it showed promising results for L. pertusa. After 35 days, total polyp survival in control was 100% (n = 47), while in 50mg.L-1 and 100mg.L-1 were 94.2% (n = 52) and 93.6% (n = 47), respectively, with no significant difference between treatments (Kruskal-Wallis chi-squared = 1.1667, p = 0.558). Polyp activity was different between treatments (Kruskal-Wallis chi-squared = 142.83, p<2.2e-16), with both exposed aquaria displaying higher activity than control. It is probably related to the natural cleaning behavior of L. pertusa. Mucus production was observed after the first cycle of discharge in both treatments, and none in control, which is also possibly related to cleaning behavior. L. pertusa showed tolerance to sedimentation of barite. The recirculated system designed for this experiment was adequate for barite exposure.porInstituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)Ciência, Tecnologia e InovaçãoCoraisBaritaManutenção do coral de águas profundas Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758) em laboratóprio e experimentos de exposição com barita usando sistema de recirculação de águainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MBORIGINALIan Vianna.pdfIan Vianna.pdfapplication/pdf2538755https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/845436/1/Ian%20Vianna.pdf6d7283ab47b9a9b09a2e5fa03e19e262MD51TEXTIan Vianna.pdf.txtIan Vianna.pdf.txtExtracted texttext/plain160542https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/845436/2/Ian%20Vianna.pdf.txt37a0d5babe8f198727149d43920e17e8MD52THUMBNAILIan Vianna.pdf.jpgIan Vianna.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1333https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/845436/3/Ian%20Vianna.pdf.jpgce3a28417165b4337da39c054e41cdcfMD53ripcmb/8454362023-05-12 10:20:37.986oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/845436Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2023-05-12T13:20:37Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false |
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