A Política de formação de pessoal na Marinha do Brasil á luz do planejamento baseado em capacidades: histórico, situação e perspectivas

• Autor(a) principal: Lopes Júnior, Newton
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844495
• topic: Mobilização Marítima; Mobilização Nacional; Recursos Humanos

O Planejamento Baseado em Capacidades é uma metodologia de planejamento estratégico que quebra o paradigma do pleno conhecimento das forças oponentes. Foi desenvolvido para estruturar a defesa de um país em termos de obter as capacidades necessárias para tal. Seus primeiros desenvolvimentos ocorreram nos anos 60, voltando-se inclusive para a racionalização dos recursos financeiros destinados para investimentos nessa área. Hoje o método é empregado em países como os dos Estados Unidos da América, do Chile, da Argentina, da Austrália, da Nova Zelândia e do Reino Unido. No Chile foi adotado com base no processo utilizado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em seu desenvolvimento considera, na análise das capacidades elencadas, os fatores intervenientes de Material, Treinamento, Recursos Humanos, Organização, Doutrina, Infraestrutura, Sustentabilidade e Informação. Já os Estados Unidos da América, em sua metodologia, aplicam para tal análise os fatores Doutrina, Organização, Treinamento, Material, Liderança e Educação, Pessoal, Instalações e Políticas. No Brasil será adotado os de Doutrina, Organização, Pessoal, Educação, Material, Adestramento e Infraestrutura. Tal análise busca identificar lacunas na capacidade requerida, motivadas por esses fatores, de modo que o planejamento contemple ações para mitigar, reduzir ou eliminar as deficiências observadas. No campo da tecnologia, que vem se desenvolvendo de maneira célere, isso impacta principalmente na obtenção de recursos humanos, cuja capacitação cada vez mais é exigida. Nesse aspecto o Chile procura manter uma Política de Ensino de Defesa bem definida, voltada para divisão das tarefas dessa atividade. Já nos Estados Unidos da América, mais especificamente na sua Marinha, adotam-se medidas para a valorização da carreira, o planejamento da atividade de obtenção de pessoal, com a criação de órgãos que centralizem o esforço de planejar e executar suas políticas de formação. No Brasil, ocorre no Ministério da Defesa a criação de um setor específico para desenvolver o Planejamento Baseado em Capacidades, considerando também a já existente estrutura de Mobilização Nacional, que na Marinha do Brasil está representada pelo Sistema de Mobilização Marítima. Nesse sistema, para a gestão do subsistema de Recursos Humanos encontra-se a Diretoria-Geral de Pessoal Militar e o Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais como Órgãos Diretores Setoriais Líderes desse subsistema. Mediante o Plano Estratégico da Marinha, desenvolvem políticas e ações para aprimorar a Gestão de Pessoal, juntamente com seus Órgãos Especializados subordinados, como o a Diretoria de Pessoal Militar da Marinha, o Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais, o Comando do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil e a Diretoria de Ensino da Marinha. Na adoção do Planejamento Baseado em Capacidades, são necessários ajustes para equalizar as ações que já estão em andamento com o planejamento, no nível estratégico, para que essa metodologia sirva de indutora de melhorias para a obtenção dos Recursos Humanos necessários para uma força naval moderna e eficiente.