Avaliação da capacidade adsortiva do Coral-Sol (Tubastraea spp) e seu efeito na remoção de fósforo

• Autor(a) principal: Gonçalves, Amanda Armstrong Barreto
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845360
• topic: tratamento de efluentes; lixiviado de aterro; fósforo; eutrofização; adsorção; coral-sol; biotecnologia; Ciência, Tecnologia e Inovação

No Brasil devido a histórica falta de investimentos em saneamento básico, a maior parte do esgoto sanitário/industrial ainda não é adequadamente tratado. Quando o tratamento é realizado ele ocorre na sua maioria, por meio de processos biológicos. Tais processos envolvem tanto etapas de reações aeróbias quanto anaeróbias. O aporte de cargas de nutrientes elevadas, como o Fósforo - proveniente do chorume - nas estações biológicas de tratamento de esgoto interfere na eficiência de tratamento inibindo a flora microbiana fundamental no processo biológico. Essa baixa eficiência no tratamento pode levar ao descarte de efluentes contendo elevadas cargas de fósforo que, ao atingirem os mananciais, irão ocasionar a eutrofização desses ambientes. Muitas tecnologias empregadas no tratamento de efluentes urbanos contribuem para a remoção de fósforo. Dentre os diferentes métodos de tratamento possíveis, a adsorção é muito utilizada devido a sua alta eficiência de recuperação, implantação simples e econômica, além de fácil operação. Além dos materiais comumente utilizados, outros materiais tem sido estudados para remoção de fósforo, tais como apatitas, bauxita, calcário, areia, conchas, lodo de Estação de Tratamento de Água, conchas de mexilhão, vôngole, etc. O presente estudo avaliou a capacidade adsortiva do esqueleto calcário do coral-sol ( Tubastraea spp)para remoção de fósforo (P) com a finalidade de implementar uma aplicação em escala industrial para o material. Amostras contendo diferentes concentrações de P, variando de 1mg/L a 1000mg/L, foram processadas com o esqueleto tratado e moído a 0,5mm de diâmetro de coral-sol. O processo adsortivo ocorreu com até 72% de eficiência, sendo removidos até 10,48mg de P por cada grama de coral. O processo foi bem representado pelo modelo de Langmuir. A partir desse modelo, observou-se um valor de coeficiente de equilíbrio (Rl) positivo e menor que 1, indicando um processo adsortivo favorável. O modelo forneceu ainda, o valor de capacidade máxima de remoção de P (Sm) de 22,41mg de P por grama de coral. Ao comparar este parâmetro adsortivo com o de outros materiais alternativos, é possível concluir que o coral-sol apresenta potencial como solução biotecnológica tanto para o tratamento de efluentes de esgoto sanitário/industrial quanto como um possível uso para o beneficiamento de resíduos que venham a ser gerados a partir do descomissionamento de plataformas de petróleo, fornecendo uma alternativa viável de utilização industrial dos resíduos de coral-sol que venham a ser extraídos de tais estruturas. Uma estimativa inicial de viabilidade financeira foi realizada apontando ainda um potencial comercial significativo para o desenvolvimento final do produto em questão.