A influência da pandemia pela COVID-19 em pacientes com Transtorno do Espectro Autista
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
Texto Completo: | https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845862 |
Resumo: | Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado como transtorno do neurodesenvolvimento que envolve dificuldades nas habilidades sociais e comunicativas. O TEA é caracterizado pelos déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e repertório restrito de interesses e atividades. Habitualmente, famílias de crianças e adolescentes com TEA enfrentam desafios para minimizar o potencial sofrimento causado pelo quadro e sua consequente relação com a sociedade, com o objetivo de promover o desenvolvimento de seus filhos. Como uma das manifestações do transtorno do espectro autista é a resistência a mudanças, as modificações da rotina e a interrupção das atividades impostas pela pandemia de COVID-19 podem ser particularmente desafiadoras. Objetivo: Avaliar a influência do isolamento social causado pela pandemia da COVID19 em pacientes com TEA, atendidos em um serviço especializado. Método: Foi realizado um estudo transversal do tipo observacional e descritivo por meio da aplicação de um formulário de 51 perguntas. Participaram do estudo 45 responsáveis por crianças e adolescentes com TEA, acompanhados na Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA), no período de julho a novembro de 2021. Foram abordados aspectos demográficos, sociais, clínicos e comportamentais dos pacientes e familiares. Resultados: A maioria dos pacientes é do sexo masculino (86,7%) com média de idade de 10,4 anos, sendo 57,8% TEA nível 1. Observou-se alterações comportamentais em 88,9% dos pacientes, sendo essas alterações consideradas como negativas por 57% dos responsáveis. As principais alterações foram oscilação de humor (52,5%), agitação (47,5%), ansiedade (47,5%) e aquisição de novas habilidades (25%). Foi necessário o ajuste nas medicações em 51,1% dos pacientes que já usavam medicações no período, a maioria deles por causa de modificações no comportamento. Não houve diferença estatisticamente significativa quando avaliamos as modificações comportamentais por sexo (p-valor 0,471), nível do TEA (p-valor 0,128), idade (p-valor 0,460), número de irmãos (p-valor 0,903), modificações medicamentosas (p-valor 0,280) e isolamento social (p-valor 0,553). Observou-se que a manutenção das terapias e a participação nas atividades escolares foi fator protetor quando analisamos as modificações de comportamento (RP para ambos = 0,86). Conclusão: A presente pesquisa indica que ocorreu impacto da pandemia de COVID19 em pacientes com TEA, pelo elevado percentual de ocorrência de mudanças comportamentais, especialmente aquelas consideradas negativas, independentemente de os pacientes terem permanecido ou não em isolamento social. A análise crítica dos resultados permitiu a releitura das práticas assistenciais, a tomada de decisões por parte dos profissionais de saúde, possibilitando o oferecimento de melhor orientação aos responsáveis. Assim, portanto, o conhecimento produzido por essa pesquisa, realizada durante a pandemia de COVID-19, poderá vir a contribuir para o enfrentamento de situações epidemiológicas que venham a determinar o isolamento social de pacientes com TEA e de seus núcleos familiares. |
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Fraga, Beatriz de Lima BarrosAndré Ricardo Araújo da Silva2023-02-09T12:24:54Z2023-02-09T12:24:54Z2022https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845862Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado como transtorno do neurodesenvolvimento que envolve dificuldades nas habilidades sociais e comunicativas. O TEA é caracterizado pelos déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e repertório restrito de interesses e atividades. Habitualmente, famílias de crianças e adolescentes com TEA enfrentam desafios para minimizar o potencial sofrimento causado pelo quadro e sua consequente relação com a sociedade, com o objetivo de promover o desenvolvimento de seus filhos. Como uma das manifestações do transtorno do espectro autista é a resistência a mudanças, as modificações da rotina e a interrupção das atividades impostas pela pandemia de COVID-19 podem ser particularmente desafiadoras. Objetivo: Avaliar a influência do isolamento social causado pela pandemia da COVID19 em pacientes com TEA, atendidos em um serviço especializado. Método: Foi realizado um estudo transversal do tipo observacional e descritivo por meio da aplicação de um formulário de 51 perguntas. Participaram do estudo 45 responsáveis por crianças e adolescentes com TEA, acompanhados na Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA), no período de julho a novembro de 2021. Foram abordados aspectos demográficos, sociais, clínicos e comportamentais dos pacientes e familiares. Resultados: A maioria dos pacientes é do sexo masculino (86,7%) com média de idade de 10,4 anos, sendo 57,8% TEA nível 1. Observou-se alterações comportamentais em 88,9% dos pacientes, sendo essas alterações consideradas como negativas por 57% dos responsáveis. As principais alterações foram oscilação de humor (52,5%), agitação (47,5%), ansiedade (47,5%) e aquisição de novas habilidades (25%). Foi necessário o ajuste nas medicações em 51,1% dos pacientes que já usavam medicações no período, a maioria deles por causa de modificações no comportamento. Não houve diferença estatisticamente significativa quando avaliamos as modificações comportamentais por sexo (p-valor 0,471), nível do TEA (p-valor 0,128), idade (p-valor 0,460), número de irmãos (p-valor 0,903), modificações medicamentosas (p-valor 0,280) e isolamento social (p-valor 0,553). Observou-se que a manutenção das terapias e a participação nas atividades escolares foi fator protetor quando analisamos as modificações de comportamento (RP para ambos = 0,86). Conclusão: A presente pesquisa indica que ocorreu impacto da pandemia de COVID19 em pacientes com TEA, pelo elevado percentual de ocorrência de mudanças comportamentais, especialmente aquelas consideradas negativas, independentemente de os pacientes terem permanecido ou não em isolamento social. A análise crítica dos resultados permitiu a releitura das práticas assistenciais, a tomada de decisões por parte dos profissionais de saúde, possibilitando o oferecimento de melhor orientação aos responsáveis. Assim, portanto, o conhecimento produzido por essa pesquisa, realizada durante a pandemia de COVID-19, poderá vir a contribuir para o enfrentamento de situações epidemiológicas que venham a determinar o isolamento social de pacientes com TEA e de seus núcleos familiares.Curso Extra-MB. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Saúde Materno-Infantil. Área de Concentração: Atenção Integrada à Saúde da Mulher e da Criança.Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is classified as a neurodevelopmental disorder that involves difficulties in social and communicative skills. ASD is characterized by qualitative deficits in social interaction and communication, repetitive and stereotyped behavior patterns, and a restricted repertoire of interests and activities. Usually, families of children and adolescents with ASD face challenges to minimize the potential suffering caused by the condition and its consequent relationship with society, in order to promote the development of their children. As one of the manifestations of autism spectrum disorder is resistance to change, routine modifications and interruption of activities imposed by the COVID-19 pandemic can be particularly challenging. Objective: To evaluate the influence of social isolation caused by the pandemic on patients with ASD, treated at a specialized service. Method: A cross-sectional, observational and descriptive study was carried out through the application of a 51-question form. A total of 45 guardians of children and adolescents with ASD participated in the study, followed up at the Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA), from July to November 2021. Demographic, social, clinical and behavioral aspects of patients and family members were addressed. Results: Most patients are male (86.7%) with a mean age of 10.4 years, 57.8% of whom are ASD level 1. Behavioral changes were observed in 88.9% of patients, and these changes were considered as negative by 57% of those responsible. The main changes were mood swings (52,5%), agitation (47,5%), anxiety (47,5%) and acquisition of new skills (25%). Medication adjustments were required in 51.1% of patients that was using medications, most of them due to changes in behavior. There was no statistically significant difference when we evaluated behavioral changes by sex (p-value 0,471) ASD level (p-value 0,128), age (p-value 0,460), number of siblings (p-value 0,903), medication changes (p-value 0,280) and social isolation (p-value 0,553). It was observed that the maintenance of therapies and participation in school activities was a protective factor when we analyzed behavior changes (PR=0,86). Conclusions: The present study indicates that there was an impact of the COVID-19 pandemic on patients with ASD, due to the high percentage of occurrence of behavioral changes, especially those considered negative, regardless of whether the patients remained in social isolation or not. The critical analysis of the results allowed the rereading of care practices, decision-making by health professionals, enabling the provision of better guidance to those responsible. Therefore, the knowledge produced by this research, carried out during the COVID-19 pandemic, may contribute to the confrontation of epidemiological situations that may determine the social isolation of patients with ASD and their families.Universidade Federal Fluminense (UFF)MedicinaTranstorno do Espectro AutistaCOVID-19Isolamento socialTranstornos do NeurodesenvolvimentoQuarentenaAutism Spectrum DisorderQuarantineSocial DistancingNeurodevelopmental DisordersA influência da pandemia pela COVID-19 em pacientes com Transtorno do Espectro Autistainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MBORIGINALA Influencia da pandemia pela COVID-19 em pacientes.pdfA Influencia da pandemia pela COVID-19 em pacientes.pdfA Influência da pandemia pela COVID-19 em pacientes com Transtorno do Espectro 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Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado como transtorno do neurodesenvolvimento que envolve dificuldades nas habilidades sociais e comunicativas. O TEA é caracterizado pelos déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e repertório restrito de interesses e atividades. Habitualmente, famílias de crianças e adolescentes com TEA enfrentam desafios para minimizar o potencial sofrimento causado pelo quadro e sua consequente relação com a sociedade, com o objetivo de promover o desenvolvimento de seus filhos. Como uma das manifestações do transtorno do espectro autista é a resistência a mudanças, as modificações da rotina e a interrupção das atividades impostas pela pandemia de COVID-19 podem ser particularmente desafiadoras. Objetivo: Avaliar a influência do isolamento social causado pela pandemia da COVID19 em pacientes com TEA, atendidos em um serviço especializado. Método: Foi realizado um estudo transversal do tipo observacional e descritivo por meio da aplicação de um formulário de 51 perguntas. Participaram do estudo 45 responsáveis por crianças e adolescentes com TEA, acompanhados na Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia (PNSPA), no período de julho a novembro de 2021. Foram abordados aspectos demográficos, sociais, clínicos e comportamentais dos pacientes e familiares. Resultados: A maioria dos pacientes é do sexo masculino (86,7%) com média de idade de 10,4 anos, sendo 57,8% TEA nível 1. Observou-se alterações comportamentais em 88,9% dos pacientes, sendo essas alterações consideradas como negativas por 57% dos responsáveis. As principais alterações foram oscilação de humor (52,5%), agitação (47,5%), ansiedade (47,5%) e aquisição de novas habilidades (25%). Foi necessário o ajuste nas medicações em 51,1% dos pacientes que já usavam medicações no período, a maioria deles por causa de modificações no comportamento. Não houve diferença estatisticamente significativa quando avaliamos as modificações comportamentais por sexo (p-valor 0,471), nível do TEA (p-valor 0,128), idade (p-valor 0,460), número de irmãos (p-valor 0,903), modificações medicamentosas (p-valor 0,280) e isolamento social (p-valor 0,553). Observou-se que a manutenção das terapias e a participação nas atividades escolares foi fator protetor quando analisamos as modificações de comportamento (RP para ambos = 0,86). Conclusão: A presente pesquisa indica que ocorreu impacto da pandemia de COVID19 em pacientes com TEA, pelo elevado percentual de ocorrência de mudanças comportamentais, especialmente aquelas consideradas negativas, independentemente de os pacientes terem permanecido ou não em isolamento social. A análise crítica dos resultados permitiu a releitura das práticas assistenciais, a tomada de decisões por parte dos profissionais de saúde, possibilitando o oferecimento de melhor orientação aos responsáveis. Assim, portanto, o conhecimento produzido por essa pesquisa, realizada durante a pandemia de COVID-19, poderá vir a contribuir para o enfrentamento de situações epidemiológicas que venham a determinar o isolamento social de pacientes com TEA e de seus núcleos familiares. |
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