Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/26458 |
Resumo: | A água do mar é um meio corrosivo complexo, onde fatores, incluindo o desenvolvimento da bioincrustação, influenciam na corrosão. A primeira descrição detalhada da influência da bioincrustação, em nível macroscópico, foi feita nos anos 50, e com o passar do tempo, alguns estudos foram realizados, no entanto sem a devida preocupação com os dados ecológicos. O presente estudo teve por objetivo verificar a mudança na tendência à corrosão, a intensidade e o percentual de ataques localizados em painéis de aço carbono causados pela comunidade macroincrustante como um todo e por cirripédios, sempre comparando com o observado na superfície dos painéis de controle, durante 6 meses. Para tal, foi elaborado um desenho experimental direcionado para este estudo, realizado nas proximidades da Ilha de Cabo Frio. Foram utilizados 48 painéis de aço carbono de 150x200x2 mm do tipo API 5L X-65, distribuídos em 8 estruturas de alumínio. Em cada estrutura, foram colocados 6 painéis com contato elétrico, e estas foram colocadas em 4 balsas na ilha. Foram fornecidos tratamentos diferenciados aos painéis. Neste estudo foram abordados três: o tratamento controle, onde os painéis foram cobertos com telas isolando da macroincrustação, o tratamento comunidade, onde a comunidade incrustante foi avaliada como um todo e o tratamento cirripédios, onde foi feita a exclusão com pinças e escovas de outros organismos que não fossem as cracas. Semanalmente foi feita análise da cobertura dos organismos nos tratamentos comunidade e cirripédios, com auxílio de um quadrado de 10x10 cm com 30 pontos de interseção aleatórios, e a medição do potencial de corrosão com um multímetro e um eletrodo de referência Ag/AgCl. Após vinte e quatro semanas nas balsas, as estruturas foram retiradas e em laboratório foi obtida a perda em massa antes e após a limpeza química para o cálculo da taxa de corrosão uniforme e a observação visual dos ataques localizados em cada tratamento. Foram registrados durante o estudo, 28 táxons, 17 de macroalgas e 11 da macrofauna, divididos em 7 grupos ou tipos morfo-funcionais. No tratamento comunidade, os organismos dominantes foram as macroalgas filamentosas (23,73%), os cirripédios (17,51%), os hidrozoários (16,96%) e os briozoários incrustantes (9,85%). No tratamento cirripédios, a cobertura das cracas variou entre 39,38% a 62,50%. O potencial de corrosão variou entre –665,75 mV(Ag/AgCl) e –517,50 mV(Ag/AgCl), no entanto, não houveram alterações no potencial que pudessem ser relacionadas ao desenvolvimento da comunidade incrustante, nem à dominada por cirripédios. A maior taxa de corrosão uniforme foi observada no tratamento controle, o que pode sugerir que a bioincrustação protege as superfícies da perda em massa. O maior percentual de ataques localizados foi observado no tratamento comunidade, o que indica que outros componentes da comunidade incrustante, que não somente os cirripédios, como descrito na literatura, induzem a corrosão localizada. A metodologia empregada neste estudo e o tempo de observação foram apropriados e responderam as principais questões propostas. |
id |
MB_a3d8007a317c8fcc2451aa89aec4de75 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/26458 |
network_acronym_str |
MB |
network_name_str |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
repository_id_str |
|
spelling |
Coutinho, RicardoMessano, Luciana Vicente Resende deCoutinho, Ricardo2018-02-14T18:06:28Z2018-02-14T18:06:28Z2003http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/26458A água do mar é um meio corrosivo complexo, onde fatores, incluindo o desenvolvimento da bioincrustação, influenciam na corrosão. A primeira descrição detalhada da influência da bioincrustação, em nível macroscópico, foi feita nos anos 50, e com o passar do tempo, alguns estudos foram realizados, no entanto sem a devida preocupação com os dados ecológicos. O presente estudo teve por objetivo verificar a mudança na tendência à corrosão, a intensidade e o percentual de ataques localizados em painéis de aço carbono causados pela comunidade macroincrustante como um todo e por cirripédios, sempre comparando com o observado na superfície dos painéis de controle, durante 6 meses. Para tal, foi elaborado um desenho experimental direcionado para este estudo, realizado nas proximidades da Ilha de Cabo Frio. Foram utilizados 48 painéis de aço carbono de 150x200x2 mm do tipo API 5L X-65, distribuídos em 8 estruturas de alumínio. Em cada estrutura, foram colocados 6 painéis com contato elétrico, e estas foram colocadas em 4 balsas na ilha. Foram fornecidos tratamentos diferenciados aos painéis. Neste estudo foram abordados três: o tratamento controle, onde os painéis foram cobertos com telas isolando da macroincrustação, o tratamento comunidade, onde a comunidade incrustante foi avaliada como um todo e o tratamento cirripédios, onde foi feita a exclusão com pinças e escovas de outros organismos que não fossem as cracas. Semanalmente foi feita análise da cobertura dos organismos nos tratamentos comunidade e cirripédios, com auxílio de um quadrado de 10x10 cm com 30 pontos de interseção aleatórios, e a medição do potencial de corrosão com um multímetro e um eletrodo de referência Ag/AgCl. Após vinte e quatro semanas nas balsas, as estruturas foram retiradas e em laboratório foi obtida a perda em massa antes e após a limpeza química para o cálculo da taxa de corrosão uniforme e a observação visual dos ataques localizados em cada tratamento. Foram registrados durante o estudo, 28 táxons, 17 de macroalgas e 11 da macrofauna, divididos em 7 grupos ou tipos morfo-funcionais. No tratamento comunidade, os organismos dominantes foram as macroalgas filamentosas (23,73%), os cirripédios (17,51%), os hidrozoários (16,96%) e os briozoários incrustantes (9,85%). No tratamento cirripédios, a cobertura das cracas variou entre 39,38% a 62,50%. O potencial de corrosão variou entre –665,75 mV(Ag/AgCl) e –517,50 mV(Ag/AgCl), no entanto, não houveram alterações no potencial que pudessem ser relacionadas ao desenvolvimento da comunidade incrustante, nem à dominada por cirripédios. A maior taxa de corrosão uniforme foi observada no tratamento controle, o que pode sugerir que a bioincrustação protege as superfícies da perda em massa. O maior percentual de ataques localizados foi observado no tratamento comunidade, o que indica que outros componentes da comunidade incrustante, que não somente os cirripédios, como descrito na literatura, induzem a corrosão localizada. A metodologia empregada neste estudo e o tempo de observação foram apropriados e responderam as principais questões propostas.Seawater is a complex corrosive system, where the biofouling is one of the aspects that influence the corrosion process. The first detailed description about the influence of fouling community at a macrolevel in corrosive process was done in the 50 th , and until now, some studies were done, although they don’t concern about the accuracy of ecological results. The present study aimed to verify the change in corrosion tendency, corrosion intensity and the percent of localised attacks in carbon steel panels associated with the macrofouling and barnacles, in comparison to the results obtained in the control panels, along 6 months. In this way, an experimental design were created exclusively to this study, that was developed near the Cabo Frio Island. Forty eight (48) carbon steel API 5L X-65 panels (150x200x20mm), were distributed in eight aluminium structures. In each structure were placed 6 panels with electric contact, and the structures were suspended in four rafts. Different treatment were provided for the panels. Three of them were included in this study: the control treatment, in which the panels were covered with nylon screens; the community treatment, in which the fouling community were analysed and the barnacle treatment, were other organisms were excluded with brushes and pincers. Weekly, the cover of the organisms in the community and barnacle treatment was estimated using a 10x10 cm quadrat with 30 intersection point, and the corrosion potential was monitored with a multimeter and a electrode Ag/AgCl. After twenty four weeks the structures were taken and brought to laboratory to calculate the uniform corrosion rate and to do visual observation of the localised attacks in each treatment. Variance analysis were applied in all data obtained. During the study were registered 28 taxa, 17 of macroalgae and 11 of macrofauna, classified in 7 functional groups. In the community treatment the dominant were filamentous macroalgae (23,73%), barnacles (17,51%), hydrozoans (16,96%) and incrusting bryozoans (9,58%). In the barnacle treatment, the cover ranged between 39,38% and 62,50%. The corrosion potential ranged to –665,75 mV(Ag/AgCl) to –517, 50 mV (Ag/ AgCl), thus any changes in the potential could be related to the fouling community development. The highest corrosion rate were found in the control treatment and this can suggest that biofouling provide a protection against mass loss. The highest percent of localised attack were found in the community treatment. This may indicate that other organisms induces localised corrosion, and not only barnacles, how is reported in the literature. The methodology utilised in this study and the observation period were appropriated and answered the questions proposed at first.porUniversidade Federal Fluminense (UFF)Agentes biológicos destrutivosBiodegradação Arraial do Cabo (RJ) Cabo Frio, Ilha do (RJ)Aço carbono Corrosão Arraial do Cabo (RJ)Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbonoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MBTEXT00000f37.pdf.txt00000f37.pdf.txtExtracted texttext/plain110162https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/3/00000f37.pdf.txtf093a9bc6557e2a4de719fc096abea62MD53ORIGINAL00000f37.pdfapplication/pdf895017https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/1/00000f37.pdf1fbe284fa94128e65724962452f5c142MD51THUMBNAIL00000f37.pdf.jpg00000f37.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3308https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/2/00000f37.pdf.jpge22a845a82ec30c3de6c19826d74b563MD52ripcmb/264582022-09-23 17:14:03.018oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/26458Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2022-09-23T20:14:03Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
title |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
spellingShingle |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono Messano, Luciana Vicente Resende de Agentes biológicos destrutivos Biodegradação Arraial do Cabo (RJ) Cabo Frio, Ilha do (RJ) Aço carbono Corrosão Arraial do Cabo (RJ) |
title_short |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
title_full |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
title_fullStr |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
title_full_unstemmed |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
title_sort |
Efeitos da incrustação de macroorganismos na corrosão de painéis de aço carbono |
author |
Messano, Luciana Vicente Resende de |
author_facet |
Messano, Luciana Vicente Resende de |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Coutinho, Ricardo |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Messano, Luciana Vicente Resende de |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Coutinho, Ricardo |
contributor_str_mv |
Coutinho, Ricardo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Agentes biológicos destrutivos Biodegradação Arraial do Cabo (RJ) Cabo Frio, Ilha do (RJ) Aço carbono Corrosão Arraial do Cabo (RJ) |
topic |
Agentes biológicos destrutivos Biodegradação Arraial do Cabo (RJ) Cabo Frio, Ilha do (RJ) Aço carbono Corrosão Arraial do Cabo (RJ) |
description |
A água do mar é um meio corrosivo complexo, onde fatores, incluindo o desenvolvimento da bioincrustação, influenciam na corrosão. A primeira descrição detalhada da influência da bioincrustação, em nível macroscópico, foi feita nos anos 50, e com o passar do tempo, alguns estudos foram realizados, no entanto sem a devida preocupação com os dados ecológicos. O presente estudo teve por objetivo verificar a mudança na tendência à corrosão, a intensidade e o percentual de ataques localizados em painéis de aço carbono causados pela comunidade macroincrustante como um todo e por cirripédios, sempre comparando com o observado na superfície dos painéis de controle, durante 6 meses. Para tal, foi elaborado um desenho experimental direcionado para este estudo, realizado nas proximidades da Ilha de Cabo Frio. Foram utilizados 48 painéis de aço carbono de 150x200x2 mm do tipo API 5L X-65, distribuídos em 8 estruturas de alumínio. Em cada estrutura, foram colocados 6 painéis com contato elétrico, e estas foram colocadas em 4 balsas na ilha. Foram fornecidos tratamentos diferenciados aos painéis. Neste estudo foram abordados três: o tratamento controle, onde os painéis foram cobertos com telas isolando da macroincrustação, o tratamento comunidade, onde a comunidade incrustante foi avaliada como um todo e o tratamento cirripédios, onde foi feita a exclusão com pinças e escovas de outros organismos que não fossem as cracas. Semanalmente foi feita análise da cobertura dos organismos nos tratamentos comunidade e cirripédios, com auxílio de um quadrado de 10x10 cm com 30 pontos de interseção aleatórios, e a medição do potencial de corrosão com um multímetro e um eletrodo de referência Ag/AgCl. Após vinte e quatro semanas nas balsas, as estruturas foram retiradas e em laboratório foi obtida a perda em massa antes e após a limpeza química para o cálculo da taxa de corrosão uniforme e a observação visual dos ataques localizados em cada tratamento. Foram registrados durante o estudo, 28 táxons, 17 de macroalgas e 11 da macrofauna, divididos em 7 grupos ou tipos morfo-funcionais. No tratamento comunidade, os organismos dominantes foram as macroalgas filamentosas (23,73%), os cirripédios (17,51%), os hidrozoários (16,96%) e os briozoários incrustantes (9,85%). No tratamento cirripédios, a cobertura das cracas variou entre 39,38% a 62,50%. O potencial de corrosão variou entre –665,75 mV(Ag/AgCl) e –517,50 mV(Ag/AgCl), no entanto, não houveram alterações no potencial que pudessem ser relacionadas ao desenvolvimento da comunidade incrustante, nem à dominada por cirripédios. A maior taxa de corrosão uniforme foi observada no tratamento controle, o que pode sugerir que a bioincrustação protege as superfícies da perda em massa. O maior percentual de ataques localizados foi observado no tratamento comunidade, o que indica que outros componentes da comunidade incrustante, que não somente os cirripédios, como descrito na literatura, induzem a corrosão localizada. A metodologia empregada neste estudo e o tempo de observação foram apropriados e responderam as principais questões propostas. |
publishDate |
2003 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2003 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-02-14T18:06:28Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-02-14T18:06:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/26458 |
url |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/26458 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) instname:Marinha do Brasil (MB) instacron:MB |
instname_str |
Marinha do Brasil (MB) |
instacron_str |
MB |
institution |
MB |
reponame_str |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
collection |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/3/00000f37.pdf.txt https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/1/00000f37.pdf https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/26458/2/00000f37.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
f093a9bc6557e2a4de719fc096abea62 1fbe284fa94128e65724962452f5c142 e22a845a82ec30c3de6c19826d74b563 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB) |
repository.mail.fl_str_mv |
dphdm.repositorio@marinha.mil.br |
_version_ |
1813189015952687104 |