A ascendência da geopolítica da água nas relações internacionais: a gestão do Sistema Aquífero Guarani sob a ótica do potencial conflituoso exercido pelos recursos hídricos

• Autor(a) principal: Teixeira, Bruno Rocha de Sousa
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845104
• topic: Recursos hídricos; Sistema Aquífero Guarani; Defesa Nacional; Geopolítica; Relações internacionais; Direito internacional humanitário

O presente trabalho tem como objetivo identificar o potencial conflituoso apresentado pelos recursos hídricos no mundo contemporâneo, ponderando o significado estratégico que a água vem desempenhando no século XXI e os possíveis novos focos de tensão que possam vir a surgir, principalmente na América Latina, sendo enfatizada a importância do Sistema Aquífero Guarani (SAG), uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do planeta. Nesse contexto, o Sistema, compartilhado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, torna-se um interessante campo de estudo da Geopolítica, pela possibilidade de gerar interferências nas relações de poder entre os Estados usuários. A partir da metodologia baseada em uma pesquisa exploratória, na qual foram analisados diversos documentos e referências bibliográficas, é apresentada a elevação da preocupação mundial com uma possível escassez desses valiosos recursos, sendo identificada a importância da água, os principais desafios para a gestão dos recursos hídricos e as possíveis crises e tensões associadas à demanda desta fonte de riqueza. Frente ao estresse hídrico observado, é dimensionada a notoriedade do SAG, especificando a relevância da reserva para a economia e para o desenvolvimento sustentável brasileiro. Por fim, é explorada a chamada Geopolítica da Água sendo analisada a soberania dos Estados sobre a gestão dos recursos hídricos e seus impactos para as relações internacionais, confrontando o possível potencial conflituoso e a possibilidade de cooperação em torno dos recursos hídricos. Como resultado, constata-se, em virtude da sua enorme potencialidade hídrica, a importância estratégica do SAG nas relações internacionais do Brasil e do subcontinente, mais especificamente quanto à sua relação com a construção da agenda regional de segurança. A pesquisa conclui que a água não apenas foi um fator escalonador de crises e conflitos desde tempos mais remotos, como possui potencial para constituir um elemento motivador de batalhas futuras, frente ao decorrente cenário de escassez vislumbrado.