CLÍNICA PSICANALÍTICA: O SENTIMENTO DE SOLIDÃO E A SAÚDE MENTAL DE MULHERES CASADAS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rossi, Fernanda Costa Luz
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Metodista
Texto Completo: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1431
Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal investigar o sentimento de solidão e a saúde mental de mulheres casadas, procurando comparar a maneira de compreender e vivenciar este sentimento em mulheres solteiras e casadas, bem como verificar em que medida este sentimento pode ser mitigado pela presença do outro no casamento (coabitação) e em que condições isto ocorria. Partiu-se da hipótese de que esse sentimento é compartilhado por todas as pessoas, já que o ser humano é uno e individual. Logo, a separação eterna do outro, que se inicia quando o bebê percebe que é diferente da mãe e, assim, um indivíduo único, está associado a uma sensação de solidão que acompanha o ser humano por toda a vida. Desta forma, é muito comum ver pessoas se envolver em relacionamentos para diminuir este sentimento, que se vê intensificado a cada dia em função da superficialidade dos vínculos emocionais. A presença de outrem pode ser aproveitada numa relação interpessoal quando se diminui a intensidade da hostilidade, associada ao sentimento de solidão. O antídoto contra tal sentimento vem do fortalecimento do auto-conhecimento, da autonomia, e da amizade por um companheiro que mostra aceitação incondicional pelo verdadeiro self. Para análise deste sentimento em mulheres casadas, foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa com mulheres solteiras e universitárias. A escolha da amostra foi aleatória e por conglomerado, em três estágios. Participaram do estudo 184 mulheres, 38% casadas, 7,6% separadas e 52,7% solteiras. Da pesquisa quantitativa foi possível analisar que a percepção das mulheres sobre a solidão vem, em muitos aspectos, de encontro com a teoria psicanalítica. Pelas respostas encontradas percebeu-se que a grande maioria das participantes tem um baixo sentimento de solidão (58,7%) e 41,3% se classificaram com um escore de alto a médio sentimento de solidão, nestes dois grupos a maioria são de mulheres casadas e separadas, sendo que quanto mais nova a mulher maior a tendência a buscar um relacionamento para fugir da solidão, sendo entre as casadas também que isto ocorre com mais freqüência. A partir destes escores, 18 mulheres foram convidadas a participar de uma entrevista diagnóstica. Destas dezoito, seis mulheres apresentavam alto sentimento de solidão, sendo duas casadas, duas solteiras e duas separadas. Da mesma forma as mulheres com média e baixa solidão. Os resultados encontrados nestas entrevistas foram que todas as mulheres que apresentaram um alto sentimento de solidão demonstram uma adaptação ineficaz perante a vida, enquanto que aquelas que apresentaram médio ou baixo sentimento de solidão dificilmente apresentam adaptação ineficaz. Do grupo de médio sentimento de solidão, três mulheres apresentaram adaptação eficaz, e do grupo de baixo sentimento de solidão apenas uma participante apresentou adaptação ineficaz leve. Com isso concluímos que a solidão, quando em alta medida, além de dolorosa indica uma grande dificuldade do indivíduo em lidar com seus aspectos emocionais e produtivos, necessitando de ajuda psíquica.
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Logo, a separação eterna do outro, que se inicia quando o bebê percebe que é diferente da mãe e, assim, um indivíduo único, está associado a uma sensação de solidão que acompanha o ser humano por toda a vida. Desta forma, é muito comum ver pessoas se envolver em relacionamentos para diminuir este sentimento, que se vê intensificado a cada dia em função da superficialidade dos vínculos emocionais. A presença de outrem pode ser aproveitada numa relação interpessoal quando se diminui a intensidade da hostilidade, associada ao sentimento de solidão. O antídoto contra tal sentimento vem do fortalecimento do auto-conhecimento, da autonomia, e da amizade por um companheiro que mostra aceitação incondicional pelo verdadeiro self. Para análise deste sentimento em mulheres casadas, foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa com mulheres solteiras e universitárias. A escolha da amostra foi aleatória e por conglomerado, em três estágios. Participaram do estudo 184 mulheres, 38% casadas, 7,6% separadas e 52,7% solteiras. Da pesquisa quantitativa foi possível analisar que a percepção das mulheres sobre a solidão vem, em muitos aspectos, de encontro com a teoria psicanalítica. Pelas respostas encontradas percebeu-se que a grande maioria das participantes tem um baixo sentimento de solidão (58,7%) e 41,3% se classificaram com um escore de alto a médio sentimento de solidão, nestes dois grupos a maioria são de mulheres casadas e separadas, sendo que quanto mais nova a mulher maior a tendência a buscar um relacionamento para fugir da solidão, sendo entre as casadas também que isto ocorre com mais freqüência. A partir destes escores, 18 mulheres foram convidadas a participar de uma entrevista diagnóstica. Destas dezoito, seis mulheres apresentavam alto sentimento de solidão, sendo duas casadas, duas solteiras e duas separadas. Da mesma forma as mulheres com média e baixa solidão. Os resultados encontrados nestas entrevistas foram que todas as mulheres que apresentaram um alto sentimento de solidão demonstram uma adaptação ineficaz perante a vida, enquanto que aquelas que apresentaram médio ou baixo sentimento de solidão dificilmente apresentam adaptação ineficaz. Do grupo de médio sentimento de solidão, três mulheres apresentaram adaptação eficaz, e do grupo de baixo sentimento de solidão apenas uma participante apresentou adaptação ineficaz leve. Com isso concluímos que a solidão, quando em alta medida, além de dolorosa indica uma grande dificuldade do indivíduo em lidar com seus aspectos emocionais e produtivos, necessitando de ajuda psíquica.This present work had as a main objective to investigate the feeling of loneliness and mental health of married women by comparing both ways of understanding and experiencing this feeling between single and married women as well as to verify how this emotion can be mitigated thorough the presence of a partner in a marriage (cohabitation) and also the conditions in which it would happen. We started from the hypothesis that this sentiment is shared by everybody, once human being is unique and individual. Thus, the eternal separation from the other, which starts when the baby realizes that he is different from the mother, consequently, a unique individual, is associated to a sensation of which accompanies the human being throughout his life. Therefore, it is very common to observe people getting involved in relationships in order to minimize this feeling, which in turn, gets stronger and each passing day to the superficiality of emotional bondings. The presence of another person can be an advantage in an interpersonal relationship when the intensity of the hostility decreases added by the feeling of solitude. The antidote against this sentiment comes from strengthening self knowledge, autonomy and from the friendship of a companion who shows unconditional acceptance by the true self. For this reason, a quantitative and qualitative study using undergraduate single women was carried out in order to analyze this sentiment in married women. The sample was randomized and grouped in three phases. 184 women, 38% married, 7,6% divorced and 52,7% single took part in the study. From the quantitative research data, it was possible to analyze that women's perception about loneliness, in many aspects, matched the psychoanalytic theory. By analyzing the answers fond in this work, it has been perceived that most of the participants had a low sentiment of solitude (58,7%) and 41,3% classified themselves into a category ranging from high and medium one. In these groups, most women were either married or single, leading to the conclusion that, the younger the woman, the higher the tendency to search for relationship in order to scape from solitude. Also, is has been verified that this was true specially among married women. From these scores, 18 women were invited to take part into a diagnostic interview which consisted of six women in each group: two married, two single and two divorced from different ages, one of them being up to 29 and the other over 30 years old. The results found in these interviews were that all the women who presented a high feeling of loneliness have shown an inefficient adaptation to life, while those who presented a medium or low sentiment of solitude hardly presented this kind of behavior. Within the group of medium sentiment of solitude, three women presented inefficient adaptation to life and from the low sentiment of solitude group, only one participant presentd a slight one. Finally, we can conclude that loneliness if exaggerated, is not only painful but also indicates a great difficult of the individual to deal with his emotional and productive aspects leading him to need psychological help.Universidade Metodista de São PauloPsicologia da saúdeBRUMESPPÓS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIARosa, José TolentinoCPF:25489655789Heleno, Maria Geralda VianaCPF:54712365896http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/index.jspMotta, Ivonise Fernandes daCPF:32569878954http://lattes.cnpq.br/4560618285805217Rossi, Fernanda Costa Luz2016-08-03T16:34:47Z2007-02-022006-01-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfROSSI, Fernanda Costa Luz. CLÍNICA PSICANALÍTICA: O SENTIMENTO DE SOLIDÃO E A SAÚDE MENTAL DE MULHERES CASADAS. 2006. 145 f. 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